RENAULT LOGAN ICONIC NO USO (COM VÍDEO)

Usei o Logan Iconic, o topo dessa linha, durante sete dias. Só o havia dirigido poucos quilômetros com o Gerson Borini ao lado, por ocasião do lançamento em 24 de julho do ano passado. Havia dois itens, correlatos, para analisar. Um, a novidade do câmbio automático CVT X-Tronic; outro, a substancial elevação da altura de rodagem em 45 mm motivada pelo emprego do novo câmbio.

Na ocasião deu para sentir que altura de rodagem não prejudicou o comportamento do Logan como eu imaginava. Os bons dotes de comportamento dinâmico que eu conheço do Logan continuavam. Estranha era grande distância do banco para o solo, mais percebível ao sair do que entrar no carro — como o chão fica longe!

O câmbio Jatco, da Nissan e hoje da aliança Renault-Nissan-Mitubishi, é o mesmo do Captur e do Duster, portanto já era conhecido. Seu efeito elástico é mínimo, troca bem as marchas automaticamente, responde bem ao kickwown, e pode-se trocá-las manualmente pela alavanca (sobe marcha para trás/ reduz para frente). Ocorre bloqueio do conversor de torque em torno de 50 km/h. O creeping é sereno mas não há controle de neutro.

Em janeiro testei o Sandero Intense, de mesma configuração de motor e câmbio — e suspensão elevada.

A foto abaixo mostra por que o comportamento em curva do Logan Iconic e do Sandero intense  não foi prejudicado. Os braços de controle (“bandejas”) conservam a posição horizontal, indicando cuidado da Renault com a geometria de suspensão (veja a primeira foto em “No elevador”). Não foi apenas usar molas de altura livre maior. Como pode ser visto no vídeo, a barra antirrolagem dianteira tem pelo menos 20 mm de diâmetro, e o eixo de torção possui barra antirrolagem integrada.

O trabalho na suspensão foi de tal ordem que há bom curso de distensão, a roda dianteira interna à curva não deixa o chão nunca.

É indiscutível que com essa altura de rodagem toda o assoalho nunca toque as lombadas e a frente seja imune aos ângulos pronunciados de rampas nas calçadas em relação à rua.

O Logan é um sedã amplo internamente — é classificado de médio pelo Inmetro, enquanto o Sandero é compacto — e com um porta-malas de 510 litros. Não é luxuoso mas atende a quem precisa de um sedã que não tenha preço excessivo. Este Logan custa R$ 73.390 e oferece bom nível equipamentos pelo preço (veja lista de equipamentos no final).

Seu berço romeno o faz perfeito para o nosso chão. É robusto, percebe-se ao dirigi-lo. O desempenho proporcionado pelo motor 1.6-litro é mais que suficiente para uma utilização normal. Vai de parado a 100 km/h em.11,2 segundos (G/A) mesmo com câmbio automático e chega a 174/177 km/h. Em rodovia a 120 km/h, velocidade verdadeira, o motor segue a 2.240 rpm e com baixo nível de ruído a bordo.

Os pneus 205/55R16V (Bridgestone Turanza ER300) fazem bem seu papel junto com a suspensão calibrada “a brasileira”, isto é, elogiosa no sentido de lidar bem com o difícil compromisso entre conforto de rodagem e tenacidade nas curvas sobre nosso chão em regra muito ruim.

Ainda não dispomos do consumo de combustível de homologação do Logan, mas tomando por base o Sandero Intense, com 10,8/7,4 km/l na cidade e 11,8/8,3 km/l na estrada, o Logan não é dos mais econômicos. Todavia, ao me dirigir de casa ao posto Parada Madero na Rodovia Castello Branco (45 km), para a sessão de fotos e vídeos, o computador acusou 11,2 km/l de álcool (combustível com o qual o carro me foi entregue). Na cidade o consumo sempre esteve próximo de 9 km/l (só rodei com álcool).

O ano-modelo 2020 trouxe boas novidades ao Logan, como as luzes de rodagem diurna em forma de ‘C’ junto aos faróis. Todas versões trazem bolsas infláveis laterais além das duas frontais obrigatórias. O emblema-logotipo do losango agora “invade” o capô.

Versões com câmbio CVT vêm com controle de estabilidade e tração e assistente de partida em aclives. Todas são equipadas com o multimídia Media Evolution com tela tátil de 7 pol, com espelhamento Android Auto e Apple CarPlay. Os interruptores do controlador e do limitador de velocidade estão no local certo, no console e próximo do motorista.

Permanecem a assistência de direção eletro-hidráulica, que funciona muito bem\, a direção é apenas ligeiramente mais pesada do que as eletroassistidas em manobras e tem alguma variabilidade de assistência com a velocidade, e o sistema de partida a frio, quando com álcool no tanque, por injeção de gasolina no coletor da admissão, embora isso não cause tantos problema como antes devido à gasolina atual dessulfurizada (50 ppm de enxofre) só começar a envelhecer após um ano.

O Logan vem evoluindo bem desde que foi lançado em novembro de 2007 e continua cumprindo o que prometeu, um sedã médio com preço de compacto e com bastante espaço para uma grande família. Por isso mesmo a campanha de lançamento na tevê foi, acertadamente, com os personagens da série “A Grande Família”

Assista ao vídeo:

BS

No elevador