Já falei sobre essas duas questões aqui na coluna, mas não custa tocar nessas duas questões que, como motoristas, nos afetam diretamente. Os dois assuntos se referem ao Estado de São Paulo, mas se aplicam ao país.
A Agencia de Transporte de São Paulo (Artesp) emite boletins diários,, no mínimo duas vezes no dia, informando as condições das principais rodovias concedidas, que merecem todo o aplauso., No entanto, causa espécie a quantidade de pontos de lentidão e congestionamento, muitos com a simplória explicação de se tratar de “excesso de veículos” e isso independe de hora, ou seja, não é questão de pico de trânsito.
Por lógica conclui-se que está faltando espaço, uma vez que o “excesso” se traduz em nada mais que uma coisa chamada atividade econômica nos dias úteis, dias de trabalho como se diz em inglês, working days. Esta não tem como ser interrompida, obviamente, portanto há apenas duas maneiras de acabar com os congestionamentos ou reduzi-los: tomar medidas para melhorar o fluxo e aumentar a capacidade das rodovias. mas ambas apresentem dificuldades.
Melhorar o fluxo é relativamente simples, adotem-se velocidades realistas. Por exemplo, recentemente não sei se decisão da Artesp ou do Departamento Estadual do Estado de São Paulo (DER-SP) a velocidade máxima permitida no trecho final da excelente SP-70 Rodovia Ayrton Senna, sentido capital, foi reduzido de 120 para 90 km/h, resultando em congestionamentos ali, praticamente inexistentes antes.
É claro que existem velocidades diferentes velocidades máximas regulamentadas para veículos leves e pesados, mas isso exige disciplina, o que inquestionavelmente faz falta no nosso trânsito. Não tem cabimento, por exemplo, veículos pesados, usarem mais de uma faixa., como tanto se vê aqui. Quem já dirigiu numa autoestrada alemã viu que veículos pesados se mantêm na primeira faixa, contando da direita para a esquerda, à sua velocidade máxima permitira de 80 km/h.
Aliás, abrindo uma parêntese, é incompreensível e inadmissível, já faiei sobre isso, a numeração das faixas no Brasil, em que a última da esquerda é a nº 1, como se nossa mão fosse esquerda como no Reino Unido e Japão, para dar dois exemplos.
Já a ouras solução, aumentar capacidade das rodovias demanda vontade política e sobretudo investimento, ambos difíceis.
Operação Direção Segura Integrada
É do Departamento de Trânsito do Estado de São Paulo (Detran-SP) essa operação abreviada ODSI;. Ela consiste da fiscalização mediante blitzes na capital e em municípios nas sextas-feiras e fins de semana. Armam-se com frequência verdadeiros e ridículos aparatos circenses para fazer cumpri a mais ridícula ainda “lei seca” aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Silva, no seu segundo mandato, em 19 de junho de 2008.
O Detran-SP informou, por exemplo, que em setembro, 54.737 veículos durante 71 operações em 63 cidades do Estado. As operações de ODSIs do mês resultaram em 1.625 autuações por alcoolemia, sendo 1.508 recusas ao teste do bafômetro, 100 por direção sob influência de álcool e uma por crime de trânsito.
Seria mais do que suficiente efetuar fiscalização bem mais simples, em qualquer noite e de escolha aleatória do carro a ser parado só para o motorista soprar no etilômetro, do que todo esse show que só serve para incomodar os cidadãos e invariavelmente prejudicar o trânsito. Além, claro, de requerer grande efetivo policial militar, civil e técnico-científico que têm coisas bem mais importantes a fazer.
Como já comentei, é surreal o Detran-SP dividir o grau de alcoolemia em “dirigir sob influência” (até 0,33 mg de álcool por litro de ar) e “embriaguez” (a partir de 0,34 miligramas de álcool por litro de ar) como se fossem coisas distintas, quando são a mesma coisa com nomes diferentes, variando apenas o quanto de álcool de ar alveolar foi mostrado no etilômetro.
Como se diz popularmente, durma-se com um barulho desse.
BS
A coluna “O editor-chefe fala” é de exclusiva reponsabilidade do seu autor.