Recebi do amigo João Cássio Bellini o causo que reproduzo abaixo, mais uma história envolvendo Fusca que agora é colocada à disposição de meus leitores e leitoras
VW Fusca “off-road”
Por João Cássio Bellini
No finalzinho da década de 1970, a empresa construtora da qual meu avô fora fundador e na qual meu pai e tios trabalhavam (e vieram a ser sócios) ganhou uma grande licitação para construção de conjuntos habitacionais em Santa Etelvina, Zona Leste de São Paulo.
Naquele tempo Santa Etelvina era uma região nova, sem nenhuma infraestrutura, e nas chuvas a lama era a regra e não a exceção. E além de regra, era duradoura ficando por dias após a chuva, formando um barro argiloso que parecia chicletes da maneira como grudavam.
Nessa época meu pai encomendou três caminhões Mercedes LB-2213 com tração 6×4 para poder fazer frente às demandas de concreto na obra. Para transporte leve, foi necessária a compra de um Toyota Bandeirantes jipe longo, 4×4, para transporte rápido de pessoal nos diversos canteiros de obra.
Meu tio, nessa época usava um novíssimo VW 1300 L verde Pampa (ainda não era oficialmente Fusca!) já com as lanternas traseiras “Fafá”, uma novidade para a época, e para trafegar na obra ele substituiu os dois pneus traseiros aro 15 por um jogo de pneus lameiros montados em um jogo de rodas aro 14 oriundos de um Brasília.
Segundo meu tio, certa vez ele mandou lavar o Fusca na obra e teve o cuidado de pesar o veículo antes e depois da lavagem: 120 kg de “lastro” na forma de barro! Se é verdade ou mentira eu não sei, mas que ele pesou o carro faz sentido: na obra havia uma balança rodoviária que pesava a quantidade de concreto que saia nas betoneiras.
Certa vez uma equipe de visitantes marcou de visitar o conjunto habitacional em construção. Só que, enquanto as visitas estavam na obra, começou uma intensa chuva que dificultou a saída das pessoas do local.
Uma parte das pessoas saiu de Bandeirantes e um deles, no “Fusca ‘off-road’” verde Pampa. Qual foi o visitante que saiu no Fusca? O então prefeito de São Paulo Mário Covas.
Sobre o autor do causo
João Cássio Bellini, 40 anos, é paulistano. Iniciou sua vida profissional gerenciando a propriedade agrícola da família, dedicada à cafeicultura. Atualmente é industrial e reside em Marília, SP, distante 446 quilômetros, via BR-374, da capital.
Reitero o meu convite a meus leitores e leitoras para enviarem seus causos para nossa análise e arquivo, quem sabe eles venham a ser publicados aqui na coluna “Falando de Fusca & Afins”. Em alguns dos causos aqui publicados muitas pessoas se identificam com o relatado fazendo voltarem reminiscências; por outro lado estes causos vão formando o cabedal de histórias que preservam os tempos áureos do Fusca, e seus parentes próximos, entre nós.
AG
Agradeço ao João Cássio Bellini por mais esta contribuição com esta coluna.
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