Os números, sempre eles. Vários têm sido os sinais do mercado, todos acompanhados de números, diferentes fontes, particularmente uso os de sempre. Vendas varejo, vendas diárias e também vendas de usados, com isso normalmente é possível tirar com razoável precisão algumas conclusões, enxergar tendências, mudanças de rotas, aceleração, ou desaceleração, enfim, vamos a eles.
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea fez a coletiva de imprensa mensal, no último dia 8, quando na China. Ele mais comitiva brasileira estavam ali para uma missão, falou sobre a tragédia que assola o estado do Rio Grande do Sul. A maior enchente de todas vem deixando um rastro de destruição que entristece e preocupa. Quantidade de vidas arruinadas, economia local abalada, difícil prever hoje a sua extensão e impactos na produção local e na cadeia logística.
Fôssemos nos ater somente ao mercado de veículos novos, a região Sul representa algo como 17% das vendas domésticas, o RS quase metade disso, então é possível prever o impacto neste mês e no restante do ano. Banco Central sinalizou que a Selic deve ter seu ritmo de queda reduzido, portanto teremos dois fatores importantes como freio na recuperação.
Em abril venderam-se 220.842 autoveículos, dos quais 208.348 leves, 10.758 caminhões e 1.736 ônibus. Estamos nos aproximando dos níveis pré-pandemia. Este abril registrou vendas 7% abaixo do mesmo mês em 2019, o ritmo de emplacamento diário de leves foi de 9.470, o gráfico abaixo ilustra melhor a situação. O varejo vem puxando a retomada, graças à volta do crédito para financiamento.
Com relação a abril do ano passado, automóveis avançaram 39%, comerciais leves 30% e na comparação de quadrimestres tivemos respectivamente aumentos de 17% e 21%. Bom lembrar, há cerca de dois meses a Anfavea relutava em apontar crescimento no ano superior a 5% sobre 2023. Creio agora haver fatores suficientes para que a revisão semestral de projeções seja atualizada condizentemente com o que vemos.
Varejo avançou 43% em abril e 21% no ano, 92.028 automóveis e 16.799 comerciais leves é patamar somente inferior a dezembro.
Nos eletrificados, BYD segue dando as cartas, figura em 10º no ranking de marcas, detém 80% de participação entre os EVs (puramente elétricos) e figura em 2º no ranking de híbridos. Para termos uma ideia da força desse avanço, a Ford, que há três anos decidiu abandonar a fabricação local, passando a ser importadora, figura em 14º lugar no ranking geral. A marca do oval azul está aqui há 105 anos.
Ranking do mês e do quadrimestre
Fiat na liderança, com 42.096 emplacamentos, seguida da VW, com 33.439, Chevrolet, 29.851, Toyota em 4º, 17.339, depois Hyundai, 15.674, Renault, Jeep. Na acumulado do quadrimestre temos Fiat com 143.607 unidades comercializadas, VW, 110.264, Chevrolet, 86.751, Toyota, Hyundai, Renault, Jeep, Nissan.
Nos automóveis o Polo (foto de abertura) segue dando as cartas, 12.434 unidades vendidas, Onix em 2º, 9.087, Argo em 3º, HB20, Onix Plus, uma reação dos compactos, puxados pelas vendas para locadoras, Ainda assim, são 4 suves entre os dez primeiros. No ano o Polo segue abrindo distância, 39.698 emplacados, crescimento de 97% sobre o mesmo período do ano passado, Onix em Argo e HB20 disputando a 2ª posição no photochart, em seguida Mobi, T-Cross, Creta, Tracker e Kwid fechando os dez primeiros.
Nos comerciais leves, Strada reina absoluta, 11.497 unidades licenciadas, Saveiro em 2º, 5.373, Hilux em 3º, 4.792, Toro em 4º, Montana, S10, Ranger. Nos quatro primeiros meses a Strada vendeu 38.077 unidades, 20% de crescimento, Saveiro 17.738 (+67%), Hilux, Toro, Montana, S10, Rampage.
Neste mês ofereço aos nossos leitores uma mudança na tabela de leves, ranking até o 20º, ressalvando que no caso da Ram (exceto a Rampage nacional) faço a soma de todos modelos.No Transit somo também com a versão EV.
Fica a minha torcida para que a recuperação no RS entre em curso o mais rápido possível, que as ajudas sigam fluindo e a situação se normalize.
Até mês que vem!
MAS