Por Gilberto Leal*
Para poder desenhar e pavimentar com segurança os caminhos que as futuras gerações deverão trilhar no desenvolvimento das tecnologias Diesel, é preciso entender a fundo todas as transformações energéticas envolvidas nos mecanismos de transporte de bens e pessoas. Os motores Diesel serão fabricados por muito tempo ainda, mas requerem desenvolvimento assertivo até sua substituição quase que completa em horizonte de muito longo prazo.
Por pior que seja o cenário econômico que a indústria da mobilidade esteja vivenciando mundialmente — incluindo aí os setores de máquinas agrícolas, construção civil e apoio a toda sorte de atividades — e com impacto ímpar no Brasil, é de fundamental importância discutir seriamente o que o futuro nos indaga para fazer agora, para que ele seja mais ameno, sustentável e correto para as futuras gerações, o meio ambiente e a economia global.
Não se pode mais falar de um único motor Diesel projetado eficientemente se pensado de forma unitária, como nos primórdios de sua criação. Essa máquina térmica de elevada eficiência, que tanto já contribuiu para a evolução mundial, precisa trabalhar de forma uníssona e integrada com todo o sistema de transmissão de forças existente no maquinário do trem de força, porém já não mais de forma mecânica e rudimentar, como nos tempos de alavanca e engrenagem puras.
Cada vez mais computadorizado, o comando dos diferentes mecanismos torna as ações resultantes dos conjuntos em movimento mais eficientes e autônomas, deixando livre a capacidade mental do indivíduo que conduz a máquina para a execução de tarefas mais nobres e engenhosas.
A busca eterna e incansável pela eficiência energética tem como aliada a tecnologia da integração. As diferentes máquinas que integram um único veículo — como motores, transmissões, eixos e mecanismos de disponibilização de movimento para implementos — são cada vez mais comandadas por centrais computadorizadas. Estes decisores já começam a receber informações até do ambiente externo para que sejam antecipadas as reações do maquinário, no sentido de operar com previsão antecipada dos fatos para aumentar a segurança, o rendimento e a facilidade de manuseio.
Esses novos veículos, quase que pensantes e já com maior capacidade de autogoverno, requerem indubitavelmente novos materiais, novos combustíveis e lubrificantes, além de novas técnicas construtivas, para que possam emitir menos poluentes indesejáveis e utilizar cada vez mais cada centésimo da fonte de energia propulsora, seja o diesel ou outro tipo de combustível com características semelhantes, obtido de forma ecologicamente correta.
Somente com domínio de cada um dos capítulos tecnológicos mencionados acima é que poderemos desenhar o futuro que desejamos. Nesse sentido, os profissionais envolvidos com o desenvolvimento das tecnologias diesel, bem como a integração destas com os diferentes maquinários que coabitam o mesmo veículo, foram convidados a participar ativamente do 15º Fórum SAE BRASIL de Tecnologias Diesel e Alternativas para Veículos Comerciais e Fora de Estrada, realizado dias 14 e 15 de agosto, no Teatro Positivo, em Curitiba.
* Gilberto Leal é físico e consultor independente; membro da Comissão Técnica de Motores Diesel da SAE BRASIL e membro da comissão organizadora do 15º Fórum SAE BRASIL de Tecnologias Diesel e Alternativas para Veículos Comerciais e Fora de Estrada
AE