Eu só queria entender duas coisas. Uma, o porquê, qual o sentido da filha de Dilma Rousseff, Paula Araújo, ter desfilado no Rolls-Royce da Presidência. Em geral, é um cônjuge que acompanha o outro nessas ocasiões.
A segunda, mais importante, como é possível a presidente reeleita falar em “novo governo”, controle dos gastos, busca do equilíbrio orçamentário, enfim, tudo que fazia parte das lides normais da presidente de 2011 a 2014. Soa como se Dilma tivesse recebido a faixa presidencial de outro presidente, não que foi reeleita.
Se são necessárias mudanças, o cenário já o indicava que sim bem antes, não entre 26 de outubro (o 2º turno das eleições) e agora.
E o que dizer do novo mote “Brasil, pátria educadora”? O Brasil não é uma pátria, mas um país! É, sim, a nossa pátria. No mínimo tinha de ser, caso se quisesse enfatizar (novo) empenho na educação, “Brasil, país da educação”, pois pátria não educa, isso é feito pelas suas instituições de ensino.
Que tal Stefan Zweig ter intitulado seu famoso livro “BRASIL País do Futuro” (Editora Guanabara, 1941), “BRASIL Pátria do Futuro”? Mudaria completamente o sentido, certo?
Tudo muito estranho mesmo. Como a presidente ser conivente com absurda e inaceitável gestão da Petrobrás por Graça Foster ao não destitui-la do cargo, especialmente depois do anúncio do balanço do terceiro trimestre, que deveria ser publicado em novembro, a ser feito em janeiro sem parecer de auditoria independente. Como papel aceita tudo, quem investiu na empresa não terá como saber se o que está ali é verdade. Isso se chama falcatrua.
E muita atenção: o petista deputado Ricardo Berzoini, novo ministro das Comunicações, disse aos primeiros minutos da sua posse anteontem que o governo vai tentar implementar seu projeto de censura da imprensa, agora travestido (pelo PT) de “regulação econômica da mídia”.
Reescrevendo título desta matéria, dá para entender, sim. O Brasil disse “Venezuela, eu sou você amanhã.”
BS