Os primeiros rádios para veículos apareceram no início dos anos 1920, inicialmente nos Estados Unidos, utilizando como base a tecnologia de válvulas. Logo chegaram até a Europa e, em matéria datada de 13 de agosto de 1922, o jornal Berliner Illustrierte Zeitung, revista semanal publicada em Berlim entre 1892 e 1945, mostrava “a moda mais recente na América”. Ilustrava com uma instalação de rádio, incluindo um sistema de antena passando pelo para-brisa.
A procura por esse equipamento nos veículos cresceu rapidamente e a revista especializada alemã Funkschau escreveu em 1° de junho de 1931 que “sem dúvida, automóveis e rádios são a combinação perfeita. A velocidade com que os veículos permitem a mudança de localização é complementada pela liberdade espacial do rádio”.
O primeiro rádio veicular produzido em massa na Europa foi fabricado pela Bosch e apresentado em 1932. O Ideal Auto-Super 5, desenvolvido na fábrica situada em Stuttgart inaugurava a marca do ponto azul — Blauer Punkt — que ficou conhecida comercialmente como Blaupunkt. Nessa época era comum simplesmente conectar a unidade de controle diretamente ao painel de instrumentos, enquanto o componente receptor e o amplificador eram instalados em um local diferente, como no porta-malas.
A Mercedes-Benz montou nos modelos 770 Grand Mercedes (W 07, 1930 a 1938) um equipamento com mostrador circular para as estações de rádio, que ficava próximo aos instrumentos, dentro do campo de visão do motorista.
Após a Segunda Guerra Mundial, os rádios para automóveis tornaram-se significativamente mais compactos e foi possível integrá-los completamente ao painel de instrumentos. No Mercedes-Benz 170 S (W 136, 1949 a1952), primeiro veículo de luxo da marca no pós-guerra, o rádio já estava disponível como opcional em 1950.
Os anos 1950 também marcaram um novo auge do rádio automobilístico. As transmissões codificadas por frequência modulada (FM) ofereciam melhor qualidade de sinal. Outras inovações incluíram teclas para selecionar a estação de rádio e funções de varredura de estações. A tecnologia do transístor, fitas cassete e som estereofônico seguiram-se na década de 1960.
Na década de 1970 surgiu um importante sistema, o Autofahrer-Rundfunk-Informationssystem (ARI), a transmissão de informações para motoristas, que identificava automaticamente os alertas de tráfego transmitidos como parte do programa e aumentava ligeiramente o volume. Desde então, as unidades de rádio nos veículos foram aprimoradas como um sistema completo de mídia digital e tecnologia da informação. Logo em seguida aconteceu a integração do tocador de CD e a combinação com navegação por satélite, já na década de 1990.
O sistema ARI foi criado em 1974, e era usado pela Arbeitsgemeinschaft der öffentlich-rechtlichen Rundfunkanstalten der Bundesrepublik Deutschland – ARD, associação de emissoras de radiodifusão pública na Alemanha, para utilizar as estações de rádio transmitidas em FM. Foi operacional até 1 de março de 2005, quando já considerado obsoleto, o sistema ARI foi substituído pelo moderno Radio Data System (RDS).
O Radio Data System, ou simplesmente RDS, é um sistema de transmissão de dados digitais usando as emissoras de radiodifusão em FM. O RDS permite visualizar várias informações sobre a estação de rádio sintonizada, como o nome da rádio e tipo de programação, entre outras. O RDS está largamente difundido na Europa e a sua principal utilização é em rádios de automóveis, mas também está disponível em aparelhos domésticos e dispositivos móveis. Nos Estados Unidos o RDS é conhecido como RBDS (Radio Broadcasting Data System) e a partir do ano de 2003 ganhou forte expansão neste país.
A introdução da tela COMAND e de um sistema operacional representa um marco na Mercedes-Benz, celebrando sua estreia mundial em 1998 nos modelos Classe S. Hoje em dia, o rádio de um automóvel da marca faz parte do avançado sistema de infotenimento adaptável e personalizável MBUX (Mercedes-Benz User Experience). O COMAND combinava controles para o sistema de áudio, televisão, navegação e telefonia e os veículos com esse equipamento apresentavam uma qualidade de som muito superior aos que usavam o sistema Audio 10.
Seja recepção de rádio digital, streaming via celulares ou arquivos em MP3 lidos a partir de um pen drive acoplado à entrada USB, todos que desfrutam de música com áudio de alta qualidade nos veículos atuais estão se beneficiando da evolução tecnológica dos rádios desde aqueles idos de 1920.
O que nunca mudou foi o fascínio de ter uma trilha sonora individual e noticias relevantes com som de primeira linha a bordo do automóvel.
AB
Nota do autor texto baseado em pesquisa da Mercedes-Benz.