A versão Midnight do suve médio Chevrolet importado do México tem o conteúdo da versão LT com a adição de rodas de 19” pintadas de preto, e a remoção de alguns frisos cromados do exterior. As maçanetas passam a ser pretas, assim como a gravata-borboleta que identifica a marca na grade dianteira e na tampa traseira. Mas primeiro assista ao vídeo:
Esse conceito já vem sendo utilizado em outros produtos da GM, e além do apelo esportivo, certamente aumenta a lucratividade do modelo para o fabricante. Os itens cromados tem um custo maior de fabricação, e ao retirá-los obtém-se uma redução de custo que nem sempre é totalmente repassada ao comprador. Por outro lado, as rodas e pneus de maior diâmetro são um aumento de custo, mas talvez o balanço final não justifique a diferença que vemos na grade de preços. Portanto, paga-se o valor maior pelo diferenciador do modelo e não por um conteúdo adicional.
Equinox LT 1,5 turbo; automático 6 marchas – R$ 135.190
Equinox Midnight 1,5 turbo; automático 6 marchas – R$ 137.290
Equinox Premier 1,5 turbo AWD; automático 6 marchas – R$ 161.190
Equinox Premier 2,0 turbo AWD; automático 9 marchas – R$ 168.990
Novo motor e câmbio conhecido
O motor Ecotec 1,5-l turbo de 4 cilindros em linha estreia no Brasil apenas em versão gasolina, e não acredito que a GM irá investir em desenvolvimento de versão flex, dado o baixo volume de vendas de veículos deste segmento por estas terras.
Este moderno motor com bloco, cabeçote e cárter estrutural em alumínio, tem duplo comando de válvulas no cabeçote, com variação de fase na admissão e escapamento, que são acionados por corrente, o que dispensa maiores preocupações com manutenção. Possui quatro válvulas por cilindro e injeção direta, o que permite entregar 172 cv a 5.600 rpm e 27,8 m·kgf a 2.500 rpm, com a ajuda do turbocompressor com interresfriador.
O câmbio automático epicíclico de 6 marchas é o GF6, que é utilizado em outros modelos da linha GM no Brasil e no exterior. As relações de marchas estão muito bem adequadas para o peso e características do veículo. Em 6ª marcha a 120 km/h o motor gira a 2.655 rpm. Através da alavanca seletora de câmbio é possível selecionar o modo “L” com seleção de marchas através de uma tecla bidirecional no pomo da alavanca operada pelo polegar.
Esclarecendo, este novo modo “L” substituiu o antigo modo “M” (manual) na linha GM, o qual eu desconhecia. “L” não é um modo manual e sim a seleção da máxima marcha que o câmbio poderá engatar automaticamente. Por exemplo: ao selecionar L3 o câmbio irá trocar as marchas sucessivamente até chegar à 3ª e daí não passa. Se necessário irá reduzir para 2ª ou 1ª, permitindo o uso apenas dessas três marchas do exemplo, ficando as marchas superiores desabilitadas.
No quadro de instrumentos fica indicado o limite escolhido ( L2, L3, L4, etc). Não existe a indicação da marcha em uso, apenas da marcha-limite selecionada. Essa lógica difere do modo manual de outros modelos. Esse recurso é indicado para descida de serra, onde é recomendável utilizar o freio-motor para poupar os freios de serviço. Portanto, não é um modo manual de condução do carro em sentido estrito, embora possa ser assim usado.
Nos modos “D” e “L” as trocas de marcha são sempre bem suaves, tanto na aceleração quanto na redução para retomada. Ao diminuir a velocidade do carro o câmbio já faz a redução para a marcha equivalente, portanto em caso de retomada de aceleração a resposta é bem mais rápida. O câmbio dispõe do recurso de torque neutro em marcha-lenta com carro parado e freado, eliminando assim qualquer vibração indesejável nessa condição — sinal de que o motor está fazendo algum esforço — e melhorando o consumo de combustível.
Todo esse moderno conjunto permite aceleração de 0-100 km/h em 9,2 segundos e velocidade máxima de 199 km/h. Nada mau para um suve de 1.551 kg e 4,65 m de comprimento total. O coeficiente de arrasto aerodinâmico (Cx) 0,336 ajuda a atingir o consumo homologado de 9,5 km/l no ciclo urbano e 11,7 km/l, no rodoviário. No trajeto da GM, em S. Caetano do Sul, até minha casa em Campinas foram 130 km onde obtive a excelente média de 13,2 km/l, e no uso acumulado da semana, entre cidade, estrada e testes nas rodovias da região, ficou em 11,3 km/l em cerca de 800 km rodados. Muito bom resultado, comparável a outros carros de menor tamanho que tenho testado.
O nível de isolação de ruídos do motor transmitido para dentro da cabine é muito bom, demonstrando que o pacote de isolação acústica foi bem elaborado. O mesmo acontece com os coxins de motor e câmbio que filtram as vibrações do conjunto motriz, evitando desconforto aos ocupantes.
Sobra conforto interno
Com 2.725 mm de distância entre-eixos, acomodar cinco adultos no Equinox é tarefa fácil. A começar pela ausência da tradicional protuberância do túnel central no assoalho traseiro. Neste carro não temos isso, permitindo que o passageiro central acomode melhor os pés. O espaço para as pernas no banco traseiro também é muito bom, e o conforto é complementado por duas saídas de ar climatizado na extensão do console central e duas tomadas USB.
O forro do teto e colunas são revestidos com cor clara, aumentando a sensação de espaço interno. Luz de leitura a LED para todos passageiros, exceto o central traseiro, e alças de teto sobre todas as portas são outros destaques da comodidade do interior.
Os bancos dianteiros, com regulagem de altura e ajuste lombar no motorista, são bem confortáveis e não notei pontos de pressão ou desconforto. Revestimento dos bancos dianteiros e traseiro em material sintético na cor preta que lembra bastante couro, com costuras aparentes e de desenho simples. Os descansa-braços nas portas e o central no console são almofadados, dando conforto ao toque. Internamente, ainda aparecem cromados nas maçanetas e molduras do painel.
O ajuste de altura e distância do volante de direção, e o generoso apoio para o pé esquerdo proporcionam bom conforto ao dirigir. No outro lado, o porta-malas de 468 litros é bem espaçoso e possui um compartimento fechado abaixo do tampão. A carga útil de 494 kg permite acomodar 5 passageiros de 70 kg, sobrando 144 kg para as bagagens.
Conforto de rodagem
A suspensão é independente nas quatro rodas, sendo a dianteira a tradicional McPherson e a traseira, multibraço. O ajuste trouxe um bom compromisso de conforto e estabilidade ao veículo. O carro é confortável sem ser uma barca que balança a cada ondulação na pista. A rolagem da carroceria é bem controlada pelas barras antirrolagem na dianteira e na traseira. Ao buscar o limite nas curvas, o controle de estabilidade segura o ímpeto sem ser muito intrusivo.
Utilizando pneus 235/50R19 seria esperado uma maior aspereza de rodagem, porém os pneus Hankook Ventus S1noble agradaram. Propiciam ótima aderência, com baixo nível de ruído em curvas e nível de aspereza dentro do esperado. As rodas de cinco raios duplos e pintadas em preto têm um desenho simples e agradável, dando um ar esportivo ao veículo. Fixadas por cinco prisioneiros com porcas, facilita muito na hora de uma troca de pneu.
A direção com assistência elétrica é do tipo dual pinion (dois pinhões), sendo um alinhado com a árvore de direção, e um segundo montado mais à direita na carcaça da caixa de direção para acionar a cremalheira pelo motor elétrico de passo e assim proporcionar a assistência que reduz o esforço no volante.O esforço para esterçar é muito bom em todas condições, sem que a direção seja muito leve ou pesada, visto que ambos, em excesso, causam desconforto. A sensação de centragem da caixa de direção é bem adequada e traz segurança e precisão nas manobras e curvas. Ficou devendo no diâmetro de giro, onde 11,7 metros dificultam as manobras em vagas mais apertadas dos nossos subsolos e shopping centers.
A altura livre do solo de 160 mm permite maiores velocidades ao passar por obstáculos, principalmente lombadas. O susto vem na “aterrissagem” do eixo dianteiro. O protetor do cárter está cerca de 15 mm mais baixo que o subchassi dianteiro, e interfere com facilidade com o solo, provocando um som metálico e se deformando. Nota-se que os 14,8 graus de ângulo de entrada poderiam ser repensados pelos engenheiros da GM americana, responsável pelo projeto, para utilização em nosso solo lunar.
Os freios são a disco nas quatro rodas, ventilados na dianteira. As pinças são todas do tipo deslizante e a sensação de estabilidade em frenagem é muito boa. Apesar do tamanho do carro o pedal de freio não é pesado e desconfortável, permitindo uma boa modulação de frenagem. Ponto positivo para o freio de estacionamento eletromecânico, eliminando a alavanca do console central.
Conectividade básica
A cada novo lançamento vemos o nível de conectividade dos carros sendo incrementados. Ao avaliar esse quesito no Equinox Midnight nota-se que o bom sistema fornecido com este suve já está defasado. E veja que são apenas três anos do lançamento deste modelo.
A central multimídia de 8 polegadas é da segunda geração da GM (a terceira geração já está disponível em lançamentos recentes), com conexões por cabo para Android Auto e Apple CarPlay. O sistema de som não é o melhor da Bose que equipa a versão Premier, mas mesmo assim proporciona bom efeito de palco com respostas a agudos e graves sem distorções.O OnStar está disponível para degustação de 3 meses, e após esse período requer assinatura para continuar a ter os serviços de concierge, segurança e recuperação de veículo. Já os modernos carregadores de celular por indução e a questionável internet nativa 4G com wi-fi, que equipam também os últimos lançamentos da GM, ainda estão fora deste suve.
Chave presencial com sensor nas maçanetas externas dianteiras, e botão start/stop é um conforto a mais que é oferecido. O Equinox Midnight não possui o sistema start/stop do motor nas paradas para economia de combustível.
O volante de direção multifuncional complementa a interação do motorista com os sistemas de telemática do veículo. Através de comandos do volante é possível operar o sistema de som, comandar o controle de velocidade de cruzeiro (convencional, não é adaptativo), e selecionar diversas funções no quadro de instrumentos/computador de bordo.
Exterior
O Equinox nas suas versões LT e Premier já chamam a atenção pelas ruas com toda a elegância de suas linhas. Nesta versão Midnight parece que o carro fica maior, e a imponência sobressai. Definitivamente é um carro que não passa despercebido nas ruas.
O conjunto ótico dianteiro possui farol em LED com acendimento automático por sensor crepuscular e luz de rodagem diurna também em LED. A altura do facho é ajustável por um seletor interno. Os faróis de neblina estão posicionados no para-choque no mesmo conjunto da seta direcional, mas sem o recurso de iluminação em curvas como vi no novo Tracker.
As lanternas traseiras tem bom tamanho e volume, e dão equilíbrio às linhas da traseira do carro. A iluminação é em LED com um belo grafismo e a curiosidade fica pela adoção de uma única luz de ré no conjunto. A terceira luz de freio está embutida no defletor do teto.
Lateralmente não existe nenhum vinco predominante na carroceria, porém, fica marcante a separação da terceira janela. Está posicionada na extremidade traseira da lateral, separada por uma larga coluna e um friso cromado, compondo um desenho envolvente com ao vidro traseiro
Expectativa de mercado
O mercado de suves é o que mais cresce no mundo todo, já tendo aposentado muitos modelos de peruas e começa a ameaçar alguns sedãs tradicionais. Segundo dados da GM, em 2018 praticamente 20% dos veículos vendidos no Brasil eram suve. Essa é a razão que a GM anunciou para 2020 o lançamento de sete novos produtos, sendo a maioria na categoria de suve. Temos que aguardar o impacto que essa pandemia poderá acarretar a essa estratégia.
Noticias recentes mostram que a GM estuda tirar de produção alguns modelos ou versões de sua linha de produto. É provável que os escolhidos sejam os de menor lucratividade, vítima do aumento da cotação do dólar. Pelas consultas que fiz nesta última semana, o Equinox Premier 2,0 turbo AWD pode ser uma das baixas, pois nem mesmo os vendedores sabem quando chegará o modelo 2020 ou 21. Vamos aguardar!
GB
Ficha técnica e lista de conteúdo após as fotos adicionais:
FICHA TÉCNICA CHEVROLET EQUINOX 1,5-L MIDNIGHT |
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MOTOR | |
Designação | Ecotec 1,5 Turbo |
Descrição | 4-cil em linha, transversal, bloco e cabeçote de alumínio, turbocompressor com interresfriaddor, duplo comando de válvulas com variador de fase contínuo em ambos e sincronismo por corrente, 16V, gasolina |
Cilindrada (cm³) | 1.490 |
Diâmetro e curso (mm) | 74×86,6 |
Taxa de compressão (:1) | 10 |
Potência máxima (cv/rpm) | 172/5.600 |
Torque máximo (m·kgf/rpm) | 27,8/2.500 |
Formação de mistura | Injeção direta |
SISTEMA ELÉTRICO | |
Tensão (V) | 12 |
Bateria, capacidade (A·h) | 60 |
Alternador (A) | 130 |
TRANSMISSÃO | |
Câmbio | Transeixo automático epicíclico GF6 6T40 de 6 marchas + ré, tração dianteira |
Relações das marchas (:1) | 1ª 4,58; 2ª 2,96; 3ª 1,91; 4ª 1,45; 5ª 1,00; 6ª 0,75; ré 2,94 |
Relação do diferencial (:1) | 3,87 |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, McPherson, braço triangular, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra estabilizadora |
Traseira | Independente, multibraço, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra estabilizadora |
DIREÇÃO | |
Tipo | Pinhão e cremalheira eletroassistida indexada à velocidade |
Diâmetro mínimo de curva (m) | 11,7 |
FREIOS | |
Dianteiros e traseiros (Ø mm) | Disco ventilado/300 |
Traseiros (Ø mm) | Disco/288 |
RODAS E PNEUS | |
Rodas | Alumínio, 7,5Jx19 |
Pneus | 235/50R19 |
Estepe temporário | T125/70R17 |
CARROCERIA | |
Tipo | Monobloco em aço, suve, 4 portas, 5 lugares |
AERODINÂMICA | |
Coeficiente de arrasto (Cx) | 0,336 |
Área frontal (calculada) | 2,842 m² |
Área frontal corrigida (Cx a A) | 1,080 m² |
CAPACIDADES (L) | |
Porta-malas | 468/930 com 2ª fileira de bancos rebatida |
Tanque de combustível | 56 litros |
PESOS (kg) | |
Em ordem de marcha | 1.551 |
Carga útil | 494 |
DIMENSÕES (mm) | |
Comprimento | 4.652 |
Largura sem/com espelhos | 1.843/2.105 |
Altura | 1.695 com estrados de teto |
Distância entre eixos | 2.725 |
DESEMPENHO | |
Aceleração 0-100 km/h (s) | 9,2 |
Velocidade máxima (km/h) | 199 (limitada) |
CONSUMO DE COMBUSTÍVEL INMETRO/PBEV | |
Cidade km/l) | 9,5 |
Estrada (km/l) | 11,7 |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
v/1000 em 6ª (km/h) | 45,2 |
Rotação a 120 km/h, em 6ª (rpm) | 2.655 |
PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS DO CHEVROLET EQUINOX MIDNIGHT |
Acendimento automático dos faróis através de sensor crepuscular |
Acionamento elétrico de todos os vidros um-toque, com antiesmagamento e fechamento/abertura automática pela chave |
Ajuste elétrico no banco do motorista, inclusive lombar |
Ar-condicionado bizona com controle eletrônico de temperatura, sistema de recirculação e dutos de ar para o banco traseiro |
Assistente de partida em aclive |
Chave presencial eletrônica |
Computador de bordo com tela de LCD em cores, com cinco modos |
Controlador automático de velocidade de cruzeiro |
Controles de áudio e telefonia no volante |
Direção eletroassistida indexada à velocidade |
Espelho retrovisor interno eletrocrômico |
Espelhos retrovisores externos de acionamento elétrico, com repetidoras de seta e rebatimento |
Freio de estacionamento elétrico |
Partida sem chave |
Sistame OnStar |
Sistema multimídia MyLink com tela capacitiva de 8″, GPS e compatibilidade com Apple CarPlay e Android Auto, que permitem projetar o smartphone do usuário diretamente na tela do carro |
Trava elétrica das portas com acionamento na chave |
Volante de direção com regulagem em altura e distância |
Volante de direção, bancos e painel de apoios de braço com revestimento premium |