A Bugatti está lançando o W16 Mistral, último modelo que ainda virá com motor de 16 cilindros e 8 litros, o “coração” de toda sua gama de hipercarros e que marcou o retorno em grande estilo da marca francesa ao mercado, quando lançou o Veyron em 2005. Para finalizar a produção do magnifico motor W16, “assassinado” pela sanha provocada pela tal de sustentabilidade e sua “cria”, a mobilidade eletrificada, a Bugatti se superou para criar mais um belo e exclusivo superesportivo.
O W16 Mistral é um charmoso roadster, que representa o verdadeiro significado desta hoje rara configuração de carroceria, mas que na primeira metade do século 20 foi muito utilizada, inclusive pela própria Bugatti. Por isso, conforme destaca a direção da empresa, esta versão tem sua denominação associado à liberdade, elegância e velocidade aproveitando como inspiração o mistral, vento poderoso que sopra do vale do rio Ródano através da Côte d’Azur, no sul da França, e também pelo Mediterrâneo.
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Projetado em torno da definitiva versão de 1.600 cv do W16, que também propulsiona o Chiron Super Sport 300+, o W16 Mistral teve o estudo de design e desenvolvimento de engenharia exclusivos. A carroceria monobloco foi reprojetada e remodelada para criar uma silhueta mais arredondada sem comprometer o desempenho. Não é simplesmente uma adaptação sobre a plataforma original do Chiron, mas um projeto com o objetivo de ser o roadster mais rápido no mundo.
Para Achim Anscheidt, diretor de design da Bugatti, a inspiração para o desenho da carroceria do Mistral foi o Bugatti Type 57 Roadster Grand Raid de 1934, um modelo que representa o auge do design elegante, que destacou a marca francesa nos primórdios do automóvel. Marcado pelos encostos de cabeça aerodinâmicos fluindo para trás na carroceria e o para-brisa em forma de V, destaca sofisticação e discreto apelo esportivo que é ressaltado pela pintura da carroceria em dois tons, preto e amarelo.
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No W16 Mistral o preto se destaca na pintura da carroceria, mas há também muitos detalhes em amarelo e tons sutis de marrom trufado no acabamento. Esta não é apenas uma referência à carroceria icônica, da década de 1930, mas também uma homenagem a Ettore Bugatti, que costumava escolher a combinação de preto e amarelo para muitos de seus carros pessoais, incluindo seu Type 41 Royale. Para os entusiastas da marca, é também uma harmonização visual atemporal.
Outra referência ao Grand Raid no design do W16 Mistral é o para-brisa em forma de V e curvo apenas o suficiente para criar o design arredondado, sem distorcer a visão do motorista. A linha superior do para-brisa e dos vidros laterais flui intencionalmente em torno das entradas de ar laterais. As duas entradas de ar para o motor sobre os encostos de cabeça também evocam o desenho do Type 57 Roadster Grand Raid, bem como o do primeiro Bugatti roadster da era moderna: o Veyron 16.4 Grand Sport.
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Mais compacto, o W16 Mistral exibe um visual próprio. O desenho da grade frontal, em forma de ferradura, tradição da marca, tem uma releitura muito mais tridimensional do que a desenvolvida para o modelo Chiron. Já para manter a seção lateral da carroceria estreita, mas também permitir um fluxo de ar ideal para o W16, as entradas do radiador de óleo, nas laterais, foram separadas das entradas de ar para o motor, que agora ficam na seção superior da carroceria sobre os encostos de cabeça.
A superfície tridimensional da seção frontal também ajuda na aerodinâmica canalizando o ar para o arco das rodas e, assim, reduzindo o arrasto. Já a lanterna traseira com desenho em X, também tem a função de auxiliar na ventilação dos resfriadores de óleo laterais através de dutos que ligam o espaço triangular aos radiadores laterais. Assim, é criada uma pressão entre as entradas laterais e as saídas na traseira, que ajuda a gerenciar o circuito de resfriamento de temperatura média do W16 com mais eficiência.”
O interior do Mistral é semelhante ao do Chiron combinando acabamento elegante e luxuoso, mas também funcional o suficiente para garantir que as informações sejam facilmente visíveis a até 420 km/h. Há revestimento em couro trançado amarelo nos painéis das portas. Outra referência a modelos Bugatti do passado é a alavanca de câmbio —usinada a partir de um bloco sólido de alumínio — com um toque de madeira e a inserção com âmbar da famosa escultura “elefante dançante” Rembrandt Bugatti.
Quando o último roadster da Bugatti, o Veyron 16.4 Grand Sport Vitesse estabeleceu o recorde mundial de velocidade de 408,84 km/h) em 2013, o motor W16 quadriturbo de 8 litros desenvolvia 1.200 cv. O do W16 Mistral tem 1.600 cv, a mesma unidade de potência que levou o Chiron Super Sport 300+ a velocidade recorde mundial de 488 km/h em 2019. Agora só resta aguardar para ver se o roadster Mistral quebra este recorde se tornando o carro mais rápido no mundo.
Serão construídos apenas 99 exemplares do Bugatti W16 Mistral, com preço de 5 milhões de euros (R$ 27,5 milhões na conversão direita). As entregas estão previstas para começar somente em 2024, porém toda a produção do W16 Mistral já está vendida, conforme informou o fabricante.
RM