A disputa do GP da Áustria domingo, em Spielberg, abre uma sequência de três corridas que encerram a primeira metade de uma temporada onde a McLaren mantém a supremacia entre as equipes conquistada no ano passado. Mais, desta vez seus dois pilotos lideram a tabela de pontos apesar dos esforços de Max Verstappen e da melhoria constante da Mercedes. Como que a confirmar a recorrência de fases boas e períodos de crise, a Ferrari sofre uma crise de gerenciamento agravada pelo desempenho aquém do esperado por parte de Lewis Hamilton. Enquanto dois novatos – o inglês Arvid Lindblad e o irlandês Alex Dunne – se preparam para participar de treinos livres, a fornecedora de pneus da categoria revelou mais detalhes dos produtos que irá fornecer às equipes em 2026.

Em 2008 o calendário da F-1 vivia o início de uma expansão que levou das 18 corridas desse ano às 24 de hoje em dia, crescimento que consolidou a ideia de impor uma pausa estratégica em agosto, tradicional mês de férias na Europa. Foi assim que a partir de 2009 ficou estabelecido que entre o final de julho e o último fim de semana de agosto as equipes seriam obrigadas a interromper suas atividades por cerca de três semanas. O GP da Áustria abre, no fim de semana, os capítulos finais da primeira metade da temporada, precedendo as corridas de Silverstone (7 de agosto) e Spa Francorchamps (27). Depois da visita à Bélgica o campeonato recomeça na Holanda, no último domingo de agosto.

Essa pausa permitirá muito mais que uma recarga de energia e disposição para profissionais que durante o calendário visitam 20 países em 24 fins de semana diferentes, sem contar escalas e deslocamentos necessários: como não existe aeroporto em Mônaco, quem viaja de avião para a corrida de Monte Carlo tem que voar para Nice. O traslado até o principado pode levar até pouco menos de uma hora por rodovia ou alguns minutos em um voo de helicóptero com direito a avistar inúmeras casas e mansões clássicas.

Na caminhada do campeonato o desempenho da McLaren segue sendo o norte: mesmo sem um desempenho vitorioso no Canadá, a equipe papaia acumula quase o dobro de pontos de sua concorrente mais próxima. O time comandado por Zak Brown e Andrea Stela soma 374 pontos contra 199 da Mercedes, que com o primeiro lugar de George Russell e o terceiro de Kimi Antonelli superou a Ferrari, que tem 183. Se a resistência e eficiência dos seus carros alimenta tranquilidade, o desempenho de Lando Norris causa preocupação. A tentativa desastrada de superar seu companheiro de equipe pôs fim à sua corrida e diminuiu sua vantagem sobre Verstappen, que marcou 18 pontos e agora está 21 atrás do inglês, que manteve os 176 com que desembarcou em Montreal. Piastri segue liderando, agora com 198.

vitória de George Russell no Canadá confirmou a ascensão que a Mercedes vive, algo que contrasta com a temporada de Lewis Hamilton e da Ferrari. O entrosamento entre o inglês e os italianos está distante do ideal e a Scuderia vive mais uma crise política, onde não faltam rumores sobre uma possível demissão de Fred Vasseur, uma situação típica de times de futebol que sistematicamente atribuem a culpa de resultados medíocres ou ruins unicamente ao técnico.

Voltando a Lando Norris: o inglês ficará fora do treino livre de sexta-feira (o chamado FP1 de free practice) para dar lugar a Alex Dunn, irlandês de 19 anos que lidera a temporada da F-2 FIA. Por outro lado, a Red Bull intercede junto à Federação Internacional do Automóvel (FIA) para obter a liberação do inglês Arvin Lindblad, filho de pai sueco e mãe indiana, que ainda não completou 18 anos. A equipe dos energéticos demanda a mesma prerrogativa aplicada ao processo que permitiu ao italiano Kimi Antonelli acelerar um Mercedes de F-1 antes de ter obtido a maioridade.
Os dois são cotados para desembarcar na F-1 em tempo integral no futuro próximo, tempo, mas nada que interfira na renovação do contrato de George Russell. Toto Wolff já deu indícios de que a renegociação pode evoluir durante a pausa de verão e, por seu lado, George Russell admitiu que permanecer na Mercedes é sua intenção maior. Seu nome, porém, é considerado por outras equipes para o ano que vem.

Em 2026 a F-1 adotará um novo regulamento técnico que impactará no equilíbrio entre a propulsão a combustão e elétrica e outras alterações, entre elas, pneus 25 milímetros mais estreitos e 600 gramas no par dianteiro e 1 kg no trem traseiro. Essa mudança implica diretamente no projeto da suspensão pois reduz o peso não suspenso, conjunto de elementos acoplados às rodas e não ao chassi. Além disso, a Pirelli deverá incrementar o uso dos pneus de compostos C6, os chamados ultra macios, aqueles que oferecem maior aderência e apresentar novos pneus de chuva.
WG
A coluna “Conversa de pista” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.