Este causo faz parte do meu segundo livro “Eu Amo Fusca II – Uma coletânea de causos de felizes proprietários de Fusca”, lançado em 2004. A coletiva de imprensa para o seu lançamento foi na icônica Volkswagen Haus, um espaço que havia sido o showroom de uma conhecida concessionária VW, a Dacon.
O fechamento da Volkswagen Haus deixou uma lacuna. pois além de ser o local de exposição e vendas de veículos especiais da Volkswagen do Brasil, era usado para eventos diversos, como as reuniões da Confraria do Fusca e ocasiões especiais como a festa de lançamento do selo comemorativo dos 50 anos da fabricação do VW Fusca nacional.
As coletivas de imprensa de lançamento de meus dois livros foram organizadas pela assessoria de imprensa Texto Final, do competente Koichiro Matsuo. A do primeiro livro foi no saguão da concessionária VW Sabrico na Avenida Hermano Marchetti, que não existe mais também.
Para a coletiva de imprensa do segundo livro, a Texto Final expediu uma carta que acompanhou o convite e que reproduzo abaixo:
Fusca, uma paixão
Em poucos minutos, qualquer pessoa que inicia uma conversa com Alexander Gromow percebe estar diante de um especialista, profundo conhecedor do automóvel mais popular do mundo, o Fusca. Mais um pouco e percebe-se que Gromow não é apenas um especialista, é um apaixonado.
Fui apresentado a ele por Renato Acciarto, editor do caderno Carro, do jornal Gazeta Mercantil, há cerca de um ano e meio. Convidei Gromow a nos visitar. Cercado de formalidades, próprias de um professor universitário e de sua origem germânica, Gromow falou sobre o VW Fusca como se fosse parte integrante de sua vida.
Na outra ponta, encontramos a mesma fascinação por parte dos jornalistas. De fato, constatei, o Fusca é uma unanimidade. Uma paixão.
Realizamos a coletiva de imprensa de lançamento do primeiro livro – Eu Amo Fusca – A história brasileira do carro mais popular do mundo, no dia 21 de março do ano passado, na sede da concessionária Sabrico (aliás, nossos agradecimentos à diretoria). Em dia chuvoso e tráfego ruim na cidade de São Paulo, recebemos 23 jornalistas.
A receptividade ao livro, porém, ficaria por conta da Imprensa nacional, sem jogo de palavras ou jargões, do Chuí ao Oiapoque.
Agora, estamos repetindo a mesma dose e o mesmo receituário, com sucesso, diga-se. À esteira do primeiro livro, tão logo anunciamos o lançamento do segundo livro, os jornalistas começaram a solicitar os exemplares de Eu Amo Fusca II – Uma coletânea de causos de felizes usuários de Fusca, prova inequívoca de demonstração de atrativa.
Certamente, os leitores – e também os jornalistas – vão se sentir dentro de, ao menos, um dos 67 causos narrados e compilados por Alexander Gromow. Afinal, nos últimos 50 anos, quem não teve um caso de amor com o Fusca?
Ao amigo Gromow, sucesso!
Koichiro Matsuo
Assessor de Imprensa
Jornalista
Um carona muito importante
Por Salvador Mendes Ouriques
Há muitos anos a marca VW começou a ser conhecida e respeitada em todo o país por sua resistência, economia e baixo custo de manutenção.
O Fusca passou a ser o carro mais utilizado por taxistas, viajantes/vendedores.
Este é o meu caso.
Numa dessas viagens eu vinha de Torres para Porto Alegre (entre Três Cachoeiras e Terra de Areia, existia uma barca para atravessar os veículos). Logo que passei o rio, havia um carro antigo parado e o motorista fazendo sinal para parar. Pediu me para empurrar seu carro, eu disse que não podia porque o para-choque era mais baixo, além do que, o meu Fusca era novo.
Ele disse: “Este carro é do Governador”. Respondi “Pode ser do Presidente do Brasil, este aqui é meu”. Então, me pediu uma carona.
Chegando no lugar onde estava o General Ernesto Dorneles, sua esposa e duas crianças, o motorista tirou o seu casaco e passou nos assentos do Fusca; naquela ocasião não existia asfalto na BR-101.
O Governador me perguntou se eu poderia levá-los: “Ora! E uma honra para mim, Excelência!” Chegamos em Santo Antônio, parei para que tomassem café com sonhos.
Nessa época, era de praxe nos darem um cartão, onde constava a hora de saída e possível chegada, para controlar a velocidade na viagem.
Ao sairmos de Santo Antônio, o guarda pediu-me a documentação e já foi dizendo que o meu carro não tinha placa dianteira. Foi aí que eu disse: “Não tem placa dianteira e nem traseira, já que paguei os impostos e isto está afixado no para-brisa.”
O problema é do Estado. O guarda mandou: “Encosta o carro para cá!” Nesta hora, o Governador tirou o chapéu, bateu na minha perna e desceu do carro dizendo: “Eu sou o Governador do Estado, o Sr. Salvador está com toda razão.”
“Me desculpe Excelência, não tinha reconhecido o senhor”, disse o guarda; o outro guarda veio correndo e parou em posição de sentido, fez continência e se ofereceu para vir escoltando o carro. “Não precisa, fica no teu posto, disse o Governador.”
Ao chegarmos ao Palácio Piratini, fizemos a volta no canteiro de rosas, aí paramos. Em seguida, veio o comandante da casa militar e disse: “Excelência, como é que o Senhor veio neste carrinho?” Respondi: “Comandante, o culpado é o senhor que deixou o nosso Governador viajar num carro velho. Esse carrinho, como o senhor falou, é alemão e é novo”.
E aí o Governador bateu em minhas costas e disse: “Realmente, fizemos uma ótima viagem”; e nos convidou para entrar e tomar um café.
A foto de abertura é uma criação por I.A./Openart baseada no posto Texaco da foto do Salvador Mendes Ouriques. Eu morava no Rio Grande do Sul na época deste causo e havia, dentre outros, muitos Postos Texaco e Esso, ambas saíram do negócio de distribuição de combustíveis. A Texaco permanece no ramo de lubrificantes. E a rede Esso foi vendida para a Shell.
Você tem um causo com seu VW arrefecido a ar? Mande-o para mim, quem sabe ele pode aparecer aqui na coluna “Falando de Fusca & Afins”. O e-mail de contato está na nota abaixo.
Eu passei o meu segundo livro, “Eu Amo Fusca II – Uma coletânea de causos de felizes proprietários de Fusca” para a versão de eBook que está disponível na amazon.com.
AG
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