Há alguns anos o ritmo frenético de trabalho das equipes de F-1 (foto de abertura) passou a ter uma interrupção anual no mês de agosto, aquele que os italianos chamam de ferragosto em decorrência do antigo costume de celebrar a colheita com um bônus e dias de descanso. O evento foi instituído por Augusto, imperador que sucedeu Júlio Cesar e precedeu Tibério ao reinar de 16 de janeiro de 27 (a.C) a 19 de agosto de 14 (d.C). O costume evoluiu e acabou transformando o oitavo período do calendário anual em um tempo dedicado às férias, hábito que durante algum tempo fechava mais de 80% do comércio e indústria italianos.
Razões pragmáticas como o impacto na economia e andamento de projetos alteraram o costume, mas a ideia de repousar por 30 dias acabou contaminando a categoria mais importante do automobilismo. Assim, atualmente a F-1 pratica um período de férias que separa dois GPs por quatro a cinco semanas, espaço de tempo no qual as fábricas não podem operar. É difícil controlar que todos envolvidos estão se bronzeando em uma praia ou curtindo algum clima de montanha. Logo após o GP da Bélgica, uma boa parte de pilotos e chefes de equipe embarcou para destinos turísticos, como é possível ver neste vídeo publicado pelo site F1technical.net.
Para outros, há indícios de novos acordos fechados, o principal deles o que foi acertado entre Adrian Newey e Lawrence Stroll. Segundo a revista italiana Autosprint o projetista inglês optou por seguir vivendo na Inglaterra e associar-se à Aston Martin. Há algumas semanas foi ventilado que as exigências de Newey para assinar com a equipe Ferrari eram tão grandes que criariam conflitos internos de grande impacto. Outro ponto que reforça a notícia no semanário italiano é que a Ferrari anunciou nos últimos dias que o italiano Diego Tondi foi promovido à chefia do departamento de aerodinâmica, em substituição a Enrico Cardile, que foi contratado pela equipe do empresário canadense. Tondi formou-se pela Universidade de Pisa e trabalha na Ferrari desde 2007, tendo ocupado vários cargos ligados à sua especialização.
Mesmo com as portas de suas sedes oficialmente fechadas, várias equipes já anunciaram novidades para quando a temporada reiniciar, dia 25 de agosto em Zandvoort, nos Países Baixos. Uma delas é a Williams, que após a contratação de Carlos Sainz por supostos € 10 milhões (cerca de R$ 61, 9 milhões), vive um clima de expansão e motivação no que diz respeito ao seu pessoal de fábrica. Desde o ano passado o time de Groove já contratou mais de 130 pessoas, 20 delas agregadas nos últimos meses e vindas de equipes grandes. Para a corrida na pista holandesa os carros de Alex Albon e Logan Sargeant receberão a primeira de três fases de aperfeiçoamento da aerodinâmica previstas para o segundo semestre. Já a Mercedes planeja abandonar o assoalho usado em Spa e retornar à versão anterior quando o campeonato reiniciar.
WG
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