O grande lançamento aconteceu em abril de 1984: a Volkswagen lançava no Brasil o Santana, a porta de entrada da marca no mercado de carros de luxo. A perua Quantum demoraria um pouco mais, agosto de 1985. Na realidade, o sedã Santana e sua versão perua, eram a nova geração do Passat europeu. Como por aqui o Passat encontrava-se em plena produção, sua nova geração para ser lançada no mercado brasileiro, precisou receber novos nomes. Até então, o carro mais luxuoso produzido pela marca no mercado nacional era o Passat.
Mas, a VW sabia que havia um enorme espaço em nosso mercado para carros de maior porte. As boas vendas do Opala e sua família era um claro indicativo de que um carro do porte do Santana e da Quantum poderia ter ótima repercussão junto ao consumidor brasileiro. Afinal de contas, o Opala já tinha mais de 15 anos no mercado nacional e a modernidade da nova família com design mais atraente e uma mecânica mais moderna era um prenúncio de sucesso para o novo carro.
E não deu outra:tanto o sedã Santana quanto a perua Quantum, encantaram o mercado nacional. Equipados com motor EA827/AP 800, que gerava 90 cv a gasolina e 96 cv a álcool, ainda eram alimentados com moderno carburador de corpo duplo e o sistema de ignição era feito por um modulo eletrônico que ainda utilizava o distribuidor. Na versão manual, o câmbio de série já possuía 5 marchas e o câmbio automático de três marchas foi disponibilizado apenas alguns anos depois. Nas suspensões, independente McPherson na dianteira e por moderno eixo de torção na traseira, semelhante ao do Gol e bem diferente do tipo usado no Passat. Uma suspensão eficaz e robusta e ao mesmo tempo capaz de prover um rodar bastante confortável.
Requintados, com generoso espaço interno, graças a colocação de todo o trem de força na dianteira, a espaçosa Quantum passou a ser sonho de consumo da classe média brasileira. A Opala Caravan sentiu a modernidade da concorrente e com o peso da idade, saiu de cena. No final de 1987, já como modelo 1988, a dupla Santana Quantum recebeu a opção do motor 2-litros, o AP 2000. No início dos anos 90 o mesmo motor com injeção eletrônica multiponto passou a ser disponibilizado nas versões topo de linha, com uma potência do 114 cv com álcool que brindava o consumidor principalmente com uma potência abundante desde as baixas rotações. O novo motor caiu como uma luva tanto no sedã quanto na perua, reunindo desempenho e baixo consumo de combustível.
Mas em 1990 tivemos também a reabertura do mercado brasileiro aos importados. E, nesse ponto, a aparente modernidade do Santana e da Quantum foram colocados em xeque quando os importados, com suas linhas contemporâneas, passaram a circular por nossas ruas e estradas. A essa altura a terceira geração do Passat já havia sido lançado na Europa, e a dupla Santana Quantum que pertencia a segunda geração, já mostravam sua obsolescência, tanto no design quanto na mecânica.
Mesmo assim, apesar da grande reestilização que passou em 1992, e por outra mais leve em 1999, a dupla que em outrora era sinal de status e orgulho para os seus proprietários, já eram oferecidos como carros de transporte, frotas de empresas, táxi, e até com versões mais simplificadas para o mercado mais popular.
Ainda assim a linha foi produzida até 2003.. Foram, praticamente,19 anos no mercado nacional, uma marca bem significativa. Até hoje, Santana e Quantum deixaram saudade nos consumidores de outrora e é comum ouvirmos elogios aos carros que ainda rodam e daqueles consumidores que tiveram e os classificam como veículos que deixaram boas lembranças.
DM
Nota: a partir desta edição a coluna “Perfume de carro” passa a ser publicada às sextas-feiras às 10h00 (ed,)
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