A Renault promoveu no último dia 15 o evento chamado de “Desafio de Consumo Renault”. Mas, ao contrário do que o nome sugere, o objetivo foi mais do que mostrar dotes de economia de combustível da picape Oroch Outsider com o novo motor 1,3 TCe turbocarregado de quatro cilindros, Foi mostrar a variação de consumo decorrente de quatro condições de uso, além da viagem de São Paulo ao Haras Tuiuti, 115 quilômetros.
Onze Jornalistas dirigiram as seis Oroch Outsider nessa viagem e o consumo médio de gasolina foi de 13,3 km/l, o melhor 15,6 e o pior, 10,6. km/l, Nada de recomendação especial, cada um era livre para dirigir como quisesse no tocante à velocidade (respeitando os limites) e à aceleração, como ao sair dos pedágios. Usar o modo Eco ou não também ficava por conta de cada um e era indiferente escolher Drive e deixar o câmbio trocar marchas ou fazê-lo manualmente pela alavanca seletora.
O que eu queria mesmo era andar com as quatro condições definidas para o teste no anel externo de 1.014 metros da pista (o circuito completo é de 2.500 metros).
![](https://autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2022/07/20220715_rbuhrer_TesteConsumo-prelecao.jpg)
Essas quatro condições foram:
• Só com motorista
• Como acima com ar-condicionado ligado
• Pneus com 30% menos de pressão do que a indicada para veículo só com motorista
• Veículo com a carga máxima de 650 kg, com pressão de pneus de acordo
Todas as medições foram feitas pelo Instituto Mauá de Tecnologia, de São Paulo, Para medir consumo foi usado o equipamento PLU, que mede com precisão o combustível fornecido ao motor.
Os consumos médios das seis Oroch Outsider no anel externo, cinco voltas cada, foram::
• Só com motorista: 15,59 km/l
• Só com motorista, ar-condicionado ligado: 14,55 km/l – consumo 4,7% maior
• Só com motorista. pneus desinflados 30%: 15,23 km/l – consumo 2,3% maior
• Com carga total de 650 kg, motorista incluído: 12,12 km/l – consumo 22,3 maior
Conclusões
• Conforto (ar-condicionado) tem seu preço
• Pneus descalibrados afetam o consumo, mas não tanto o quanto se apregoa, o que atribuo aos pneus radiais terem bem atrito interno do que os diagonais por as lonas não se cruzarem, e à banda de rodagem que se mantém estável (a “pegada” não muda em função da pressão para menos e para mais)
• Peso tem realmente grande influência no consumo.
![](https://autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2022/07/20220715_rbuhrer_TesteConsumo_lastro.jpg)
Minha experiência
Não dirigi no anel pensando em consumo, andei rápido, como em ritmo de corrida longa.
Dois fatos foram notáveis. Um, mesmo em condição de carga máxima a Oroch tem comportamento elogiável, com mínima perda de resposta de direção e sem mostrar tendência a entrar em derrapagem, seja de frente ou traseira (foi a primeira vez que dirigi uma picape nessa condição de carga; outras podem apresentar resultado semelhante). A carga (sacos de areia) foi distribuída entre caçamba e cabine, neste caso sobre os assentos dos bancos.
![](https://autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2022/07/20220715_rbuhrer_TesteConsumo_reta.jpg)
Outro foi o freio. O anel consiste duas retas e duas curvas de raio médio-pequeno que exigem forte aplicação de freio. Em nenhum momento houve fading, o pedal manteve-se o mesmo sempre. Note-se que duas retas de pouco menos de 500 metros são insuficientes parra os freios esfriarem. A cada parada para troca de veículo os freios, especialmente os dianteiros a disco ventilado, exalavam forte cheiro de pastilhas, mas nada de fumaça. Perto das rodas traseiras (tambores) praticamente cheiro algum.
Valeu mesmo a pena, foi uma boa experiência.
BS