TIGUAN ALLSPACE, PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Depois da apresentação a que o Bob Sharp esteve presente e descreveu o novo Tiguan, agora chamado Allspace, chegou o momento de andar nos modelos de cinco e sete lugares.

O básico 250 TSI é muito equilibrado, diria até plenamente satisfatório para uso com uma família de tamanho normal. Incrível entender o quão bem o carro anda com o pequeno motor 1,4-litro turbocomprimido. Turbos são mesmo uma maravilha a ser devidamente apreciada, se não em velocidades altas, cada vez menos aplicáveis em estradas brasileiras, ao menos nas retomadas em que a potência em baixa rotação é mais necessária. Esse motor é flexível em combustível, o mesmo aplicado no Golf,  e a caixa de câmbio DQ250 é de dupla embreagem em banho de óleo, com seis marchas. Acelera de 0-100 km/h em 9,5 segundos e chega a 198 km/h de velocidade máxima.

Tração dianteira, câmbio automático suave e que não irrita nas trocas, suspensão firme que permite estabilidade segura e  que conta ainda com os auxílios eletrônicos para corrigir exageros ou erros, mas que tem buchas que não absorvem totalmente as pancadas secas, parte disso devido às rodas de 17 polegadas com pneus de perfil baixo.

O espaço para quem senta atrás é impressionante pelo tamanho do carro. Os bancos com revestimento em tecido agradam muito, já que é difícil vê-los em carros de categorias mais caras, e são menos quentes que os de couro, além de mais fáceis de limpar. Cada um tem suas vantagens.

O ar-condicionado é trizona, esquerda e direita na frente e no banco traseiro, com ventilador e seleção de temperatura na parte traseira do console.

No 350 TSI R-Line, o topo da linha, a vida é outra. São 70 cv e 10,2 m·kgf  adicionais, movendo a tração nas 4 rodas muito parecida em conceito e construção ao quattro Ultra, que faz dos Volkswagens semi-Audis. Se o motorista precisar andar rápido, estará sem dúvida mais tranquilo nessa versão, pois o carro alto e nada leve faz curvas com aderência espantosa, ajudado pelos grandes pneus largos em rodas de 19 polegadas. Fica ainda um pouco mais sujeito à pancadas secas em piso ruim por isso. O R-Line acelera de 0-100 km/h em 6,8 segundos e chega a 223 km/h de velocidade máxima.

Todos os Tiguan usam suspensão dianteira McPherson, montada em um subchassi de aço, e tem barra estabilizadora. Na traseira, também com subchassi, duas multibraço diferentes, um para o carro de tração dianteira e a outra para o 4Motion, mas ambas tem 4 braços por roda e barra estabilizadora.

Os quatro modos de condução que podem ser escolhidos no 350 TSI estão atrelados ao sistema 4Motion, e as capacidades estão  detalhadas nas fotos que fiz dos slides, durante a apresentação técnica. Eles mostram os parâmetros que são modificados em cada um dos modos, Normal, Snow, Offroad e Offroad individual.

O motor dessa versão é de 2 litros, sendo movido apenas por gasolina, e é o mesmo usado no Golf GTI e no Passat, com diferente calibração para um carro mais pesado e com câmbio diferente, o DQ 500, um dupla-embreagem de sete marchas.

A solução dos sete lugares é ótima, apenas sendo delicado o acesso aos dois bancos que ocupam lugar de bagagem quando em uso, cujo espaço para passagem e acomodação não é para pessoas muito altas ou volumosas. Para ajudar, a segunda fileira desliza em trilhos, dividida 60:40 para maior praticidade. Na carroceria mais curta sem os dois bancos extras, o porta-malas tem 710 litros, 686 litros no carro de sete lugares. Com o banco traseiro totalmente rebatido são 1.870 litros no cinco-lugares ou 1.761 no sete-lugares. Por fim, com sete ocupantes a bordo, restam nessa versão 216 litros de espaço, pouco, mas compreensível, já que o carro não é u SUV enorme, daqueles de ocupar espaço de caminhão pequeno nas ruas.

Apenas no R-Line a tampa do porta-malas pode ser aberta pelo movimento do pé abaixo de um sensor escondido sob o para-choque traseiro. Para fechar, aciona-se uma tecla por dentro da tampa e, ao se afastar do carro com a chave no bolso, a tampa se fecha sozinha. Mesmo com a tecla acionada, se a pessoa estiver debaixo da tampa, ela não se move. Há outro botão para fechamento imediato, como em outros carros da categoria dos SUVs.

Foi incluído também o Park Assist 3.0 que estaciona o carro em vagas perpendiculares tanto de frente quanto de traseira, além do paralelo (baliza).

No R-Line há controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, que varia a velocidade de acordo com o carro à frente, e também a frenagem automática para evitar colisões. Este atua em maneiras diferentes dependendo das faixas de velocidade que o carro se desloca.

Os instrumentos do painel são virtuais, tela do tipo TFT, muito semelhante aos já usados nos Audis e Polo/Virtus 200 TSI quando com o opcional, e funciona de forma perfeita, assim como são os gráficos do sistema multimídia, o navegador GPS sendo particularmente impressionante.

Os preços foram informados na matéria do Bob, mas não custa repetir: 250 TSI, R$ 124.990; Comfortline 250 TSI, R$ 149.990; e R-Line 350 TSI, R$ 179.990.

Em breve teremos o Tiguan Allspace para nossa avaliação no uso normal, e entenderemos melhor a versatilidade do novo carro, que parece ter condições de aumentar a participação da Volkswagen nessa fatia de mercado.

JJ

Mais fotos, e a seguir ficha técnica e principais equipamentos: