Em meio a rumores envolvendo o futuro de pilotos e suprimento de motores para as próximas temporadas o calendário do Campeonato Mundial de F-1 prossegue neste fim de semana com a disputa do GP do Canadá (foto de abertura)
O evento será disputado no já clássico traçado situado na Ilha de Nossa Senhora, vizinha à cidade de Montreal, e famoso por resultados e acidentes que beiram o bizarro. Tal combinação pode ser a maior ameaça ao domínio que Max Verstappen e a equipe Red Bull consolidaram nas últimas oito etapas já disputadas em este ano. Nem mesmo o outrora imbatível Toto Wolf, responsável pela acachapante conquista de oito títulos consecutivos de construtores e sete de pilotos iniciada nos anos 2010, vê chances de repetir a boa atuação de Lewis Hamilton e George Russell em Barcelona, respectivamente segundo e terceiro colocados na corrida vencida por… Verstappen.
Nos últimos dias a McLaren dominou manchetes na imprensa especializada ao anunciar a contratação de Rob Marshall, atualmente na Red Bull, para compor a alta cúpula do departamento técnico de Woking, sede do grupo. Marshall começará sua colaboração com a equipe em 2024, imposição das regras de mercado respeitada pela F-1, prática que tem gerado negociações paralelas em casos semelhantes. Até o momento a Ferrari não liberou Laurent Mekies para assumir a direção da AlphaTauri no ano que vem. Ao final deste ano o austríaco Franz Tost deixa o cargo e assume a condição de aposentado.
Além de recursos humanos, a McLaren também movimentou o mercado de motores: após um conturbado renascimento de sua associação com a Honda, a equipe passou à condição de cliente da Mercedes. Recentemente a escuderia negociou com a Red Bull a possibilidade de usar os motores que o time dos energéticos vai fabricar para a temporada de 2026. Andrea Stella, o diretor técnico da equipe fundada por Bruce McLaren, confirmou a tratativa e foi mais adiante:
“Conversamos com a Red Bull porque estamos sempre avaliando as opções de mercado, mas hoje posso dizer que estamos próximos de renovar nosso acordo com a Mercedes.”
O time alemão a preocupação maior é a renovação de contrato de Lewis Hamilton. De acordo com Toto Wolff, o assunto vai ser resolvido em “questão de dias, não de semanas”. O inglês viu seu nome ligado à uma possível transferência milionária para a Ferrari, algo que não surpreendeu por se tratar da Scuderia em período de crise. Por outro lado, Wolff foi taxativo ao comentar sobre a possibilidade de repetir o bom resultado de Barcelona:
“Barcelona é um circuito propício ao nosso carro, ao contrário de Montreal, que tem longas retas e muitas curvas de baixa velocidade.”
Vale lembrar que a última curva do circuito de 4.316 metros é conhecida como “S do muro”. Situada ao final da longa reta paralela à raia olímpica do parque local, é um ponto onde regularmente pilotos cometem erros que levam a bater contra o muro na entrada da reta de chegada. A história da corrida tem momentos hilários além de acidentes nesse local. Em 1991 Nélson Piquet venceu quando Nigel Mansell desligou acidentalmente o motor do seu carro a algumas centenas de metros da chegada quando era líder da prova. Em 2008 Lewis Hamilton não notou a interdição da saída de box após um pit stop na volta 19 e bateu na traseira do carro de Kimi Räikkönen. Nesse GP o polonês Robert Kubica conseguiu sua única vitória na categoria, tal qual Jean Alesi, vencedor da prova em 1995. Sem combustível após a bandeirada, Alesi voltou aos boxes de carona no Benetton de Michael Schumacher…
WG
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