Um carro esportivo sempre desperta emoções nas pessoas e principalmente nos autoentusiastas por apresentar linhas arrojadas, e a traseira cupê que parece esculpida pela ação do próprio vento. Os suves cupês que vêm aparecendo tentam captar a atração dos clientes por duas frentes. Primeiramente pela carroceria tipo suve 4-portas, que inegavelmente é o desejo atual de 65% dos consumidores de veículos de luxo, e por outro lado a linha cupê da traseira, que resgata as emoções dos esportivos, eliminando qualquer visual de “utilitário”.

A Audi já possui bom portfólio de veículos cupê e suve cupê no mercado nacional, todos batizados de Sportback, e vem explorando esse trunfo que tem nas mãos de maneira bem assertiva. Os novos Q5 e Q5 Sportback seguem essa tendência e são derivados do moderno sedã A5 Sportback, apresentado recentemente aqui no AE.

O Audi Q5 relançado em 2019 foi o segundo carro mais vendido da marca em 2019, perdendo apenas para o nacional A3. E durante a pré-venda destes modelos 2022 a Audi anunciou que 823 unidades já foram vendidas, sendo 486 do Q5 e 337 do Q5 Sportback. Os dirigentes da Audi acreditam que as vendas do modelo Sportback devem crescer, pois até o momento os compradores tiveram contato com o carro apenas por fotos. Enquanto em 2019 a participação de suve cupê era de apenas 1% nesse segmento, para 2021 observa-se uma tendência de crescimento para 12%, provando na prática que a teoria da Audi de investir nos modelos suve cupê está no caminho certo.

Os preços do suve partem de R$ 309.990 na versão Prestige, R$ 344.990 na S Line e R$ 370.990 no topo de gama, S Line Black. O suve cupê Q5 Sportback tem apenas duas versões: S Line por R$ 369.990, e R$ 395.990 na S Line Black.

Evolução do modelo

O modelo Q5 Sportback é a grande novidade para 2022 e traz junto as remodelações no Q5 suve, onde nova grade frontal com desenho octogonal, DNA da marca, são incorporados, porém com diferenças no desenho do para-choque entre os dois modelos. Ainda na dianteira os modelos agora estão equipados com faróis do tipo full LED Matrix que proporcionam ótima iluminação e maior segurança. As setas dianteiras e traseiras são dinâmicas, e a lanterna traseira pode ser configurada entre três desenhos no pedido do carro, trazendo uma pitada de personalização adicional.

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No interior a novidade é a adoção da central multimídia MMI com tela tátil, eliminando assim o seletor do console central. Esta central incorpora GPS com mapas residentes que podem ser projetados no quadro de instrumentos ou na própria tela. O sistema de som Bang & Olufsen 3D de 755 W reproduz ótimo som através de 16 canais em 19 alto-falantes espalhados pela cabine, proporcionando ótimo efeito palco.

Ambos possuem entre-eixos de 2.819 mm facilitando a distribuição do espaço interno. O Q5 Sportback é apenas 2 mm mais baixo no espaço para cabeça na traseira, e tem comprimento total de 4.689 mm, 7 mm maior que o Q5 suve. A largura de 2.140 mm com espelhos (1.893 mm sem espelhos) mostra grande porte do veículo, e a necessidade dos engenheiros civis brasileiros repensarem os espaços destinados a estacionamentos nas garagens. Está cada dia mais difícil estacionar e sair dos carros.

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No porta-malas aparece outra diferença entre os modelos, são 520 litros no suve e 510 litros no suve cupê com os bancos em sua posição normal. Ao rebatê-los totalmente o volume cresce para 1.520 litros e 1.480 litros, respectivamente.

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Motor e câmbio

O motor VW EA888 de 4 cilindros, 2,0 turbocarregado com interresfriador, gasolina, tem duplo comando de válvulas acionado por corrente com variação continua de fase e de abertura de válvulas na admissão e escapamento, 16 válvulas, injeção direta, bloco e cabeçote em alumínio e está montado longitudinalmente. Entrega 249 cv de potência máxima entre 5.000~6.000 rpm, e torque máximo de 37,7 m·kgf entre 1.600~4.500 rpm. Possui ainda um sistema híbrido com bateria de íons de lítio de 12 volts que aciona o alternador/motor de partida permitindo desligar o motor a combustão automaticamente entre 55 e 160 km/h para economia de combustível.

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Esta avaliação foi realizada em viagem de dois dias entre São Paulo e Poços de Caldas, MG, ida e volta, e em alguns trechos da avaliação obtive média de 13 km/l, porém os números de homologação internacional indicam até 16,6 km/l em ciclo rodoviário.

O câmbio S-tronic robotizado por dupla embreagem em banho de óleo de 7 marchas está muito bem casado com a potência do motor e com os 1.930 kg de peso em ordem de marcha do veículo. As trocas de marchas em modo manual podem ser feitas na alavanca ou pelas borboletas atrás do volante. A tração é permanente nas quatro rodas (integral), com predominância para a dianteira, e traseira sob demanda conectada através de sistema de embreagem multidisco com funcionamento totalmente automático que independe da ação do motorista. Este novo sistema foi batizado de Quattro Ultra pela Audi.

São quatro modos de condução selecionados através de teclas no console central ou na tela do multimídia (offroad, efficiency, comfort e dynamic), adicionalmente há o modo automático que percebe a condição que o carro vem sendo dirigido e faz a seleção automaticamente, e o modo individual, onde é possível selecionar o ajuste do motor e da direção de assistência elétrica em três níveis diferentes (Eficiente/Confortável, Equilibrado e Esporte).

O roteiro da avaliação contemplou trecho de estrada de terra com aclives e declives acentuados, onde foi possível acionar o modo offroad e identificar a desativação do controle de estabilidade e ativação do controle automático de descida, fazendo com que esta condução fosse mais eficiente, minimizando a perda de tração.

A aceleração 0-100 km/h é feita em 6,3 segundos e a velocidade máxima é de 237 km/h, mas é nas acelerações intermediárias sem utilizar todo curso do pedal do acelerador que já se percebe a saúde desse conjunto motor-câmbio-tração. As respostas ao pedal do acelerador são imediatas, as reduções de marcha ocorrem com rapidez e o contorno em curva é muito seguro, permitindo até abusar da aceleração lateral nos trechos de serra sem nenhum susto.

Dinâmica confortável

Em nenhum momento nota-se que a calibração da suspensão ou direção foi desenvolvida pelo time esportivo da Audi, afinal este é um suve e não aquele espetacular TT RS que avaliei recentemente. O conforto de rodagem, suavidade e maciez são as principais características do veículo, sem apresentar rolagem lateral excessiva ou movimentação indesejável nos eixos dianteiros e traseiros. Os pneus 255/45R20 Pirelli Scorpion Verde das versões S Line avaliada mostraram baixo nível de aspereza de rodagem em todos os tipos de pisos, e contribuem para o ótimo nível de ruído interno.

A suspensão dianteira e traseira são do tipo multibraço. Ambas estão montadas em subchassis de alta complexidade construtiva e aparentam boa rigidez estrutural. O traseiro é fixado à carroceria através de coxins de elastômeros, enquanto o dianteiro tem fixação metal-metal. Os braços de controle inferiores da dianteira e da traseira são de alumínio, e é possível notar outros componentes em alumínio fundido e/ou estampado na construção da suspensão, diminuindo a massa não suspensa, o que permite melhor ajuste para conforto e dirigibilidade do veículo.

Levamos o Q5 para o elevador – clique nas fotos com o botão esquerdo do mouse para ampliá-las e ler as legendas

O sistema de direção com assistência elétrica tem calibração padrão com baixo esforço em manobras estáticas e aumento gradativo indexado à velocidade. A diferença entre os três modos de ajuste é bem discreta e é mais sensível em maiores ângulos de esterço, mas em nenhum momento chega ao esforço de um carro esportivo. A definição de centro do sistema é bem positiva permitindo conforto ao dirigir. O sistema de auxílio de permanência em faixa funciona entre 60 e 237 km/h através do reconhecimento de faixas e intervindo de forma emergencial, sem ser intrusivo, acrescentando segurança e conforto ao veículo.

Desenho exclusivo nas rodas dos modelos suve e suve cupê

Freio a disco ventilado nas quatro rodas são destaque dentro das bonitas rodas com desenho diferenciado entre os modelos suve e suve cupê. A modulação do pedal tem boa progressividade, é firme e não causa cansaço nos trajetos urbanos.

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Interior requintado

A Audi oferece a opção de quatro cores para o revestimento do interior, e como já foi apresentado em outros modelos da marca, as possibilidades de customização são bem grandes permitindo exclusividade e elegância ao gosto do cliente.

O sistema de ar-condicionado de três zonas (duas na dianteira e uma na traseira) permite a climatização individualizada dando maior conforto aos ocupantes. O funcionamento é bem silencioso e as saídas de ar não gelam as mãos do motorista.

Um conveniente carregador de bateria de smartphone está posicionado no console central abaixo do apoio de braço central e traz a comodidade de ser deslizante no compartimento, facilitando a utilização. O espelhamento por Android Auto e Apple CarPlay é sem fio, eliminando assim os cabos do console e ao desligar o veículo e abrir a porta ouve-se a mensagem que o celular ainda está dentro do carro.

O sistema de navegação MMI Touch com interface para smartphones tem tela  tátil colorida de 10,1”, aceita comandos de voz, permite armazenar até 10 destinos intermediários na navegação e exibe em 3D as cidades e monumentos.

O quadro de instrumentos é configurável permitindo apresentar o mapa de navegação ao centro ladeados pelo velocímetro e conta-giros, ou dados de viagem e computador de bordo ao centro. E para auxiliar o motorista há projeção de velocidade e indicações de navegação no para-brisa.

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Ainda no auxílio ao motorista para maximizar a segurança os modelos são providos de alerta de ponto cego nos retrovisores externos, controle adaptativo de cruzeiro, alerta de colisão frontal com frenagem autônoma de emergência, alerta de tráfego cruzado e alerta de perigo para abertura de portas.

Conclusão

Os resultados de vendas do Q5 nos últimos dois anos já demonstram a atração que esse veículo tem para esse público e com a introdução do Q5 Sportback o poder de atração deve ser maior. Aqueles que pensam em condução esportiva ao ler o nome desta versão poderão se sentir desapontados, pois apesar do ótimo desempenho dinâmico, ainda é um suve e não um esportivo.

É difícil encontrar um argumento racional para escolher o suve cupê em relação ao suve comum, pois os desempenhos são exatamente iguais, o mesmo acontece no consumo de combustível e no espaço de acomodação de pessoas e bagagens, mas como já foi visto nos volumes de pré-vendas, sempre há uma parcela de compradores que escolhe o Sportback pelo charme que o teto rebaixado traz ao modelo, e como foi dito pelo colunista Zeca Chaves em sua coluna de 07/11/2020, os suves cupê são o futuro, podem ser mais caros e até entregar um pouco menos, mas vieram para ficar.

GB