Ouça bem a voz da experiência: se a bateria do seu carro arriou a ponto de não ter energia nem para a partida, isso pode ser um claro sinal de que está na hora dela ser substituída. Claro que há casos em que ela perdeu sua carga porque você esqueceu faróis acesos, rádio ligado e por aí vai, e sem a reposição do alternador, que só é feita quando o motor está funcionando, a bateria se descarrega.
Nesse caso, se ela não for muito velha, ainda é possível recarregá-la com o próprio alternador e ela ainda deverá durar por mais um tempo. É bom lembrar que o tempo de vida útil médio de uma bateria é ao redor dos três anos, e, dependendo do tamanho do motor, número de partidas que se dá ao dia ou de como os componentes elétricos são exigidos, ele pode diminuir ou aumentar. Mas, no máximo, elas não passam de quatro anos.
Mas quando as baterias já tem mais de três anos e começam a dar “xabú”, como descarregar quando se exige muito do motor de arranque ou quando fica-se ouvindo rádio dentro do carro por mais tempo, por exemplo, é um claro sinal de que ela já está no seu fim de vida. A solução: trocá-la!
Fuja das conversas de alguns que falam que uma carga lenta ou uma utilização podem recuperar sua carga. Ledo engano. Uma bateria que começa a apresentar falhas de carga frequentes é um claro indício de que suas placas internas estão empenadas e com capacidade de acumulação de energia muito pequena. Não há carga lenta, carga rápida, carga de alternador ou limpeza de polo que a salve.
É a famosa Lei de Murphy: a bateria sempre vai te deixar na mão nas horas mais difíceis, em noite de chuva ou frio, em lugares perigosos ou nas emergências. Dono de carros há quase 50 anos, tenho inúmeras histórias de bateria para contar. As vezes por teimosia ou querendo economizar, fazia todo o tipo de mágica para tentar esticar a vida dos acumuladores. E sempre me dei mal.
Aprendi que a melhor solução é: a bateria pifou? Compre outra nova. Esse é o principal trabalho da bateria: garantir que, no momento da partida, o motor de arranque terá forças para virar o motor em rotação suficiente e fazer funcionar os sistemas de ignição e injeção. Sem ela, seu carro não ligará, assim como um smartphone moderno descarregado.
Depois que o motor partiu, não se preocupe, pois o alternador se encarrega de manter a carga da bateria, ou acumulador, se preferir, sempre em níveis satisfatórios para a próxima partida.
Outra dica que posso dar: compre sempre a bateria com a amperagem correta informada pelo fabricante do seu carro. Às vezes, para gastar menos, pode-se optar por uma bateria de menor capacidade, que é mais barata. Se o seu carro, por exemplo, usa uma bateria de 60 A·h, você pode comprar por um preço mais atraente uma de 50 A·h que sirva naquele espaço dentro do cofre do motor.
Mas lembre-se que, com uma capacidade menor de armazenamento, se essa bateria for muito exigida (ar-condicionado e muitas luzes acesas são grandes consumidores de energia, por exemplo), ela pode durar muito menos do que o esperado. Prefira olhar no manual do seu carro qual a capacidade correta da bateria que nele vai, mesmo que ela custe um pouquinho mais do que você esperava.
A marca da bateria? Escolha uma que ofereça, no mínimo, um ano de garantia (e exija o certificado!) e que seja de sua confiança, ou da confiança de especialistas em elétrica automobilística. Na dúvida, procure alguma autoelétrica ou faça uma boa pesquisa na internet.
E, claro, no momento da troca, aproveite para fazer uma limpeza nos conectores para garantir passagem livre da corrente elétrica, o que pode ser feito por uma escova de aço pequena. Geralmente os profissionais que trocam esse componente costumam fazer essa rápida limpeza, mas fique de olho, e se não fizerem, peça.
Hoje ainda existe a oferta daquelas baterias que precisam de manutenção, mas elas são bem incomuns. Na realidade, a tal manutenção é completar periodicamente o nível da água da bateria, que naturalmente evapora, para manter a solução química de água e ácido sulfúrico e garantir bom funcionamento.
As baterias chamadas de “baixa manutenção”, que na realidade não precisam de cuidados, são mais comuns. Elas são seladas, ou seja, o vapor da água da solução com o ácido é condensado e retorna, então não precisa ser completado. A diferença de preço dessa de “baixa manutenção” com a outra, que precisa de cuidados, é muito pequena, então sempre prefira pagar um pouquinho mais e evite preocupações com o nível da água da bateria.
Por isso, amigo leitor, quando seu carro apresentar problemas com a bateria, faça logo a troca dela. Bateria gasta não tem conserto, apenas aceitam gambiarras, e mesmo assim elas não se garantem por muito tempo. Certamente ela vai te deixar na mão outra vez.
DM
A coluna “Perfume de carro” é de exclusiva responsabilidade do seu autor
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