O acidente que marcou o GP da Itália (foto de abertura) reacendeu a luz sobre uma disputa que extrapola a dinâmica do fato ocorrido em Monza: as batalhas entre Lewis Hamilton e Max Verstappen são a reedição do que ocorre quando dois pilotos lutam de igual para igual por vitórias e, principalmente, o título da temporada. Situações semelhantes entre pilotos que ocupam posições secundárias ou que sequer tenham chance de marcar pontos jamais ganham a mesma notoriedade. Dito isso, não se pode menosprezar que a briga entre os dois maiores protagonistas da atualidade na F-1 ganhou dimensões maiores e chamou atenção para as possíveis consequências que isso pode ter em termos de segurança e imagem do esporte.
Acidentes como a de Monza este ano acontecem menos do que torcedores ávidos por fortes emoções desejam. Sem dúvida, dois ou mais carros disputando freadas e tangências fazem do automobilismo um esporte de muita beleza plástica e o contato entre dois automóveis acontece mais frequente do que se imagina. Se você ainda tem dúvida sobre isso note as marcas nos aros das rodas ou na carroceria ao final de uma corrida, seja ela uma prova de campeonato regional, um evento da Nascar ou a própria F-1.
É verdade que Max Verstappen tem um currículo mais marcante no que diz respeito a acidentes de corrida, porém se levarmos em conta a qualidade de seus desentendimentos na pista com os de Lewis Hamilton a diferença praticamente desaparece. O inglês já se envolveu em disputas que não terminaram bem e que já tiraram ele próprio e Nico Rosberg, então seu inimigo de equipe, quando ambos batalhavam pela liderança na primeira volta do GP da Espanha de 2016, ano em que o alemão conquistou o título. Nessa ocasião ele, tal qual Verstappen em Monza, também foi em busca de um espaço que, para acomodar seu carro, a causa da batida.
Por seu lado, o holandês também soma alguns episódios menos nobres em sua carreira, e a cereja desse bolo pode muito bem ser considerada a manobra que eliminou ele próprio e Daniel Ricciardo, então seu inimigo de equipe na Red Bull, do GP do Azerbaijão em 2018. De volta ao GP da Itália deste ano, no segundo 35 deste vídeo pode-se notar que aconteceu uma situação semelhante a aquela que eliminou ambos da prova e que ocorreu no minuto 2’15 desse mesmo vídeo. É lícito considerar que Hamilton tentou ser racional na primeira, algo que não ocorreu na segunda oportunidade. Mais do que imputar a Verstappen uma pena de perder três posições no grid para o GP da Rússia, soaria melhor ter punido a ambos ou simplesmente encarar o fato como um acidente de corrida. Por tudo isso vale a pena acompanhar o desenrolar da prova do dia 26 próximo no traçado da Vila Olímpica de Sochi.
Todas as informações e resultados oficiais do GP da Itália você encontra aqui. A corrida marcou a primeira vitória da McLaren desde o GP do Brasil de 2012, com uma dobradinha de Daniel Ricciardo e Lando Norris liderada pelo australiano.
Largada noturna na Mil Milhas de 2022
Prova mais tradicional do automobilismo brasileiro, a Mil Milhas de 2022 terá largada noturna, especificamente à zero hora do domingo 23 de janeiro, em Interlagos. A competição foi disputada pela primeira vez em 1956 e se repetiu praticamente todos os anos até 2009, voltando a ser realizada em 2020 com um grid de cerca de 10 carros. Um acordo de patrocínio que inclui os naming rights do evento, agora conhecido como Mil Milhas Chevrolet Absoluta, já permitiu uma sensível melhora na preparação do evento, cujas inscrições serão abertas oficialmente hoje. Esta decisão do promotor Thiago Pereira permitirá o parcelamento do valor da inscrição em até cinco vezes, medida que foca em incentivar a participação de equipes menores, desde sempre o maior contingente de participantes da prova criada por Eloy Gogliano e Wilson Fittipaldi.
WG