Desde o início do AE, em agosto de 2008, temos o compromisso com nossa razão de ser, o leitor ou leitora, de empregar termos com a maior exatidão possível. Caso, muito em voga em razão dos carros elétricos, de autonomia e alcance. Apesar de escrevermos sempre alcance (como na foto acima), noto que muitos escrevem autonomia nos comentários.
Para esclarecer, autonomia é aplicável no caso de duração, como quantas horas uma aeronave é capaz de permanecer em voo sem reabastecimento ou recarga de bateria em se tratando de drones (autonomy) Já alcance (range) é que distância ¨que um veículo terrestre ou aéreo pode percorrer com um tanque ou uma carga completa da bateria. Tenho visto cada vez mais carros com informação de alcance do computador de bordo em vez de autonomia.
Outra questão é o nome do combustível obtido da cana-de-açúcar. É claro que sabemos que etanol é o mesmo que álcool etílico, apenas recusamos a troca de nome ocorrida em 2009, sem nenhuma necessidade no nosso entender. Quando se fala em álcool e automóvel ninguém tem dúvida de que se trata de combustível. Ademais, o uso do álcool como combustível para veículos automotores começou em 14 de novembro de 1975 pela criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool) pelo governo Ernesto Geisel. Não se altera a História.
Por falar em álcool, foi graças à pandemia da Covid-19 que acabou a vergonha e o abuso do álcool de 45 graus INPM, em cada litro tinha-se 55% de água. Embora não tenha voltado o álcool verdadeiro, o 93,5º INPM, pelo menos já é 70 graus INPM. ou 70%. do produto. em cada litro Aliás, alguém conhece etanolgel? Claro que não.
Quando a FCA/Fiat comemorou na fábrica em Betim os 40 anos do primeiro carro a álcool no Brasil, o 147 a álcool, em 1979. viu-se no problema de ter que falar em “dois” combustíveis, álcool e etanol…
Outro ponto que vejo muitos leitores não saberem é que símbolos não flexionam, não têm plural. É enorme o número de comentários falando em “500 kms” em vez do correto 500 km. Ou grafarem erroneamente o símbolo como Km, com ‘K’ maiúsculo.
Um cuidado que tomamos é nunca dar o torque em N·m (newton·metro), unidade a que não estamos acostumados. Sempre convertemos para m·kgf.
Uma questão comum e que dá briga é o gênero dos veículos. Temos o maior cuidado com isso. Por exemplo, van é furgão em inglês. Se é assim não há motivo para tratar van no feminino. É o van, não uma van. Até a Ford comete esse erro ao falar em ‘a Transit’ nos materiais de imprensa, folhetos e outros documentos. O Transit, pois é um furgão.
Outro exemplo de gênero errado é carretera, palavra que descreve um tipo de carro usado em corridas na Argentina, as provas em estradas, daí o nome carretera, estrada em espanhol. É um carro de turismo carretera. Sem motivo plausível o carretera recebeu gênero feminino no Brasil.; Há até um livro chamado “No tempo das carreteras” que falar sobre esses carros nas corridas no Rio Grande do Sul e outros estados do Sul.
Marca de carro de Fórmula 1, então, é um festiva de gênero feminino. Uma Red Bull, uma Williams…. Poucas coisas são mais irritantes para mim do que a narração das corridas de F-1.
Não esqueço de uma frase que li numa matéria na Quatro Rodas, algo como “O Porsche e a Ferrari são dois exemplos de carros esporte de sucesso.”
Recentemente passamos a considerar Kombi como gênero masculino., com a concordância do colunista Alexander Gromow. Talvez por ser chamada de perua adotou-se o gênero feminino, mas sendo um Kombinationfahrzeug, veículo combinado em alemão, seu gênero é masculino — por essa razão e também por ter o nome de fábrica de Transporter, transportador, veículo de transporte.
Eu já alterei o dicionário que fica numa caixa acima do pescoço e já acho estranho dizer ‘a Kombi’ da mesma forma acho esquisito usar a última faixa da esquerda…
BS