Há ocasiões em que é bom conhecer certos macetes. Veja alguns:
Freios molhados – Ufa! O carro atravessou incólume o trecho alagado, mas o problema veio logo depois: no semáforo vermelho o motorista freia e… bate no carro parado à frente, pois os freios, molhados, não funcionaram. A dica é: depois de um trecho alagado, engrene uma marcha forte (segunda ou terceira) e pise simultaneamente no freio e acelerador., nessa ordem. O atrito e calor gerado entre pastilhas e discos, lonas e tambores vai secá-los e o freio volta a funcionar. Por que “nessa ordem”? A maioria dos carros atuais tem o chamado sistema de prioridade para o freio (Brake Override System, BOS), em que, mesmo acelerando,se o freio for aplicado o acelerador fecha, uma benesse possível devida ao acelerador eletrônico que muitos não gostam.
Subir de ré – Carro com tração dianteira (quase todos os nacionais) se nega a subir uma rampa molhada — para sair da garagem subterrânea, por exemplo — pois as rodas dianteiras (motrizes) patinam em falso no piso. Motivo? Falta de atrito dos pneus, pois o centro de gravidade se desloca para a traseira. Solução? Inverter o carro e subir de marcha à ré, pois o peso vai se concentrar nas rodas motrizes (agora lá atrás), aumentar o atrito e voltar a tracionar o carro. No caso de o carro não conseguir vencer uma ladeira muito íngreme por falta de potência, a solução é também colocá-lo para subir de ré. Neste caso, porque a marcha à ré (quase sempre) é mais reduzida que a primeira e melhora o desempenho do carro nesta situação.
Braços cruzados – O choque frontal é inevitável: o carro se aproxima da traseira do veículo à frente sem chances de o motorista evitar a batida. E sua reação é, em geral, a pior possível: esticar os braços e segurar firme o volante. Errado: o impacto frontal será transmitido aos braços e destes para os ombros, provocando lesões consideráveis. A postura correta, nestes casos, é de cruzar os braços sobre o peito, como fazem os pilotos de competição.
Ar quente – O líquido do radiador ferveu? Um bom “quebra-galho” até chegar à oficina é ligar o sistema de calefação (ar quente) e o ventilador de cabine do carro,ambos ao máximo, assim o líquido de arrefecimento terá um segundo ponto de troca de calor com o ar — o calor que você sentirá é porque o calor do líquido está sendo transferido para o ar. Você notará o ponteiro da temperatura cair ou, se for o caso, a lâmpada de aviso de superaquecimento se apagar.
“Dedo duro” – A bateria descarrega e ninguém descobre o motivo. Mas alguém imagina que alguma lâmpada oculta, no porta-malas ou porta-luvas, não esteja se desligando. Porém, como saber se ela apaga (ou não) ao fechar a tampa? No porta-malas ainda seria possível entrar para verificar, mas e no porta-luvas? A solução? Acionar a função “vídeo” do celular, colocá-lo no interior do compartimento e fechar a tampa. Voltar a abri-la e conferir no celular se a lâmpada apagou…
ABS de pobre – O carro é mais antigo e não tem freios ABS. Se, numa freada de emergência as rodas começam a deslizar no asfalto, basta apertar e soltar o pedal do freio repetidas vezes, o mais rápido possível, para evitar o bloqueio. Como faz o ABS automaticamente…
“Família” – Poucos conhecem as “famílias” de carros. Modelos de marcas diferentes podem compartilhar mecânica, pois pertencem a um mesmo grupo empresarial. Peças mecânicas de carros “primos” podem estar nas concessionárias das duas marcas, facilitando obtê-las. Ou comprá-las por preço inferior. Exemplos: Kia/Hyundai; Citroën/Peugeot; Volkswagen/Audi; Fiat/Jeep e outras.
“Linguetinha” – Acabou a bateria do controle remoto da porta. E agora? Agora, ainda tem motorista que não sabe da “linguetinha”, uma chavinha sem cabo embutida no controle remoto. E, na maçaneta da porta uma tampinha que, removida, permite abrir a porta com a bendita linguetinha…
“Encaixotado” – O carro ficou “imprensado” entre outros dois na vaga, sem chance de manobrar para sair. Se for tração dianteira (maioria dos nacionais), vire completamente o volante, puxe o freio de estacionamento firmemente, engrene uma primeira e acelere…que o carro vai girar sobre as rodas traseiras e sair da vaga!
Choque – O motorista sai do carro e, ao encostar na porta para fechá-la, toma um choque. Não é defeito elétrico, apenas eletricidade estática que se acumulou no corpo. Para evitá-lo, mantenha a mão encostada na porta (ou carroceria) ao descer do carro, para descarregar a eletricidade que se acumulou.
(Tem dez outras dicas na próxima coluna, semana que vem…)
BF
A coluna “Opinião de Boris Feldman” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.