Leve, rápido e veloz. Pesa 1.196 kg e sua potência máxima é de 173 cv (álcool), portanto sua relação peso-potência é de só 6,9 kg/cv. Seu torque máximo de 24,5 m·kgf já começa a partir de 1.450 rpm. Em vista disso ele faz o 0 a 100 km/h em 7,6 segundos e atinge a máxima de 222 km/h, segundo a fabricante. Esse é o Peugeot 208 GT, um foguetinho feito para ser uma inesgotável fonte de prazer.
É um perfeito exemplo do que lá fora chamam de pocket rocket (foguete de bolso), a curiosa expressão derivada de pocket battleship (encouraçado de bolso), nome que os ingleses deram aos relativamente pequenos, mas com alto poder de fogo, encouraçados alemães de até 10.000 t, limite imposto pelo Tratado de Versalhes à derrotada Alemanha na Primeira Guerra Mundial. Por analogia, é o que é um pocket rocket como o Peugeot 208 GT. E, o melhor de tudo, produzido no Brasil na fábrica da PSA em Porto Real, no estado do Rio de Janeiro, justamente quando se pensava que fórmula de carro no Brasil pertencia ao passado.
Um foguete de bolso estável. Sempre estável. Curvas de alta ou de baixa ele faz com total precisão. Apontou, ele vai de imediato com sua direção rápida e certeira. Os pneus largos, 205/45R17V, e o ótimo acerto de suspensão, que, claro, está mais firme que a do 208 “civil”, deixaram-no com reações mais rápidas; e é assim que a gente o quer.
Não é qualquer um que o acompanha. Ou melhor, em trechos sinuosos poucos e caros esportivos têm capacidade de acompanhá-lo, e desde que sendo bem pilotados, senão ele os “passa por entre as pernas” e some de vista.
O nosso conhecido e sempre elogiado motor 1,6 THP turbo lhe dá uma retomada impressionante. Tão versátil é esse motor que o Grupo PSA equipa praticamente todos os seus modelos Peugeot com ele (em vários Citroën também), de um pesado suve Peugeot 3008 a este leve 208, e ele se dá bem em todos. Injeção direta, duplo comando com variador de fase no escape e admissão, 16 válvulas, turbo, taxa de 10,2:1 e, para o Brasil, flex.
A pegada dele praticamente já começa desde a marcha-lenta. Além disso, o câmbio, manual, lógico, tem 6 marchas muito bem escalonadas, e próximas (veja o “dente de serra” abaixo), então é um tal de alimentar o apressado motor com uma marcha atrás da outra e quando se vai ver já estamos a velocidades impublicáveis. Mal se percebe, pois o pequeno GT vai estável, agarrado ao chão. Viajando com os vidros fechados, há um quase nada de ruídos aerodinâmicos, o carro segue colado ao chão e o motor sobra sempre. Viajar com ele é gostoso o tempo todo e não cansa.
A v/1000 em 6ª é 46,5 km/h, o que significa 120 km/h reais a 2.600 rpm Por ser um câmbio 5+E, a velocidade máxima é atingida em 5ª, a 5.750 rpm, apenas 250 rpm abaixo da rotação de potência máxima. Veja na ficha técnica o alcance em cada marcha, puro prazer.
Comparando-o ao seu primo importado Citroën DS3, ele parece ter a suspensão mais macia e de maior curso; portanto, mais adaptada às nossas condições. Por outro lado, o DS3 parece ser ainda melhor em curvas de alta velocidade.
“Sorte” que os freios estão condizentemente dimensionados para o ritmo um tanto ousado que esse capetinha nos induz a dirigir. A disco nas quatro, dianteiros ventilados. Freia realmente muito bem. Além disso, os ótimos pneus Michelin Pilot Sport 3 (fabricados na Alemanha) contribuem não só nas curvas, mas também nas freadas, além de os freios serem fáceis de dosar.
Os pedais são bem posicionados, o punta-tacco sai sem que se perceba. O motor reage prontamente à menor pressão no pedal do acelerador, então o giro sobe rápido, o que facilita as reduções de marcha.
O banco do motorista também tem regulagem de altura. O pequeno e ovalado volante — 330 mm de altura por 350 mm de largura — tem grande variação de altura e distância. E essa amplitude é grande, mesmo, certamente para que o motorista ache logo sua posição ideal de dirigir e boa visualização dos instrumentos, que serão vistos por cima do volante. Gostei dessa disposição desde quando vi o primeiro 208 e nele sentei. Já para quem vai atrás a situação não é das melhores. Falta espaço, se a pessoa for medianamente alta.
Só rodei com álcool. Fez entre 8 e 9,5 km/l na estrada, dependendo do grau de diversão tomado. Na cidade fez entre 7 e 8 km/l, sendo que na cidade costumo rodar devagar e em giro baixo, situação em que esse motor também se dá muito bem, devido à tremenda elasticidade. A Peugeot não informa o consumo de combustível desta versão.
Preço: R$ 80.300. Caro? Se formos medir a relação custo-diversão ele estará muito bem posicionado no mercado. Mas o 208 GT oferece mais que diversão, oferece equipamentos apreciados hoje como assistente de partida em rampa, iluminação de curva até 40 km/h e DRL (para não precisar ligar farol baixo nas rodovias e tomar multa se esquecer), câmera de ré, central multimídia com navegador, espelhamento de celular na tela de 7″, rádio. MP3, Bluetooh. e a função Link MyPEUGEOT, um aplicativo gratuito para smarphones, tanto Android quanto iOS, pelo qual se pode monitorar consumo de combustível, continuar a navegação depois de estacionar e até localizar o carro, entre outras funções.
Fora itens de real comodidade como o ar-condicionado digital de duas zonas, sensor de obstáculos traseiro e dianteiro, sensores de chuva e crepuscular, controlador/limitador automático de velocidade, faróis e luz traseira de neblina, bolsas infláveis frontais, laterais e de cortina, e cintos de segurança e apoio de cabeça para todos os ocupantes.
Tudo isso num visual que diz a que o 208 GT veio.
AK
FICHA TÉCNICA PEUGEOT 208 GT | |
MOTOR | |
Denominação | EP6CDTM, 1,6 THP flex |
Tipo de motor, instalação | Otto, arrefecido a líquido, transversal |
Material do bloco/cabeçote | Alumínio |
Nº de cilindros e disposição | Quatro, em linha |
Diâmetro x curso | 77 x 85,8 mm |
Cilindrada | 1.598 cm³ |
Taxa de compressão | 10,2:1 |
Nº de comandos/localização | Dois/cabeçote, variador de fase na admissão e escapamento |
Acionamento dos comandos | Corrente |
Válvulas por cilindro/atuação | Quatro/indireta por alavanca-dedo com compensação hidráulica da folga de válvula |
Aspiração | Forçada por turbocompressor de dupla voluta a 1,2 bar, interresfriador |
Potência máxima | 166 cv (G) e 173 cv (A), a 6.000 rpm |
Torque máximo | 24,5 m·kgf a 1.400 rpm (G e A) |
Rotação-limite | 6.500 rpm (corte sujo) |
Formação de mistura | Injeção direta |
SISTEMA ELÉTRICO | |
Tensão/bateria/alternador | 12 V / 60 A·h / 120 A |
TRANSMISSÃO | |
Rodas motrizes | Dianteiras |
Tipo | Transeixo manual de 6 marchas + ré |
Relações das marchas | 1ª 3,55:1; 2ª 1,92:1; 3ª 1,32:1; 4ª 1,03:1; 5ª 0,82:1; 6ª 0,68:1; ré 3,58:1 |
Relação de diferencial | 3,56:1 |
Embreagem | Monodisco a seco, acionamento hidráulico |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, McPherson, braço triangular, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra estabilizadora |
Traseira | Eixo de torção, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra estabilizadora integrada ao eixo |
DIREÇÃO | |
Tipo | Pinhão e cremalheira, assistência elétrica indexada à velocidade |
Relação de direção | n.d. |
Diâmetro do volante | 350 mm na horizontal/330 mm na vertical |
Diâmetro mínimo de curva | 10,4 metros |
FREIOS | |
Dianteiros | Disco ventilado Ø 283 mm |
Traseiros | Disco Ø 249 mm |
Operação | Servoassistência a vácuo, ABS, EBD e auxílio à frenagem |
RODAS E PNEUS | |
Rodas | Alumínio, 6Jx17 |
Pneus | 205/50R17V, de baixo atrito de rolamento (Michelin Pilot Sport 3) |
CONSTRUÇÃO | |
Tipo | Monobloco em aço, hatchback 4-portas, 5 lugares; subchassi dianteiro |
AERODINÂMICA | |
Coeficiente de arrasto (Cx) | 0,33 |
Área frontal | 2,09 m² |
Área frontal corrigida | 0,69 m² |
DIMENSÕES EXTERNAS | |
Comprimento | 3.975 mm |
Largura | 1.702 mm |
Altura | 1.472 mm |
Distância entre eixos | 2.541 mm |
Bitola dianteira/traseira | 1.475/1.470 mm |
PESOS E CAPACIDADES | |
Peso em ordem de marcha | 1.196 kg |
Peso rebocável sem freio/com freio | 400 kg |
Capacidade do tanque | 55 litros |
Capacidade do porta-malas | 285 litros/com banco rebatido 1.076 litros |
DESEMPENHO | |
Aceleração 0-100 km/h | 8 s (G) e 7,6 s (A) |
Velocidade máxima | 218 km/h (G) e 222 km/h (A) |
CONSUMO DE COMBUSTÍVEL (ÁLCOOL, COMPUTADOR DE BORDO) | |
Cidade | 7~8 km/l |
Estrada | 8~9,5 km/l |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
V/1000 em 6ª | 46,5 km/h |
Rotação a 120 km/h em 6ª | 2,600 rpm |
Rotação à velocidade máxima em 5ª | 5.750 rpm |
Alcance nas marchas (6.000 rpm) | 1ª 53 km/h; 2ª 99 km/h; 3ª 144 km/h; 4ª 184 km/h |