A Renault promoveu no último dia 15 o evento chamado de “Desafio de Consumo Renault”. Mas, ao contrário do que o nome sugere, o objetivo foi mais do que mostrar dotes de economia de combustível da picape Oroch Outsider com o novo motor 1,3 TCe turbocarregado de quatro cilindros, Foi mostrar a variação de consumo decorrente de quatro condições de uso, além da viagem de São Paulo ao Haras Tuiuti, 115 quilômetros.
Onze Jornalistas dirigiram as seis Oroch Outsider nessa viagem e o consumo médio de gasolina foi de 13,3 km/l, o melhor 15,6 e o pior, 10,6. km/l, Nada de recomendação especial, cada um era livre para dirigir como quisesse no tocante à velocidade (respeitando os limites) e à aceleração, como ao sair dos pedágios. Usar o modo Eco ou não também ficava por conta de cada um e era indiferente escolher Drive e deixar o câmbio trocar marchas ou fazê-lo manualmente pela alavanca seletora.
O que eu queria mesmo era andar com as quatro condições definidas para o teste no anel externo de 1.014 metros da pista (o circuito completo é de 2.500 metros).
Essas quatro condições foram:
• Só com motorista
• Como acima com ar-condicionado ligado
• Pneus com 30% menos de pressão do que a indicada para veículo só com motorista
• Veículo com a carga máxima de 650 kg, com pressão de pneus de acordo
Todas as medições foram feitas pelo Instituto Mauá de Tecnologia, de São Paulo, Para medir consumo foi usado o equipamento PLU, que mede com precisão o combustível fornecido ao motor.
Os consumos médios das seis Oroch Outsider no anel externo, cinco voltas cada, foram::
• Só com motorista: 15,59 km/l
• Só com motorista, ar-condicionado ligado: 14,55 km/l – consumo 4,7% maior
• Só com motorista. pneus desinflados 30%: 15,23 km/l – consumo 2,3% maior
• Com carga total de 650 kg, motorista incluído: 12,12 km/l – consumo 22,3 maior
Conclusões
• Conforto (ar-condicionado) tem seu preço
• Pneus descalibrados afetam o consumo, mas não tanto o quanto se apregoa, o que atribuo aos pneus radiais terem bem atrito interno do que os diagonais por as lonas não se cruzarem, e à banda de rodagem que se mantém estável (a “pegada” não muda em função da pressão para menos e para mais)
• Peso tem realmente grande influência no consumo.
Minha experiência
Não dirigi no anel pensando em consumo, andei rápido, como em ritmo de corrida longa.
Dois fatos foram notáveis. Um, mesmo em condição de carga máxima a Oroch tem comportamento elogiável, com mínima perda de resposta de direção e sem mostrar tendência a entrar em derrapagem, seja de frente ou traseira (foi a primeira vez que dirigi uma picape nessa condição de carga; outras podem apresentar resultado semelhante). A carga (sacos de areia) foi distribuída entre caçamba e cabine, neste caso sobre os assentos dos bancos.
Outro foi o freio. O anel consiste duas retas e duas curvas de raio médio-pequeno que exigem forte aplicação de freio. Em nenhum momento houve fading, o pedal manteve-se o mesmo sempre. Note-se que duas retas de pouco menos de 500 metros são insuficientes parra os freios esfriarem. A cada parada para troca de veículo os freios, especialmente os dianteiros a disco ventilado, exalavam forte cheiro de pastilhas, mas nada de fumaça. Perto das rodas traseiras (tambores) praticamente cheiro algum.
Valeu mesmo a pena, foi uma boa experiência.
BS