Como esperado, findo o dinheiro para subsidiar as vendas de carros novos de até 120 mil reais, os volumes de vendas voltaram aos patamares de antes dos incentivos, ou seja, no patamar de 8.000-8.500 licenciamentos diários de veículos leves.
As vendas de pesados seguem seu caminho difícil, desde o início do ano, quando passou a valer a regra de emissões gasosas Proconve P8 (Euro 6), os dispositivos presentes encareceram o produto final, por mais que tenham estendido os incentivos aos pesados, o mercado ainda não deu sinais de reação.
Agosto teve vinte e três dias úteis, dois a mais que julho, a queda de emplacamentos diários foi de 16,6% e as vendas diretas tiveram aumento, atingindo 45% nos automóveis e 68% nos comerciais leves. Aquele incômodo de quando o patamar atinge os 50% do total faturado para frotistas e locadoras, está de volta.
Com a queda dos índices de inflação em curso, há a expectativa de que o Banco Central siga reduzindo a Selic progressivamente até o final do ano, o que daria um maior ânimo às vendas por financiamento, melhorando o quadro no varejo.
No último dia 5, o presidente da Anfavea, em coletiva à imprensa, destacou esses fatores e enumerou outros que afetaram os mercados de exportação, não está sendo um ano fácil.
No total, emplacaram-se 207.743 autoveículos, sendo 196.968 automóveis e comerciais leves, 9.314 caminhões e 1.461 ônibus. O ritmo de licenciamentos melhorou mais um pouco no final do mês, ainda não o suficiente para arriscarmos dizer que setembro será muito diferente.
Na comparação de períodos, oito meses deste ano com os mesmos meses do ano passado, houve uma melhora de 11%, porém a base de comparação engana, pois os piores meses da falta de semicondutores estenderam-se até último novembro.
Como a turbulência é pouca, elegeram um alvo, os carros elétricos que vinham sendo importados com tarifa zero, já anunciado o fim do benefício, virão as consequências. Já havia cadeia montada de importadores trazendo EVs para o país, que significam uma vírgula antes do 1%, ou seja, o balanço entre benefícios e malefícios pende para o segundo lado. Para variar. Aqui o planejamento de longo prazo não ultrapassa uma semana.
Ranking do mês e dos oito meses
O fim do desconto na compra de carro zero-km mudou os rankings de vendas. Esperado, Fiat segue em 1º, distante dos demais, com 45.479 unidades licenciadas, Chevrolet vem em segundo, com 29.639, com VW na cola, 28.806, Toyota consolidada em quarto lugar, 18.063, depois Hyundai, Jeep, Renault, Honda. Nos oito meses a Fiat emplacou 296.763, um crescimento de 11% sobre 2022, em linha com o mercado, VW em segundo, com 208.780 e GM em 3º, 208.352, um empate técnico.
Onix voltou à liderança dos automóveis, uma ausência de mais de ano, com 8.345 unidades vendidas, seguido de perto pelo Polo, 8.220, HB20, com 8.052, ou seja, os três primeiros bem próximos, depois o Onix Plus, Mobi, Tracker e novamente quatro suves entre os dez primeiros.
Nos comerciais leves a Strada (foto de abertura) disparou na frente, com 12.870, liderando o geral, seguida pela Toro, com 4.639, Saveiro, com 4.593, Hilux, Montana, S10. Esse salto da Strada pode também ter efeito da nova versão com motor turbo e câmbio CVT, avaliada aqui no AE. Nos oito meses a picape compacta da Fiat mantém-se num distante primeiro lugar, com 73.803 unidades, depois a Toro, 34.059, Hilux, 30.317, Saveiro, Montana, S10. Espera-se que a nova Ranger provoque uma mexida no segmento das médias com chassis e a Rampage no das médias de monobloco, novos produtos e renovação sempre são saudáveis para o mercado.
Até mês que vem!
MAS