![](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/Molas3.jpg)
As suspensões são a interface entre o solo e a carroceria do veículo e incluem as molas, os amortecedores, as buchas, as rodas e os pneus, além da própria estrutura. É a chamada massa não suspensa que, quanto mais leve, melhor, permitindo o controle mais eficiente dos movimentos oscilatórios/vibratórios que chegam aos ocupantes do veículo.
Não fossem as molas, aceleração vertical sobre os ocupantes causadas pela irregularidades do piso seria intolerável, mesmo que o veículo rodasse sobre pneus. As molas servem para reduzir significativamente essa aceleração.
A suspensão, com molas, surgiu bem antes do automóvel, aplicada aos veículos de tração animal, com o da foto acima, que abre esta matéria.
Particularmente. as molas armazenam e liberam a energia gerada pelos impactos dos pneus com o solo. Os amortecedores complementam o sistema, gerenciando as velocidades dos elementos das suspensões, em movimentos independentes de compressão e distensão, transformando a energia mecânica gerada em calor.
Na realidade, amola armazena energia em seu movimento de compressão e o amortecedor a dissipa de maneira controlada tanto na compressão quanto na distensão.
![bump](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/bump1-500x193.jpg)
São vários os tipos de molas utilizadas como elementos da suspensão, sendo as helicoidais as mais comuns e também as mais simples de serem projetadas. Além disso, é esse tipo de mola que mais energia armazena por peso. A maioria dos veículos com tração dianteira adota este tipo de mola, fazendo parte do sistema de suspensão McPherson, também preferida por sua construção simples, compacta e eficiente por dispensar o braço de controle superior.
![Imagem1](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/Imagem1-498x500.jpg)
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![mola de rate variavel](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/mola-de-rate-variavel-310x500.jpg)
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![grafico mola progressiva](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/grafico-mola-progressiva-500x332.jpg)
Além das helicoidais, existem outros vários tipos de molas utilizadas como meios elásticos da suspensão, por exemplo, as de torção, as de feixe de lâminas semi-elípticas e a sua evolução, as parabólicas, de lâmina única, cuja seção pode ser variável em dois planos — mais larga nas extremidades em vista de planta e mais grossa no centro, em vista lateral.
![parabolica](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/parabolica.jpg)
![](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/suspensao1.jpg)
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![](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/suspensao-barra-1024x601.jpg)
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![molas semielipticas](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/molas-semielipticas.jpg)
![Corvette C2 suspensão traseira independente e feixe de molas transversal](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/Corvette-C2-suspensão-traseira-independente-e-feixe-de-molas-transversal-500x152.jpg)
As molas tem algumas características fundamentais em seu projeto, sendo as mais importantes a sua constante ou rate e a sua freqüência natural, quando associada a uma massa em regime oscilatório.
A constante da mola é a relação entre a carga aplicada e a deflexão resultante, normalmente expressa em N/mm (newtons por milímetro). Quanto mais newtons forem necessários para defletir a mola em 1 mm, mais dura é a mola.
A oscilação própria ou freqüência natural na interação com uma massa associada é definida matematicamente com a seguinte relação:
![natfreq](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/natfreq-500x282.jpg)
Sendo k = constante da mola, m a massa associada, Pi a constante universal 3,1416 e f= freqüência natural em hertz (Hz), por exemplo.
![](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/mola1.jpg)
Outro parâmetro importante a ser considerado é a freqüência de ressonância.
Sempre que um movimento induzido coincidir com a freqüência natural do sistema, haverá o fenômeno ressonante, que nada mais é do que um aumento pontual significativo da aceleração resultante.
![ressonancia](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/ressonancia-500x322.jpg)
No Campo de Provas da Ford na cidade de Tatuí, no interior do estado de São Paulo, existe uma pista especial chamada de prancha de lavar roupa (washboard), que nada mais é que uma superfície com ondulações constantes ao longo de seu comprimento. Dependendo da velocidade de passagem, é encontrada a ressonância do sistema e o veículo parece que vai explodir, tamanha as acelerações verticais resultantes.
![fordvideopost](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/fordvideopost-500x281.jpg)
Falando de freqüências de ressonância, os órgãos do nosso corpo também as têm e por este motivo o projeto do veículo em termos de suspensões, amortecimentos, rigidez de carroceria e bancos, deve atentar para evitar a coincidência das freqüências geradas no contacto pneu com o solo com as transmitidas ao corpo dos ocupantes.
Veículos mais equilibrados neste aspecto tendem a cansar menos os ocupantes tanto em tráfego de estrada quanto em cidade.
![gjmky](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/gjmky-380x500.jpg)
Como a coincidência de freqüências pode ocorrer de várias maneiras, o grau de amortecimento do sistema ajuda a diminuir a amplitude ressonante, melhorando o conforto dos ocupantes do veículo.
Na realidade, o que realmente se faz sentir é o rate da suspensão, ou seja, a força de carga na roda em função do seu curso vertical, incluindo o seu fator de amortecimento.
Os valores de freqüência primária das suspensões varia de 0,5 a 1,5 Hz para carros de passeio.
Importante também é o balanceamento das freqüências primárias entre a suspensão dianteira e a traseira, de maneira a garantir um conforto de rodagem sem “arremessos” e sem movimentos de “cavalgar”. Normalmente a freqüência primária dianteira é menor que a traseira, dependendo principalmente da distância entre eixos do veículo.
![amortecimento](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/amortecimento-500x312.jpg)
As barras estabilizadoras são um recurso inteligente que aumenta o rate da suspensão dianteira somente quando necessário, por exemplo, em uma manobra transiente de desvio de obstáculo ou numa curva. Quando o veículo esta em condição de cruzeiro, pista lisa e sem ondulações relevantes, a barra não trabalha. Desse modo consegue-se conciliar conforto de marcha com resistência à rolagem. Sem a barra estabilizadora a mola terá de ter rate mais alto, será mais dura. Essa solução é normalmente usada nos carros de entrada, de menor preço. Deve ficar claro que um veículo sem barra estabilizadora não apresenta nenhum tipo de problema se a suspensão for projetada para funcionar sem a barra.
Outro detalhe interessante é que para freqüências vibratórias altas , as buchas e os isoladores de borracha é que agem como filtros, evitando a transmissibilidade para a carroceria.
Resumindo, os sistemas de suspensão têm as seguintes funções:
– Suportar a carga do veículo mantendo a altura nivelada de rodagem
– Manter os pneus em contacto com o solo
– Manter o conforto primário ao motorista e passageiros
– Isolar as vibrações
– Prevenir/reduzir os danos ao chassis e carroceria em impactos, buracos, redutores de velocidade, valetas etc.
– Manter o correto alinhamento dinâmico das rodas
– Evitar movimentos oscilatórios indesejáveis da carroceria.
Vamos rever alguns sistemas mais sofisticados de suspensão, as semi-ativas e as ativas.
As suspensões com molas e amortecedores tradicionais são referidas como “passivas” e a maioria dos veículos adota esta configuração.
As suspensões “semi-ativas” controlam basicamente as características dos amortecedores. Um solenóide (atuador eletromagnético) altera o fluxo do meio hidráulico no interior do amortecedor, interagindo principalmente com a variação dos orifícios de progressão e das válvulas. Dos sistemas sofisticados, é o mais barato.
Outro tipo de suspensão semi-ativa adota os amortecedores magnetoreológicos, desenvolvidos pela Delphi Corporation para a General Motors — MagneRide, seu nome patenteado. O fluido do amortecedor contém partículas metálicas emulsionadas e controladas eletromagneticamente, alterando as curvas de compressão e distensão dependendo das condições de rodagem. Na realidade, é a variação da corrente elétrica gerada no amortecedor que altera o seu comportamento dinâmico.
Como sempre, encerro a matéria com uma homenagem. Elogios ao Ford Focus que desde o seu lançamento em 2000, tem preservado suas excelentes características de conforto e dirigibilidade.
![Ford Sao Paulo Lancamento do Modelo 2004 do Ford Focus GL 1.6 Hatch](https://www.autoentusiastas.com.br/ae/wp-content/uploads/2015/07/ford-focus-gl-500x330.jpg)
CM