Quando o Chevrolet Onix de geração atual foi lançado no final de 2019, muitos estranharam e criticaram na nossa seção de comentários a não adoção de injeção direta, a GM ter mantido a “velha” injeção no duto.
Antes de continuar, explico que só há dois tipos de injeção de combustível, direta no cilindro e no duto de admissão antes da válvula. Por isso não existe a expressão contrária ‘injeção indireta’ nas nossas fichas técnicas.
Rebatendo as críticas, sempre argumentei que a decisão da GM fora apenas uma questão de custo e que o resultado havia sido bom. Houve também quem atribuísse as poucas quebras de motor no início, seguidas de incêndio, à injeção no duto, quando o problema era pré-ignição, fenômeno inaudível e altamente destrutivo, devido a erro na curva de avanço de ignição, rapidamente corrigido. Portanto, nada a ver com a injeção no duto.
Os anos foram se passando, os limites de emissões foram ficando mais apertados, veio o Proconve PL7 em 2022 e haveria o PL8 em janeiro de 2025 bem mais rigoroso quanto a consumo e, consequentemente, a emissões pelo escapamento. A GM passar à injeção direta, começando pelos dois modelos, foi inevitável.
No início desta semana a GM divulgou nota à imprensa informando que a Montana 1,0 turbo e o Tracker 1,2 (Foto de abertura) turbo passaram a contar com formação de mistura ar-combustível por injeção direta. A nota, no entanto, nada falou sobre o Onix. Tampouco o relevante fato de com a injeção direta fica dispensada qualquer forma de auxílio nas partidas a frio quando com álcool no tanque, como lanças aquecedoras do combustível ou injeção de gasolina, em benefício aos usuários.
As mudanças
Motor 1.0T | ||||||
Potência | Torque | |||||
De | Para | Variação | De | Para | Variação | |
Gasolina | 116 cv | 117 cv | 1,2% | 16,3 m·kgf | 18,3m·kgf | 12,30% |
Álcool | 116 cv | 121 cv | 4,7% | 16,8 m·kgf | 18,9m·kgf | 12,50% |
Motor 1.2T | ||||||
Potência | Torque | |||||
De | Para | Variação | De | Para | Variação | |
Gasolina | 132 cv | 139 cv | 5,1% | 19,4 m·kgf | 22,4 m·kgf | 15,40% |
Álcool | 133 cv | 141 cv | 6,3% | 21,4 m·kgf | 22,9 m·kgf | 7% |
A seguir, confira os dados de desempenho do Chevrolet Tracker: | ||||||
Tracker – 0 a 100 km/h | ||||||
Gasolina | De | Para | Variação | |||
1.0T | 11,8 s | 10,9 s | 7,6% | |||
1.2T | 11,1 s | 9,7 s | 12,6% | |||
Tracker – consumo com gasolina | ||||||
Urbano (km/l) | Rodoviário (km/l) | |||||
De | Para | Variação | De | Para | Variação | |
1.0T | 11,2 | 11,6 | 3,6% | 13,6 | 13,7 | 1% |
1.2T | 10,4 | 11,2 | 7,7% | 13,2 | 14,1 | 6,9% |
Tracker – consumo com álcool | ||||||
Urbano (km/l) | Rodoviário (km/l) | |||||
De | Para | Variação | De | Para | Variação | |
1.0T | 7,8 | 8 | 2,6% | 9,6 | 9,8 | 2,1% |
1.2T | 7,2 | 7,7 | 7% | 9,2 | 10 | 9% |
A seguir, confira os dados de desempenho da Chevrolet Montana: | ||||||
Montana – 0 a 100 km/h | ||||||
Gasolina | De | Para | Variação | |||
1.2T MT | 11,7 s | 10,9 s | 7% | |||
1.2T AT | 10,1 s | 9,5 s | 6% | |||
Montana – consumo com gasolina | ||||||
Urbano (km/l) | Rodoviário (km/l) | |||||
De | Para | Variação | De | Para | Variação | |
1.2T MT | 12 | 12,3 | 2,50% | 13,6 | 13,7 | 0,8% |
1.2T AT | 11,1 | 11 | -0,80% | 13,3 | 13,5 | 1,5% |
Montana – consumo com álcool | ||||||
Urbano (km/l) | Rodoviário (km/l) | |||||
De | Para | Variação | De | Para | Variação | |
1.2T MT | 8,3 | 8,4 | 1,2% | 9,6 | 9,7 | 1,1% |
1.2T AT | 7,7 | 7,5 | -2,5% | 9,3 | 9,7 | 4,3% |
Houve nítido ganho em potência, desempenho e consumo, exceto neste ,quando urbano, da Montana 1,2T de câmbio automático, piora de 2,5%. Provavelmente é devido do ciclo de teste de consumo do Inmetro, algo a conferir.
E o Onix, por que não foi alvo da importante alteração? Será que por ser mais leve atende ao Procove PL8 mesmo com injeção no duto? Questão de menor custo? Acho que a nota à imprensa citada deveria conter tal explicação. Transparência a mais nunca é de menos. A conferir também.
BS
A coluna “O editor-chefe fala” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.