Quem não se irrita com aqueles “bibibibi” dos motociclistas que trafegam pelos “corredores” nas grandes cidades? E que, lá pela meia-noite, o sono chegou e junto com ele o “bibi” do motoboy que trouxe a pizza para o vizinho, mas tem preguiça de tocar a campainha e acorda toda a vizinhança. No trânsito, eles alegam que é para avisar aos motoristas que estão passando e que eles não devem mudar de faixa. Bem, mas a maioria deles não respeita o motorista, mesmo que este tenha sinalizado seu movimento. E passam, geralmente seguido por muitos outros. Nas entregas noturnas a justificativa é que ganham mais tempo se tocarem a buzina ao invés da campainha.
Mas este não é o único problema causado por alguns usuários de motocicletas. Muitos são aqueles que ao trocarem os escapamentos dos seus veículos (foto de abertura), o fazem por peças não certificadas, que, sem abafadores, emitem barulho acima dos decibéis permitidos pela lei e, pior, também poluem por ar.
O excesso de ruído, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) prejudica o descanso, gerando estresse, perturbando o sono, causando danos ao metabolismo e cardiovasculares. E a queima inadequada do combustível causa danos ao meio ambiente, como ocorre com os automóveis, caminhões e ônibus.
E o Código de Trânsito Brasileiro, por intermédio de regulamentação do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) estipula multa de R$ 195,23, cinco pontos anotados na CNH e retenção do veículo para reglarizção ou sua apreensão. Mas, com uma fiscalização ineficiente, o “bibibi” e a poluição tomam conta das cidades, com exceção daquelas poucas, como Campinas, que estão tomando medidas.
As normas mandam que, a motos fabricadas até 31 de dezembro de 1998, podem emitir até 98 decibéis e, a partir daí, entre 75 e 80 decibéis C, dependendo da cilindrada de cada veículo.
Segundo o Sindimotos de São Paulo, são 1.300.000 motos circulando no Estado, sendo que 400 mil delas usadas para trabalho de entregas. Ainda que seja apenas um Sindicato, este condena a alteração das motocicletas.
Não é proibido trocar o escapamento, desde que isso seja feito com a peça obedecendo as normas estabelecidas na legislação, quanto a barulho. Ou seja, seguir o Promot (Prograna de Controle da Poluição do Ar por Motociclos Ciclomotores e Similares), instituído pela Resolução Conama nº 297/2002.
Nesse aspecto que a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) concorda que os motociclistas possam, na hora da reposição, colocar a peça que melhor lhes convier, desde que obedeçam a legislação.
Sérgio Martins de Oliveira, diretor-executivo da entidade, defende a isonomia, já que os fabricantes da área de reposição têm que obedecer a apenas dois itens: não causar queimaduras e ter resistência à corrosão. Mas a motocicleta nova é obrigada a sair de fábrica com catalisador e silenciador de ruídos para atender à legislação em vigor.
O executivo reconhece que a peça de reposição produzida pelas fábricas de motocicletas tem um custo maior que aquelas encontradas no mercado de reposição. Mas ressalta que as primeiras cumprem as normas, são mais seguras e duradoras, além de preservar a qualidade do ar e emitir sons dentro dos níveis permitido pela legislação. Isso tudo, além de serem diferentes no visual, conforme é possível ver nas fotos.
CL
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