Como certamente é do conhecimento de todos, no final de tarde desta sexta-feira uma forte tempestade, com ventos de até 100 km/h, na cidade de São Paulo, resultou em danos na rede de distribuição de energia elétrica que deixou dois milhões de pessoas da capital paulista sem energia elétrica, segundo a distribuidora Enel.
No bairro onde moro, Moema, grande parte dos prédios de apartamentos, comerciais e lojas foram afetados, um deles o meu. Às 16h45 houve a interrupção do fornecimento de energia elétrica. Até certo ponto é normal isso acontecer, a energia volta em até meia hora, raramente um pouco mais. Mas nesse evento seria diferente. Uma hora, duas, três horas e, nada.
Para encurtar a história, a energia só voltou hoje às 8h30. Trinta e nove horas e 45 minutos depois. Houve um repeteco esta manhã, duas horas de interrupção de fornecimento. Total: 41 horas e 45 minutos. Nada de internet, obviamente. Eu nunca havia passado por essa experiência.
Diante da força e abrangência da tempestade, nem me dei ao trabalho de telefonar para a Enel para reclamar da falte de energia.
Passar duas noites à luz de velas é longe de ser uma coisa agradável para quem não está acostumado. O que mais irrita é a metodologia de reparo das distribuidoras, fazê-lo por seções da rede. Enquanto nosso prédio estava sem energia, à nossa volta havia um mar de luzes visto da janela da minha sala (foto tirada ontem às 22h00).
A comunicação foi mantida graças aos telefones celulares, já que minha única linha fixa — chamada “metálica” hoje em dia — está atrelada a um telefone sem fio, que depende de energia elétrica. O único telefone comum que eu tinha fora dado para um dos funcionários do prédio anos atrás, senão bastaria conectá-lo à linha telefônica no lugar da doca do sem-fio nessa condição emergencial.
Como o prédio tem gerador para alimentar áreas comuns como hall dos elevadores, portões, bomba d´água, um dos dois elevadores, etc., pudemos recarregar nossos celulares numa tomada no hall do elevador. Formou-se uma pequena fila, pois são quatro apartamentos por andar e não se deve carregar mais do que dois aparelhos na mesma tomada. Vieram-me à cabeça os carros elétricos a bateria, como chegar a um carregador e ter o dissabor de haver um carro carregando, se não mais. É fato sabido que o país precisa aumentar a rede de eletropostos, por problemas dessa ordem estarem ocorrendo.
O AE
Para mim a preocupação maior era o AE. Sem estar no meu “posto de comando” tudo fica mais difícil. Eu precisava escrever esta coluna e fazer isso no celular não é tão fácil. Pedi ao Gerson que publicasse uma matéria pronta (a do câmbio CVT) e que moderasse e/ou respondesse a alguns comentários dentro do possível, mas ele tinha coisas a fazer, como terminar matéria do Volvo XC60. Eu mesmo cuidei de alguns comentários pelo celular, mas é muito incômodo. Mas havia outro problema com a falta de energia elétrica.
Refrigerador e congelador
`Às 10 horas da manhã de sábado, portanto 17h15 horas sem funcionarem, alimentos no refrigerador — a popular geladeira — e no congelador começaram a dar sinais preocupantes de ganho de temperatura, em especial o que estava no congelador.
Foi então que minha mulher resolveu transformar, temporariamente, o refrigerador e o congelador em geladeira — as verdadeiras, de antigamente, armários térmicos com portas estanques onde eram colocadas enormes pedras de gelo vendidas em domicílio pelos geleiros, que as transportavam em caixas de madeira sobre o guidão de uma bicicleta.
Com a providência tomada, nada se perdeu. A foto de abertura mostra a “geladeira” temporária…
BS
A coluna “O editor-chefe fala” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.