Três dos cinco pilotos mais novos da F-1 2025 marcaram pontos no GP do Japão, disputado domingo no autódromo de Suzuka: o italiano Kimi Antonelli (foto de abertura) terminou em sexto, o franco-argelino Isack Hadjar em oitavo e o inglês Oliver Bearman, em décimo. Os outros dois, o australiano Jack Doohan e o brasileiro Gabriel Bortoleto, em décimo-quinto e décimo-nono, respectivamente. Em uma comparação intra-equipes, Hadjar e Bearman chegaram à frente dos seus companheiros de equipe (Liam Lawson e Esteban Ocon, nessa ordem), enquanto Antonelli e Bortoleto marcaram melhores voltas mais rápidas em relação aos seus companheiros de equipe: pela ordem, George Russell, quinto e Hulkenberg, décimo-sexto. Jack Doohan ficou duas posições atrás de Pierre Gasly e sua volta mais rápida foi seis décimos mais lenta que a do seu companheiro de equipe.

Tal resumo justifica a ampla renovação promovida pela F-1 nesta temporada e pode ficar ainda mais marcante no próximo fim de semana, quando o campeonato prossegue em um GP de 57 voltas pelo circuito de Sakhir, que mede 5.412 metros. É a quarta etapa do campeonato e a segunda de três corridas disputadas em três fins de semana seguidos: depois do Bahrein o circo da F-1 se desloca para Jeddah, na Arábia Saudita. Essa etapa terá uma atração extra para os brasileiros: o paranaense Felipe Drugovich irá participar do primeiro treino livre de sexta-feira, quando vai acelerar o carro de Fernando Alonso.

Kimi Antonelli foi, sem dúvida, o melhor dos estreantes: o italiano de apenas 18 anos (25/8/2006) pontuou em Melbourne, Shangai e Suzuka, onde tornou-se o piloto mais jovem da história a liderar um GP, entre a 22ª e 31ª voltas; todas as demais foram comandadas por Max Verstappen. Com quarto lugar na Austrália, e dois sextos lugares na China e no Japão, ele soma 30 pontos e na classificação do campeonato ele aparece em quinto lugar, à frente de nomes como Charles Leclerc, Alex Albon, Lewis Hamilton, Esteban Ocon e Lance Stroll, que completam os dez primeiros nessa ordem. Na comparação direta com seu companheiro de equipe, George Russell (quarto, 45 pontos) ele aparece com 15 pontos, situação que poderá se inverter em breve: a cada corrida ele mostra desempenho cada vez mais próximo ao do inglês.

Grande rival de Gabriel Bortoleto na disputa do Campeonato Internacional de F_2 em 2024, Isack Hadjar está melhor no campeonato que seus dois companehiros de equipe — Yuki Tsunoda em Melbourne e Xangai —, e Liam Lawson em Suzuka. O franco-argelino finalizou em oitavo no domingo e já acumula 4 pontos, contra 3 do japonês e zero do neozelandês. Na comparação com Oliver Bearman ele tem 1 ponto a menos: o inglês pontuou nas últimas duas provas e se mostra mais regular que seu companheiro de equipe, o francês Esteban Ocon.

Mais desfavorecido que seus colegas do jardim de infância, o brasileiro Gabriel Bortoleto tem feito o que é possível com um dos carros mais lentos do grid. O paulista de 20 anos (14/10/2004) apresentou resultados comparáveis, e eventualmente melhores, aos de Nico Hulkenberg, alemão que tem 37 anos (19/8/1987) e estreou na F-1 no GP do Bahrein de 2010, então defendendo a equipe Williams. Embora nunca tenha subido num pódio após 230 provas disputadas, sua eficiência está fora de questão: continuar na F-1 nessas condições justifica sua presença. No Japão Bortoleto chegou a ocupar a 12ª posição nas voltas 25 a 27, mas a parada para trocar pneus o colocou no fim do grid e ele terminou a corrida à frente apenas de Lance Stroll.

Na equipe Alpine, Jack Doohan segue envolvido em um clima de alta pressão: na primeira sessão de treinos livres seu carro foi entregue ao japonês Ryo Irakawa, que marcou 1’29”394, tempo melhor que o 1’29”757 registrado na manhã de sábado. Na tarde sexta-feira o piloto australiano bateu forte em sua segunda volta, quando não desativou o DRS no final da reta de Suzuka. A asa móvel traseira é desativada automaticamente quando a carga sobre o acelerador é aliviada em 10%, mas Doohan tentava fazer a curva 1 de pé embaixo, manobra que conseguiu realizar no simulador da equipe. Após essa corrida Irakawa desligou-se da equipe Alpine e foi anunciado como piloto reserva da Haas, cortesia se sua ligação com a Toyota, parceira tecnológica da equipe americana.

Você pode conferir aqui o resultado completo do GP do Japão.
WG
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