A Textron Aviation, proprietária das marcas Beechcraft e Cessna, anunciou recentemente o fim da produção do seu clássico, o Beech King Air, o primeiro de uma linhagem de aeronaves que se tornou referência de aeronave executiva com motores turbo hélice.
O modelo King Air 65-90, primogênito de uma linhagem de aeronaves, surgiu como conceito em 1961, sendo anunciado oficialmente em 1963.
Era uma evolução do modelo 65-80 Queen Air, este equipado com motores a pistão Lycoming IGSO-540, 6 cilindros e 8,9-L, dotados de compressor mecânico (algo corriqueiro nos anos 30/40 ,mas incomum na aviação geral contemporânea) e 380 hp a 3.400 rpm, com redução para a hélice.
Basicamente, a empresa pegou um Beech Queen Air 65-80 e equipou com motores então recém-lançados Pratt & Whitney PT6A-6 de 550 shp sendo 500 shp contínuos. Embora sua fuselagem fosse a mesma do Queen Air, ela foi modificada para suportar a pressurização feita por um compressor Roots na nacele esquerda. As asas, todavia, eram as mesmas do Queen Air.
O resto é história: o bimotor da Beechcraft se tornou um sucesso de vendas, teve sua fuselagem alongada (modelo 100) e serviu de base para a familia Super King Air 200/250/260/300/350/360, versões maiores, mais equipadas e de maior capacidade e desempenho surgidos a partir do King Air básico, a versão 65-90.
Da família 90, o King Air original permaneceu em produção ininterrupta a despeito de alguns de seus irmãos (como a família 100) ter sido tirada de produção há algum tempo, sobrevivendo aos concorrentes que nasceram depois e findaram a produção, em sua maioria na década de 1980 com a crise da aviação geral. Eram seus concorrentes o Rockwell Turbo Commander, Mitsubishi MU-2, Piper Cheyenne e os Cessnas 425 e 441, concorrentes estes, muitas vezes com mais superlativos do que o próprio King Air, mas sem o peso da tradição da marca Beechcraft.
Entretant,o o King Air original passou a concorrer com os monomotores turbo-hélices de alto desempenho como o Socata-TBM, Pilatus PC-12 além do próprio Piper M500 e M600, aeronaves de mesma capacidade e operação simplificada, além de menos dispendiosas de se manter.
O modelo que se encontrava em produção era o C90-GTx equipado com winglets e painel totalmente digital (o glass cockpit), representando nos últimos 10 anos, apenas uma pequena parte das vendas da família de bimotores da marca.
Vale a menção de que a família Super King Air, todavia, permanece em produção, tendo sido lançado recentemente o Super King Air 360ER, versão de mais alto desempenho, apta a voar até 35 mil pés, com autonomia de mais de 3.000 km e concorrer com os chamados light jets (jatos executivos leves) em termos de desempenho e consumo.
FICHA TÉCNICA | ||
KING AIR | C-90-1 (1974) | C-90GTx (2010) |
Motor | Pratt & Whitney PT6-21 | Pratt & Whitney PT6-135 |
Potência (shp – potencia no eixo) | 550 | 550 |
Velocidade de cruzeiro (km/h) | 401 | 503 |
Alcance máximo (km) | 1.554 | 2.331 |
Peso vazio (kg) | 2.617 | 3.271 |
Peso máximo de decolagem (kg) | 4.381 | 4.760 |
Teto de serviço (m) | 8.564 | 9.144 |
Comprimento (m) | 10,82 | 10,82 |
Envergadura (m) | 15,33 | 16,35 |
Tanques de combustível (L) | 1.453 | n.d. |
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