Williams é quem mais inova no carro novo entre os já apresentados.
A nitidez das imagens divulgadas nem sempre ajuda, e no primeiro teste da pré-temporada as equipes já aparecerão com novidades em seus carros. Mesmo assim é possível notar diferenças importantes entre os três modelos já apResentados até agora, o Haas VF-18, o Red Bull RB14 e o Williams FW-41 e os que foram usados em 2017. Desses três o que mais mudou foi o último, com detalhes que lembram muito os carros da Mercedes e da Ferrari. Espera-se que o Sauber-Alfa Romeo C-37 previsto para ser apresentado por volta do meio dia de hoje também traga mudanças significativas em relação ao C-36 usado na temporada passada.
Paddy Lowe, diretor técnico da Williams, admitiu na apresentação do FW-41 que o modelo “concentra um número de novos pontos de partida em relação ao que percorremos no passado” e pode-se dizer que ele não fugiu à verdade: desde já se nota muitas diferenças importantes entre carro e o FW-40. O bico, por exemplo, incorpora defletores laterais fixados longitudinalmente, artifício usado pela Mercedes para melhorar o fluxo de ar em direção aos radiadores e ao redor do monobloco. No painel superior pode-se notar uma saída de ar mais pronunciada, o chamado Duto S, solução que muitos creditam ter sido criada pela Sauber anos atrás. Este recurso ajuda a criar pressão aerodinâmica no eixo dianteiro e com a introdução do halo será explorada como uma forma de laminar o ar na parte superior do chassi. A localização do tubo de Pitot é uma boa referência para notar o maior ângulo de saída desse duto.
A parte central do chassi do FW-41 é, aparentemente, a que mais novidades trouxe: a posição e o formato dos espelhos, as ranhuras na abertura do habitáculo, o desenho dos barge boards laterais e o formato das tomadas de ar para o motor e radiadores, são provas disso. Consequência do uso do halo, os espelhos retrovisores estão colocados mais afastados do chassi e tem uma carenagem bem mais trabalhada. Embora esses apêndices laterais tenham sido parcialmente encobertos nas fotos de lançamento, pode-se prever que em Barcelona eles aparecerão com ranhuras e aberturas mais pronunciadas.
A seção da entrada de ar para os radiadores laterais segue a solução adotada pela Ferrari no ano passado: agora está posicionada mais alta e foi bastante reduzida; o formato do capô do motor faz supor que essa solução aumenta a velocidade e a pressão dentro da carenagem. A tomada de para o motor e resfriamento de subsistemas agora segue o desenho adotado pela Mercedes. Em resumo, a passagem de Paddy Lowe pela Mercedes foi convertida em soluções práticas.
O Haas VF-18, modelo projetado e construído pela Dallara, um dos maiores, senão o maior, fabricantes de automóveis de corrida em todo o mundo, segue uma linha mais conservadora. O bico do carro deste ano mantém o desenho do VF-17 mas agora os pontões laterais foram prolongados à frente. A lateral do monobloco ganhou dois defletores posicionados adiante do suporte dos retrovisores e as entradas de ar para o radiador foram redimensionadas. Os painéis laterais foram divididos em quatro elementos, em do elemento único do carro que iniciou a temporada passada. A entrada de ar para o motor foi aumentada.
O Red Bull RB14 apresenta um bico dianteiro com inclinação contínua e um calombo próximo do encaixe dessa peça com o monobloco. A ausência de barge boards laterais deve deixar de existir logo nos primeiros testes. A tomada de ar do motor foi alterada substancialmente e agora tem uma seção mais uniforme; o relevo do capô do motor está mais afilado e permite melhor escoamento de ar entre a carroceria e os pneus traseiros. Esta área é um ponto crítico para os engenheiros: quando em movimento o fluxo aerodinâmico naturalmente se movimenta da dianteira para a traseira enquanto o movimento das rodas e pneus cria um movimento inverso, o que resulta numa zona de turbulência que afeta o equilíbrio aerodinâmico do carro. Pelo que se viu nas fotos feitas em Silverstone o RB14 deverá aparecer com mais penduricalhos nos testes de Barcelona.
WG