Desde que chegou no Brasil em 2014, a “família” CB 500 da Honda buscou atender três públicos distintos com a mesma base. Usando o mesmo quadro, rodas e motor tínhamos a naked CB 500F, a esportiva CB 500R e a aventureira CB 500X. Com o passar do tempo, a esportiva saiu de linha e “irmãs” restantes foram se tornando cada vez mais distantes. O primeiro e importante passo para isto foi a adoção da roda dianteira de aro 19 na 500X.
Estive presente no lançamento nacional da linha 2023. Posso afirmar que as motos estão cada vez mais diferentes entre si, e isso é bom. Pilotei os dois modelos tanto na cidade quanto na estrada (e também na terra com a X) na região de Campinas, Amparo e Morungaba, no interior do estado de São Paulo. Se preferir, assista primeiro ao breve vídeo:
![YouTube video](https://i.ytimg.com/vi/hFbVTaa8e6A/hqdefault.jpg)
Muito se faltou durante a apresentação técnica sobre as vantagens da suspensão invertida. Primeiro temos aumento da rigidez torcional, uma vez que parte superior (mais pesada) esta presa junto ao chassi. Contudo, em minha opinião a maior e mais clara vantagem é a redução da massa não suspensa. Em outras palavras, temos uma frente mais rígida e ao mesmo tempo mais responsiva e leve para mudanças de direção. As bengalas douradas são da marcha Showa modelo SFF-BP com 41 mm de diâmetro em ambas as motos — na 500X o conjunto conta com maior curso e comportamento mais macio.
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A balança traseira ficou mais leve, assim como as rodas e os faróis receberam um novo conjunto óptico mais potente. Os freios agora são de duplo disco na dianteira (pedido antigo dos proprietários). Apesar de os modelos serem visualmente parecidos, ficou clara a diferença em cada uma das motos. Na 500F o comportamento é mais rápido, esportivo e direto com pinças com fixação radial e 4 pistões na dianteira, enquanto na 500X as pinças são de fixação axial e com apenas 3 pistões na dianteira — com um comportamento mais progressivo, ideal para suas suspensões de curso longo e para rodar na terra. Ambas sempre com freios ABS.
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CB 500F na cidade
Comecei o teste na melhor situação possível. Rodando na cidade em baixa velocidade com a 500F, me surpreendi pela facilidade na pilotagem. A embreagem assistida e deslizante é muito macia de acionar, sendo possível rodar muito tempo sem cansar, e o câmbio tem engates fáceis e rápidos. O motor permite rodar com marchas altas sem reclamar, em avenidas foi possível engatar a quarta marcha (há indicador da marcha em uso no painel) e seguir longos períodos sem qualquer vibração.
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A frente da moto está nitidamente mais leve para mudar de direção e o freio dianteiro agora pode ser acionado até mesmo com um dedo apenas. Peguei pouco trânsito e rodando em baixos giros o consumo fez números que devem fazer inveja em motos maiores ao superar 27 km/l. No geral, a moto se mostrou leve e o novo farol ajudou a ser visto no trânsito pelos demais veículos. Detalhe interessante são as luzes de seta acessas permanentemente (como já acontece na NC 750X e CB 1000R).
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CB 500F na estrada
Chegando na estrada utilizando a rodovia Don Pedro I, o motor de 471 cm³ mostrou fôlego para rodar no limite da via com muita tranquilidade e baixa vibração. Como com toda moto naked, em algumas situações o vento no peito e no capacete podem incomodar. Porém, bastou chegar à famosa serra que liga Amparo a Morungaba para esquecer do vento e até mesmo deixar a preocupação com o consumo de lado.
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A nova 500F permitiu acelerar forte, frear mais tarde e contornar as curvas com muito mais velocidade. O painel compartilhado com a versão X conta com a útil shift light, ideal para uma tocada mais animada. Para minha sorte na turma estava também o piloto Rafael Paschoalin — simplesmente o único brasileiro a correr no famoso Tourist Trophy da Ilha de Man. Foi um daqueles momentos em que eu apenas segui a moto da frente tentando aprender ao máximo.
Só não espere um desempenho de uma superesportiva. Mesmo com mais de 50 cv de potência máxima, a entrega é progressiva em toda a faixa de rotação e sem sustos. Para sua categoria é uma das motos mais fáceis e seguras de se pilotar numa situação destas.
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CB 500X na estrada
Após uma breve parada trocamos de moto para eu finalmente ter o primeiro contato com a CB 500X. Logo nos primeiros metros a posição de pilotagem ganha pontos em conforto, é muito relaxada e ereta com guidão alto e banco confortável. A bolha dianteira ajustada em sua posição mais alta cortava parte do vento e logo abaixo delas já temos até o local ideal para um instalar um celular ou GPS. Sem dúvida, é uma moto feita para quem quer percorrer longas distâncias.
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Contudo, faltou avisar o restante da turma que trocamos de moto, pois bastou chegarmos novamente no trecho de serra para esquecermos que estávamos numa trail. Mesmo com a roda dianteira maior (de 19 polegadas) foi possível fazer curvas com muita segurança e velocidade — uma grata surpresa. Os pneus de uso misto também se saíram bem neste cenário, trabalhando bem em conjunto com os novos freios dianteiros. Bastou ajustarmos a forma de pilotar para o novo posicionamento. Respeitando os limites da moto posso afirmar que dá para se divertir também de 500X no asfalto.
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CB 500X na terra
Chegou a hora de finalmente colocar a 500X na terra. Aqui cabe um comentário. A Honda escolheu a dedo o terreno que iríamos percorrer. O trecho de terra era de chão batido com poucas pedras, sem lama, cavas ou grandes erosões. Parecia aquela típica estradinha de terra para chegar ao sítio ou um hotel-fazenda. Andar na terra seca foi ideal para a proposta da moto e dos pneus originais. Não tive sustos.
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A nova suspensão dianteira claramente facilitou a vida dos pilotos, tanto na absorção de impactos quanto nas manobras em baixa velocidade. Mesmo sendo com um perfil mais de aventureira do que uma legitima off-road, o modelo se saiu muito bem, cruzando a terra sem qualquer dificuldade até voltarmos para o asfalto. Em nenhum momento a parte de baixo do motor tocou o solo, porém é o primeiro acessório que aconselho para quem gosta de andar por maus caminhos é um protetor de cárter.
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CB 500X na cidade
Por último, retornando para Campinas foi o momento andar na cidade com a 500X. Aqui ela não chega a ser grande demais em nenhum momento, mérito das motos de média cilindrada. Ganha em conforto ao passar em buracos e valetas, porém sem a mesma agilidade de sua “irmã” F. A posição do painel fica mais prática para aquela olhada rápida antes de um radar ou curva.
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O novo banco permite pilotar horas a fio sem qualquer desconforto. A parte dianteira ficou mais fina ajudando um número maior de pilotos a conseguir firmar os dois pés no chão. Para minha altura a bolha não atrapalhou em nada na cidade, porém dependendo da altura do condutor convém deixá-la numa posição mais baixa. São duas alturas possíveis, mas é preciso usar ferramenta para as trocas de posição.
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Conclusão
Ao final do teste ficou clara a evolução de ambas as motos. Os ajustes de chassi, rodas, freios e suspensões tornaram essa geração de fato melhor que suas antecessoras. Não foi possível testar os faróis, pois rodamos apenas durante o dia. Estacionando ao lado da geração anterior fica nítida a intenção de entregar uma motocicleta mais refinada. Algumas partes que antes eram apenas de plástico preto agora receberam pintura na mesma cor da moto ou um melhor acabamento.
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Entre as duas eu escolheria a 500F para rodar na cidade no dia a dia, em viagens curtas e, principalmente, para pilotar na serra com meus amigos pilotos de classe mundial. Já se a ideia for viajar, rodar longas distâncias com maior conforto a escolha seria a 500X. Vale a pena você pilotar cada uma delas para conhecer qual se encaixa melhor com seu tipo de pilotagem. Apenas uma ressalva seria para o uso com garupa, neste quesito não existe dúvida — a 500X recebe muito melhor o passageiro.
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Já disponíveis nas concessionarias da marca, as novas motos já chegam como linha 2023. O preço público sugerido da nova CB 500F é de R$ 39.100 e as cores disponíveis serão vermelho, prata metálico e cinza fosco. Já para a CB 500X o preço sugerido é de R$ 41.600 — ambos o preços usam como base Brasília, DF. Na versão aventureira as cores serão vermelho, prata metálico e verde fosco. São três anos de garantia, além do sistema de atendimento Honda Assistance. Os preços não incluem frete e seguro.
LR
FICHA TÉCNICA HONDA CB 500F | |
MOTOR | |
Descrição | 2 cilindros, DOHC, injeção eletrônica, arrefecimento a líquido |
Cilindrada (cm³) | 471 |
Diâmetro e curso (mm) | 67 x 66,8 |
Taxa de compressão (:1) | 10,7 |
Potência (cv/rpm) | 50,2 / 8.500 |
Torque (m·kgf/rpm) | 4,54 / 7.000 |
Corte de rotação (rpm) | n.d |
SISTEMA ELÉTRICO | |
Tensão (V) | 12 |
Bateria (A·h) | 7 |
Alternador (V/W) | n.d |
TRANSMISSÃO | Manual de 6 marchas |
Relações das marchas (:1) | n.d |
Relação primária (:1) | n.d |
Relação secundária (:1) | n.d |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Garfo telescópico invertido com 108 mm de curso |
Traseira | Pro-link com 119 mm de curso |
FREIOS | |
Dianteiro (Ø mm) | Disco duplo hidráulico / 296 |
Traseiro (Ø mm) | Disco hidráulico / 240 |
Controle | Freios com ABS |
RODAS E PNEUS | |
Rodas | Liga de alumínio, 17 pol. dianteira e 17 pol. na traseira |
Pneus | Dianteiro 120/70-17 e traseiro 160/60-17 |
CONSTRUÇÃO | Chassi tipo Diamante |
Ângulo do garfo (º) | n.d |
Avanço (mm) | n.d |
DIMENSÕES (mm) | |
Comprimento | 2.081 |
Largura | 798 |
Altura | 1.056 |
Distância entre eixos | 1.409 |
Distância mínima do solo | 157 |
Altura do banco ao solo (mm) | 789 |
PESOS E CAPACIDADES | |
Peso seco/em ordem de marcha (kg) | 174 / n.d |
Carga útil (kg) | n.d |
Tanque de combustível (L) | 17,1 |
FICHA TÉCNICA HONDA CB 500X | |
MOTOR | |
Descrição | 2 cilindros, DOHC, injeção eletrônica, arrefecimento a líquido |
Cilindrada (cm³) | 471 |
Diâmetro e curso (mm) | 67 x 66,8 |
Taxa de compressão (:1) | 10,7 |
Potência (cv/rpm) | 50,2 / 8.500 |
Torque (m·kgf/rpm) | 4,54 / 7.000 |
Corte de rotação (rpm) | n.d |
SISTEMA ELÉTRICO | |
Tensão (V) | 12 |
Bateria (A·h) | 7 |
Alternador (V/W) | n.d |
TRANSMISSÃO | Manual com 6 marchas |
Relações das marchas (:1) | n.d |
Relação primária (:1) | n.d |
Relação secundária (:1) | n.d |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Garfo telescópico invertido com 133 mm de curso |
Traseira | Pro-link com 135 mm de curso |
FREIOS | |
Dianteiro (Ø mm) | Disco duplo hidráulico / 296 |
Traseiro (Ø mm) | Disco hidráulico / 240 |
Controle | Freios ABS |
RODAS E PNEUS | |
Rodas | Liga de alumínio, 19 pol. dianteira e 17 pol. na traseira |
Pneus | Dianteiro 120/80R 19M/C e traseiro 160/60R 17M/C |
CONSTRUÇÃO | Chassi tipo Diamante |
Ângulo do garfo (º) | n.d |
Avanço (mm) | n.d |
DIMENSÕES (mm) | |
Comprimento | 2.156 |
Largura | 830 |
Altura | 1.446 |
Distância entre eixos | 1.443 |
Distância mínima do solo | 193 |
Altura do banco ao solo (mm) | 834 |
PESOS E CAPACIDADES | |
Peso seco/em ordem de marcha (kg) | 184/ n.d |
Carga útil (kg) | n.d |
Tanque de combustível (L) | 17,7 |