O motorista da Kombi gesticulou para que o Camaro “passasse por cima”. Ele bem que tentou…
FAIXA DA ESQUERDA – Difícil entender o porquê dessa verdadeira teimosia do motorista em ignorar a regra da faixa da esquerda – reservada para ultrapassagens – nas rodovias de duas faixas (foto acima).
Alguns insistem em rodar nela por “estar na velocidade máxima permitida”, e raciocina que “ninguém vai me ultrapassar, pois estará excedendo o limite estabelecido”. Dá vontade de parar o ignorante e perguntar quem o credenciou com poder de polícia. Outros simplesmente nem fazem ideia da regrinha de somente utilizar a faixa da esquerda no caso de ultrapassagem.
Tem também o motorista que não arreda para a direita por pura birra, mesmo que esteja rodando bem abaixo da máxima permitida. “Não quero ser ultrapassado por este marginal que vem como um doido aí atrás”. E quando o “marginal” liga a seta ou pisca o farol pedindo passagem, toma atitude: ou reduz ainda mais a velocidade, ou gesticula para que o outro “passe por cima”.
É comum se deparar com as faixas do centro apinhadas de caminhões, Kombis, vans e ônibus rodando lentamente. E automóveis um pouco menos lentos na da esquerda. A da direita? Quase sempre vazia e estimulando a transgressão…
PISCA-ALERTA – É impressionante a quantidade de motoristas na estrada sem a menor, a mais remota ideia de como usar corretamente o pisca-alerta. Pois só se acionam essas quatro luzes que piscam simultaneamente no caso do automóvel parado no acostamento, em algum local de baixa visibilidade, num congestionamento de estrada ou quando está reduzindo a marcha até parar o carro na pista. Mas, jamais acionar o dispositivo com o carro em movimento, infelizmente o que se vê com grande frequência quando cai uma chuva um pouco mais forte ou um nevoeiro mais espesso. É exatamente nessas duas situações que se deve ligar, não o pisca-alerta, mas a luz traseira de neblina.
Em resumo, jamais se aciona o pisca-alerta com o carro em movimento, seja na chuva, neblina ou em túneis. Pois elas são luzes perturbam e confundem o motorista que vem atrás, que não sabe se é uma seta direcional ou uma luz neblina.
FARÓIS ALTOS – Também incompreensível a mania de rodar à noite com faróis altos, ofuscando quem vem no sentido contrário ou pelo retrovisor.
Alguns carros ofuscam por estarem com os faróis desregulados. Outros, porque o motorista não muda para os baixos. E finalmente os que saem de férias com toda a família mais respectiva bagagem no porta-malas. Esquecem de que o peso na traseira faz levantar a dianteira e sequer imaginam que existe uma regulagem, manual ou elétrica, para evitar seus faróis cegando os demais.
Automóveis modernos (e alguns antigos também) possuem um sensor que percebe à noite, na estrada, um carro vindo em sentido contrário e muda automaticamente os faróis para os baixos. Só falta, agora, um dispositivo no nosso carro que abaixe os faróis do outro…
AHHH…LUZ DE NEBLINA! – Posicionada na traseira, é vermelha porém com maior intensidade que as lanternas, exatamente para sinalizar a posição do automóvel aos motoristas quem vêm atrás no caso de chuva rigorosa ou nevoeiro espesso.
O problema é que muitos motoristas não percebem quando ela deve ser acionada e a deixam ligada na mais enluarada das noites, ofuscando os motoristas devido à sua intensidade.
Para terminar, a propósito dos “donos da esquerda”, tenho um amigo que rodava na Via Dutra com um potente Chevrolet Camaro dotado de centenas de cavalos sob o capô. Eis que surge na faixa da esquerda uma Kombi rodando a cerca de 60 ou 70 por hora. Ele se aproximou e piscou faróis. Nada. Ligou a seta da esquerda. Nada. Aí buzinou e o motorista da Kombi se aborreceu e gesticulou com o braço para que ele “passasse por cima” Ele não teve dúvida e fez o sugerido: encostou o para-choque na traseira da Kombi, pisou fundo no acelerador e se divertiu em vê-lo apavorado controlando a Kombi. Só reduziu depois de ter chegado próximo de 150 km/h….
BF
A coluna “Opinião de Boris Feldman é de exclusiva responsabilidade do seu autor.
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