Desde que mentes “brilhantes” acharam que era preciso encher as ruas de faixas de travessia de pedestres elevadas, vulgo lombofaixas (que nome horroroso!), eu disse ser bem coisa de ouvir o galo cantar mas não saber onde o galináceo está.
Imagino que alguém tenha visto que nos aeroportos modernos, na área de desembarque/embarque, onde circulavam veículos, algumas ilhas que as pessoas precisam atingir e daí a necessidade de faixas de travessia de pedestres. Como estas pessoas quase invariavelmente puxam suas malas dotadas de pequenas rodas ou empurram carrinhos com malas, nada mais sensato do que as faixas ficassem no mesmo nível das calçadas, começando pela calçada logo na saída do terminal.
Daí a ideia chegar às ruas foi um pulo, começaram a “nascer” as lombofaixas em todo o país, feitas à luz e imagem da lombadas, ou seja, nada de projeto sério, sem uniformidade e sem respeitar as normas aplicáveis e, sobretudo, obrigatórias. Tanto lombadas quanto lombofaixas requerem projeto assinado por engenheiro, isso está bem claro na regulamentação estipulada pelo Contran — em teoria, pois a não conformidade com essa exigência é mais regra do que exceção. E assim motoristas ganharam mais um “presente” a contribuir para o dirigir irritante e preocupado e que traz desconforto.
Estive recentemente em Florianópolis para o lançamento da Fiat Strada Turbo e as lombofaixas do Aeroporto Hercílio Luz chamaram minha atenção.
Note na foto acima a suavidade e a extensão da rampa da lombofaixa e a altura dela. a mesma da calçada/meio-fio. A precisão de sua construção atende às necessidades das pessoas sem absolutamente comprometer os veículos, com mostra a foto de abertura.
O problema das lombofaixas
Se a utilidade da lombofaixa nesse ambiente (aeroportos) é inquestionável, em qualquer outro é condenável. Tudo que se refere a trânsito deve ter uniformidade. Imagine as luzes de taxiamento doa aeroportos não serem padronizadas, o risco que isso representar para os aviões trafegando no solo e em distâncias cada vez maiores. Impensável..
O mesmo com o tráfego de veículos, daí eu criticar enfaticamente semáforos experimentais com informação de temporização que fogem do padrão. É Inconcebível, do ponto de vista de segurança, haver semáforos “diferentes” — até mesmo nas linhas férreas.
Toda e qualquer sinalização para veículos — terrestres, marítimos e aéreos — e até para pedestres, pressupõe observação automática, que não demande tempo para interpretação.
Dentro deste elementar princípio está a questão da lombofaixa nas ruas. O pedestre não deve ter dúvidas ao iniciar uma travessia de rua. Ele tem que saber que a faixa de travessia sempre está mais baixa que a calçada (como sempre foi), em especial os deficientes visuais. O mesmo vale para mães empurrando carrinho de criança e cadeirantes.
A lombofaixa não teria esse problema se fosse aplicada em TODAS as faixas do país e, principalmente, se os órgãos responsáveis por trânsito assistissem e assimilassem a aula que esta matéria é.
BS
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