A fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis, a 150 km de São Paulo, foi comprada pela Great Wall Motors (GWM) em 2021 e dali devem sair cerca de 100 mil veículos por ano em 2025, divididos em 10 modelos híbrido, híbridos plug-in e elétricos, majoritariamente suves e picapes na faixa média de preços. O investimento anunciado supera R$ 10 bilhões e projeta um faturamento anual de R$ 30 bilhões gerando cerca de 2.000 empregos diretos.
A GWM foi fundada em 1984 e é uma empresa chinesa de capital 100% privado e listada nas bolsas de Hong Kong e Xangai. Já está espalhada pelo mundo com 19 fábricas, sendo cinco no processo CKD, similar ao que será montado no Brasil. Os seus produtos são vendidos em mais de 60 países, e ocupa a 4ª posição mundial na venda de picapes médias e 7º lugar em suves médios vendidos no planeta.
Clique nas fotos com o botão esquerdo do mouse para ampliá-las e ler as legendas, conhecendo alguns dos produtos atuais da GWM – Fotos; website da marca
Os primeiros veículos oriundos da reformulada fábrica do interior de São Paulo devem começar a ser produzidos somente no segundo semestre de 2023, e serão os modelos que ainda estão em desenvolvimento nos oito centros de pesquisa e desenvolvimento da marca, e que serão mostrados no Salão do Automóvel de Pequim, em abril próximo Enquanto não chega o modelo nacional, o fabricante promete começar a importar veículos completos no final deste ano.
A fábrica de Iracemápolis será a 4ª base completa de produção da GWM no mundo e ficará responsável pela exportação para o continente americano, além de ser a primeira instalação no Brasil com 100% de produção de veículos híbridos e elétricos. A marca promete ainda uma taxa de nacionalização de 60% até 2025 e fará desenvolvimento da rede de eletropostos no país.
A rede de concessionarias está sendo montada e serão escolhidos 25 a 30 grupos para compor o quadro de vendas da marca, que devem abranger 112 cidades espalhadas pelo Brasil com um total de 130 pontos de vendas, visto que algumas cidades maiores, como São Paulo, Rio de Janeira e Belo Horizonte deverão ter mais do que um ponto.
Em paralelo a tudo que foi apresentado do novo modelo de negócio, a GWM terá um centro de P&D (pesquisa e desenvolvimento) na América Latina para o desenvolvimento de tecnologias de célula a combustível a álcool, projetos com universidades e centros tecnológicos, além da formação de equipe técnica local.
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No tocante a produtos, a linha de veículos híbridos plug-in (PHEV) utiliza motores elétricos com potência entre 230 e 430 cv, com capacidade de aceleração de 0-100 km/h entre, 4,8 e 7,2 segundos. Nada mau para um suve ou picape média. Já na plataforma de elétricos são 5 versões de motores, um para cada tamanho de carro, partindo de 61 cv até 272 cv. E a GWM inova também nas baterias, pois é a primeira fabricante de produtos em série a oferecer bateria sem cobalto, e são quatro níveis de autonomia partindo de 400 e chegando até 800 km.
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Os produtos da GWM serão comercializados inicialmente em três marcas: HAVAL para os suves urbanos, TANK suves fora de estrada de luxo e POER para as picapes médias. Adicionalmente haverá a marca ORA para os veículos 100% elétricos. E o intuito é que cada concessionária GWM trabalhe com as quatro marcas para vendas e pós vendas.
Depois de dois anos de tantas notícias ruins, empresas fechando e ver ex-colegas de trabalho desempregados, o aparecimento de um novo fabricante de veículos no Brasil, que poderá absorver parte dessa mão de obra especializada, é gratificante. A GWM não quer ser identifica como a última marca a chegar no Brasil, mas sim a primeira a trazer veículos com novas tecnologias para cá.
GB