Nos dias que antecederam o GP do Japão, disputado domingo, muitos apostaram em mais uma derrota da equipe Red Bull, no renascimento de Charles Leclerc e na ressurreição de Daniel Ricciardo. Ao final da tarde de domingo, quem acreditou nisso curtiu uma ressaca digna de saquê de baixa qualidade. Tudo cortesia da dobradinha dos energéticos na prova de classificação e na corrida, de mais uma em que Carlos Sainz foi o melhor piloto da Scuderia e do abandono do piloto australiano logo na primeira volta, consequência de um choque contra Alex Albon.
No clássico circuito japonês, Verstappen não deu chance a ninguém (foto de abertura) e ainda trouxe no vácuo seu companheiro de equipe, Sergio Pérez. A boa exibição do mexicano valorizou seu passe para a próxima temporada. Após um período de borbulhas e forte vapor, o ambiente da Red Bull pareceu voltar à normalidade, com as atuações de Verstappen e Pérez, que além do pódio também dividiram a primeira fila do grid.
Aos que esperavam a tão aguardada calmaria no ambiente interno da Red Bull, o tricampeão mundial e campeão reinante jogou sal na fervura ao declarar que tem contrato com o time dos energéticos até 2028…, Mas que não sabe se correrá em 2025. Atentos à possibilidade de desestabilizar o time que domina a categoria há três temporadas, seus adversários não escondem que avaliam o mercado constantemente e que holandês é um uma possibilidade, disputa onde Mercedes e Aston Martin têm as possibilidades maiores.
Há mais distúrbios nesse ambiente. Depois de a Ferrari ter investido na contratação de Adrian Newey, agora é Aston Martin que assume a liderança nessa caçada pelos serviços do mago da aerodinâmica. Esta possibilidade destaca o fato que, a partir de 2026, o time de Lawrence Stroll terá motores Honda, marca que equipa os atuais Red Bulls. Se o canto da sereia funcionar, tão claro quanto o salário astronômico que o engenheiro inglês será a continuidade do trabalho atual com a marca japonesa.
No passado recente a Aston Martin já surpreendeu a muitos com a contratação de Sebastian Vettel e, mais recentemente, Fernando Alonso. O espanhol correspondeu melhor que o alemão em termos de resultado, mas com vagas abertas na Mercedes e Red Bull, ele está com a paella e a taça de Tempranillo em suas mãos no que diz respeito a escolher onde quer correr.
Nome que muitos sempre enxergavam à sombra de Charles Leclerc, Carlos Sainz Júnior sabe que seu lugar será ocupado por Lewis Hamilton em 2025 e a cada prova mostra que é mais rápido e eficiente que o companheiro de equipe monegasco. Desde o ano passado o espanhol é o único piloto não Red Bull a vencer nos últimos 14 meses.
Não é segredo para ninguém que o contrato de Sérgio Pérez com a Red Bull termina este ano, o que deixa aberta uma vaga das mais interessantes.
Daniel Ricciardo já foi cotado como candidato a substituir o mexicano, mas suas últimas atuações deixam em dúvida até mesmo sua permanência na equipe B da marca dos energéticos. O australiano parece viver um período de ocaso e demonstra instabilidade e ineficiência em busca de resultados minimamente comparáveis ao do japonês Yuki Tsunoda. Em Suzuka ele abandonou na primeira volta em consequência de um acidente de corrida, onde não pode ser declarado culpado. Mesmo assim, não será surpresa se ele for substituído pelo neozelandês Lian Lawson ainda na atual temporada.
Para os sempre fanáticos japoneses, uma corrida antológica: Yuki Tsunoda levantou a torcida ao fazer belas ultrapassagens, uma delas ao superar Pierre Gasly por fora na terceira perna dos esses após os boxes. O pequeno nipônico terminou em décimo lugar e marcou seu sétimo ponto da temporada, atuação que valoriza seu passe em uma equipe que vive uma nova fase, agora liderada por Laurent Mekies.
O resultado completo do GP do Japão você encontra aqui.
WG
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