Não vou falar de estatísticas, é apenas minha observação. Talvez o volume de reportagens sobre acidentes graves me passe a impressão de estarem acontecendo acidentes demais. O curioso é não terem relação com velocidade simplesmente, mas com erros primários.
Caso bem conhecido é o do Porsche 911 que colidiu com a traseira de um Renault Sandero de aplicativo que resultou na morte de seu motorista de 52 anos. É claro que o 911 estava rápido, mas 156 km/h, apurado pela perícia com auxílio de câmeras de segurança, numa avenida de pista dupla, passa longe do bom senso.
Há poucos dias um Gol com cinco ocupantes colidiu de frente com um ônibus também na na Zona Leste de São Paulo. Pelas imagens viu-se que que o Gol estava estava trafegando contramão. Saldo, três mortos e dois feridos graves, famílias enlutadas. Pergunto-me o que se passa na cabeça desses motoristas. Suicídio inconsciente?
O instinto mais forte de todo ser vivo é o de sobrevivência. Faz-se de tudo para não morrer. Cães se escondem sob móveis quando troveja buscando proteção
Outro tipo de acidente que tem ocorrido com relativa frequência é veículos pesados serem colhidos por trens nas passagens de nível. Impossível entender como alguém ao volante de um veículo não tem noção do perigo de atravessar uma linha férrea, seja pela velocidade do trem, seja pela sua massa que o impede de se deter rapidamente. Será falta de noção, de ensinamento ou o quê? Não há quem não saiba que nem correndo a pé pode-se parar de repente. Onde estará a intuição dessas pessoas?
Há os acidentes rodoviários com ônibus, por si sós incompreensíveis na minha ótica. Um ônibus tombar só pode ser erro muito grosseiro. Junto com tombar há outra questão de difícil compreensão, vítimas com óbito. Na maior pare desses acidentes vê-se um ônibus intacto, apenas tombado. Passageiro em sua poltrona com cinto de segurança atado, mesmo do tipo subabdominal, tem chance enorme de sair ileso quando um ônibus apenas tomba. Entretanto, tem-se notícias de pessoas que morrem nessa situação.
Frequentemente pego-me pensando como se pode acabar ou pelo menos reduzir drasticamente esses acidentes. Treinamento? Campanhas de conscientização? Exame de direção de tempo em tempo com se faz na aviação? Rigor penal para motorista que ocasione acidente com morte?
Sei que se trata de uma questão difícil, mas tudo isso precisa ser encarado com vontade e determinação. Pensar em todos os pontos, ir a fundo, raciocinar, analisar.
Não dá para achar que está tudo muito bom, está tudo muito bem no trânsito brasileiro.
BS
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