Primeira Geração
Desde o ano passado, depois de muitos ensaios, finalmente a Ford Motor Company Brasil resolveu comercializar no país um de seus maiores ícones, o mundialmente consagrado Mustang. O sucesso do cupê tipicamente americano teve início em 1964. No início dos anos 60, quando todos os carros do mercado americano eram enormes, com dimensões exageradas, a Ford percebeu que havia consumidores para carros de dimensões mais compactas, mas sem perder o desempenho proporcionado pelos grandes e gastadores motores da época. Nascia assim o pony car, como ficaram conhecidos esses carros menores com motores potentes.
Nasceu assim o Mustang, um carro de dimensões mais contidas, linhas esportivas, mas ainda com um desempenho destacado, proporcionado pelos seus motores de seis cilindros na versão de entrada e os V-8, nas versões mais caras. O carro foi um sucesso imediato e nos dois primeiros anos já havia atingido a marca de 1 milhão de unidades vendidas.
Na foto de abertura, Henry Ford II, presidente executivo e principal acionista da Ford Motor Company, posa orgulhosamente diante do primeiro Mustang, lançado na Feira Mundial de Nova York no dia 17 de abril de 1964, ao preço sugerido de 2.368 dólares.
Segunda Geração
Mas essa “farra do boi” de motores grandes e gastadores que não se importavam com a gasolina que, nos Estados Unidos, era vendida por centavos de dólar por galão, acabou em 1973 com a primeira grande crise mundial do petróleo. A toque de caixa, a Ford projetou a segunda geração do Mustang e a lançou em meados de 1974: o carro pequeno e com motores econômicos desagradou à grande maioria dos consumidores, que se negava a comprar um carro que utilizava a mesma plataforma pequena e acanhada do Ford Pinto, que tinha um entre-eixos menor que 2,30 metros e espaço interno ínfimo. A segunda geração durou só até 1978. Ninguém curtiu!
Terceira Geração
Se não tomasse providências, a Ford simplesmente extinguiria o Mustang de sua linha de veículos. Mas, em 1979, chega a terceira geração da marca do cavalo selvagem. Sobre uma nova plataforma, com uma distância entre-eixos que beirava os 2,50 metros, esse novo Mustang cresceu e apareceu. O espaço interno aumentou e os americanos voltaram a lembrar da primeira geração de sucesso do pony car da Ford. Se essa geração não foi a maior e mais bonita, foi a que mais perdurou durante os anos: Ela foi comercializada de1979 até 1993, ou seja, 14 anos. Ninguém aguentava mais as pequenas alterações de faróis, grades, lanternas e outros detalhes ao longo de todo esse período.
Quarta Geração
Em 1994, a Ford lançou um Mustang totalmente novo, construído sobre uma nova base que, agora sim, os projetistas fizeram olhando para o ícone de 1964. Era a busca do futuro olhando para o sucesso do passado. Todos os principais itens de design do carro pioneiro estavam presentes nesse novo Mustang, de quarta geração. Aos poucos, o Mustang reconquistava o espaço que havia começado a perder no início dos anos 70. Dimensionalmente maior, com uma distância entre-eixos mais generosa, o Mustang readquiria o status de carro médio-grande. Essa geração perdurou 10 anos, durando até 2004. Na motorização, a Ford disponibilizava um bom motor V-6, mas o consumidor queria e gostava mesmo era do potente V-8.
Quinta Geração
Em 2005, chega o Mustang de quinta geração. O sucesso e o respeito pelo ícone crescia em todo o mundo. As vendas em alta indicavam que o pony car da Ford estava reconquistando seus consumidores. E esta quinta geração cresceu um pouco mais quando comparado à quarta geração. Mas um fato que ainda incomodava no carro, persistia: a suspensão traseira ainda era por eixo rígido, que mesmo ancorada em três pontos da carroceria, era pesada e comprometia o desempenho mais esportivo, principalmente nos pisos irregulares. Havia muita crítica ainda ao Mustang por esse fato. Mas as motorizações e os equipamentos cada vez mais sofisticados oferecidos davam um ar de carro que evoluía para agradar as necessidades do consumidor. Venhamos e convenhamos: o carro poderia não ter uma suspensão traseira sofisticada e de alto e esportivo desempenho, mas o preço para o consumidor era bastante atraente, o que agradava.
Sexta Geração
Finalmente chegamos a sexta geração, a atual que é vendida no mercado brasileiro. Além de uma nova plataforma maior e com uma construção mais sofisticada, essa sexta geração foi mostrada no final de 2013 e suas vendas se iniciaram em 2014 no exterior. Ele recebeu várias atualizações estilísticas que o remeteram ainda mais às linhas do modelo original de 1964. E no modelo 2018,ainda dessa sexta geração, o Mustang chega mais sofisticado, com uma aerodinâmica ainda mais apurada e todos os aparatos modernos, como central multimídia, painel eletrônico configurável, além de um moderníssimo câmbio automático de 10 marchas que permite ao V-8 aproveitar todo o seu torque. A suspensão traseira, finalmente, nesta sexta geração passou a ser independente, melhorando muito comportamento dinâmico em curvas e frenagens desse novo chassi quando comparado a geração anterior.
Mustang vs Camaro
E com as primeiras unidades do Mustang, chegou também ao território brasileiro a eterna briga com o Camaro, que é tão antiga quanto o próprio esportivo da Chevrolet. O modelo da GM, aliás, é resultado direto do sucesso do cavalinho da Ford. Em um tempo recorde de 18 meses, a divisão Chevrolet da GM lançou em 1966 o Camaro, exatamente nos mesmos moldes que a Ford havia criado o Mustang. O modelo da marca da gravata-borboleta também teve um sucesso fenomenal no mercado estadunidense. Vamos ver para os brasileiros, quem leva a melhor na disputa pelo consumidor, uma vez que o preço deles para o nosso mercado será muito semelhante. Será apenas uma questão de preferência: Chevrolet ou Ford?
DM
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