O mais manjado percurso do Teste de 30 Dias, da capital paulista às praias do litoral norte do estado, mais exatamente Ubatuba, marcou a terceira semana do Taos. Descida e subida da Serra do Mar pela SP-99 Rodovia do Tamoios, um bem-conhecido traçado que se presta como referência em praticamente 100% dos Testes de 30 Dias do AE.
Quem já leu sobre o Taos nas semanas anteriores sabe que o suve está agradando, sensação que na viagem desta semana só foi reforçada. Ponto alto da vez? O sistema de iluminação, batizado de IQ.Light, onde a tecnologia a serviço da visibilidade noturna, alcançou um padrão excepcional.
O “ver e ser visto” é de suma importância para a segurança, e no material de imprensa distribuído pela VW há uma frase bem marqueteira: “O Taos é a nova referência em iluminação entre os SUVs médios no Brasil…”. Marqueteira, e possivelmente verdadeira, confirmada na prática nesta viagem.
Faróis, lanternas, iluminação interna e demais luzes são 100% de LED. O Taos dá um show em aparência e eficiência. E no que mais importa, iluminar a estrada à frente, apresenta um facho luminoso de grande qualidade, que se vale da tecnologia AFS — sigla em inglês para Sistema de Iluminação Dianteira Adaptativa — que, como o próprio nome faz intuir, adapta a emissão de luz às necessidades, “lendo” diversas informações como velocidade, ângulo de direção, condições do tempo e características da rota.
Na viagem de volta do litoral, toda ela realizada de noite, ao selecionar o “ajuste do farol alto” (puxando a alavanca de seta e esperando o ícone do farol alto aparecer com a letra “A”, de ‘automático’, no centro), o facho alto é mantido sempre que possível, comutando automaticamente para o facho baixo assim que detecta faróis vindos na direção contrária, ou mesmo na aproximação de um veículo mais lento na mesma faixa. O sistema é quase perfeito, e o ‘quase’ fica por conta de baixar do alto para o baixo quando se depara com placas de sinalização reflexivas de grandes dimensões, mas é um detalhe que não representa um problema.
Importante lembrar o quanto é fundamental, seja do ponto de vista prático ou psicológico, contar com uma iluminação de alto padrão. Neste ponto, o Taos está muito bem servido, e o IQ.Light se junta ao eficiente controle de cruzeiro adaptativo, do qual já falei na semana anterior, tornando o conduzir de noite muito fácil e tranquilo. E fora isso, o Taos se esparrama em outros sistemas voltados à segurança, como a frenagem autônoma de emergência, que freia autonomamente o veículo em caso de detecção de pedestre ou risco de colisão e outros.
Como de costume no litoral, botei o Taos para rodar em off-road leve, e encarar pisos para lá de ruins com desníveis acentuados. Raspa embaixo, a frente ou a traseira? NADA! A VW anuncia 19º de ângulo de entrada, 26.3º de ângulo de saída e 20,1º de ângulo de transposição, a medida máxima possível entre uma reta imaginária que liga o ponto em que pneus dianteiros e traseiros tocam o solo e a inclinação possível da dianteira ou traseira antes de o centro do assoalho do carro tocar o solo encarando desnível (veja ilustração acima).
E mais: mesmo não sendo um 4×4 as rodas dianteiras pouco ou nada perdem tração encarando piso pouco aderente e/ou desnivelados. A eletrônica se encarrega de mitigar a patinagem, e administrar a tração de modo a fazer o carro progredir sem escândalo. É claro que em um lamaçal ou areão o Taos vai se plantar como se quisesse fazer parte da crosta terrestre, mas para uso “civil”, chegar à casa da praia, ao sítio, ou encarar um ladeirão escorregadio, o suve da Volkswagen cumpre a missão, mesmo carregado.
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Outro aspecto que notei diz respeito a quase nula torção da carroceria. Mesmo em situações de desnível, na qual suspensões chegam ao fim de curso, não percebi flexão exagerada da estrutura do Taos. Não notei rangidos de partes plásticas internas, e mesmo com as ponta dos dedos colocadas na fresta do arco das janelas das portas dianteiras, não notei movimento. A torção da estrutura ou chassi é natural (e necessária, mas até certo ponto). Melhor que não seja exagerada, e assim, ponto para o Taos e sua estrutura batizada MQB, a já popular sigla em alemão de construção modular (para motor) transversal.
Mais para firme do que macio em termos de acerto de suspensões, apesar disso o Taos não transmite a malvadeza do piso para o interior da cabine, mesmo usando a pressão máxima recomendada (37 lb/pol² na frente, 39 lb/pol² atrás) nos pneus. Ruídos internos, ao menos nesse carro do teste já com quase 10 mil km no hodômetro, não existem. O mesmo quanto a pecadinhos de acabamento, mas continuo achando que os sobretapetes mereciam ser algo melhores.
Voltei a abastecer com álcool nesta terceira semana, uma opção que normalmente não faria pela questão financeira. Todavia, me vi na obrigação de abastecer em posto desconhecido, e acabei optando pelo combustível de origem vegetal na ilusão de ter um combustível mais honesto. Pelo andar do Taos, o álcool era decente, e consegui uma marca de consumo médio de 10,4 km/l para a viagem serra abaixo. Na volta, serra acima, 9,8 km/l. Achei bom: carro cheio, porta-malas (de 498 litros) cheio até o tampão, ar-condicionado ligado direto e reto, opção ECO selecionada.
No julgamento da família, o Volkswagen Taos mereceu um elevado conceito: tanto a senhora que ocupa costumeiramente banco do passageiro dianteiro, como a senhorita que reina no banco traseiro, gostaram do conforto, silêncio, das possibilidades da central multimídia e das boas alternativas para recarga de celulares. Avessa a carros grandes, volumosos, a motorista com mais de 40 anos de habilitação determinou que sim, apesar de não ser pequeno, o Taos é fácil de levar no dia a dia urbano, mérito dos assistentes sonoros e excelente câmera de ré. Apenas uma foi a reclamação/observação: a alça para baixar a tampa traseira é alta…
A semana derradeira? Visita a Suspentécnica para ouvir o que Alberto Trivellato tem a dizer sobre as entranhas do Taos e talvez mais uma breve viagem.
RA
Leia os relatórios anteriores: 1ª semana 2ª semana
VW Taos Highline 250 TSI
Dias: 21
Quilometragem total: 1.995 km
Distância na cidade: 779 km (39%)
Distância na estrada: 1.216 km (61%)
Consumo médio: 9,4 km/l
Melhor média (álcool): 10,4 km/l
Melhor média (gasolina): 13,8 km/l
Pior média (álcool): 3,6 km/l
Pior média (gasolina): 5,2 km/l
Média horária: 37 km/h
Tempo ao volante: 53h27 minutos
Mais fotos, ficha técnica em seguida
FICHA TÉCNICA VW TAOS HIGHLINE 250 TSI | ||
MOTOR | ||
Designação | EA211 R4 TSI | |
Descrição | 4 cilindros em linha, dianteiro, transversal, bloco e cabeçote de alumínio, 4 válvulas por cilindro, duplo comando de válvulas, correia dentada, variador de fase admissão e escapamento, atuação indireta por alavanca-dedo roletada com fulcrum hidráulico, aspiração forçada por turbocarregador com interresfriador, coletor de escapamento integrado ao cabeçote, injeção direta, gerenciamento Bosch MED, flex | |
Diâmetro x curso (mm) | 74,5 x 80 | |
Cilindrada (cm³) | 1.395 | |
Taxa de compressão (:1) | 10 | |
Potência máxima (cv/rpm, G ou A) | 150 / 5.000~5.250 | |
Torque máximo (m·kgf/rpm, G/A) | 25,5 / 1.400~4.000 // 25,5 / 1.500~4.000 | |
Comprimento da biela (mm) | 139 | |
Relação r/l | 0,287 | |
TRANSMISSÃO | ||
Câmbio | Transeixo dianteiro com câmbio automático epicíclico Aisin AQ250-6F de 6 marchas à frente e ré, conversor de torque com bloqueio e controle de neutro, tração dianteira | |
Relações das marchas (:1) | 1ª 4,459; 2ª2,508; 3ª 1,556; 4ª 1,142; 5ª 0,851; 6ª 0,672; ré 3,185 | |
Relações de diferencial (:1) | 3,502 | |
SUSPENSÃO | ||
Dianteira | Independente, McPherson, braço em “L” mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra antirrolagem de Ø 25,4 mm | |
Traseira | Independente, multibraço, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra antirrolagem de Ø 21,7 mm | |
DIREÇÃO | ||
Tipo | Pinhão e cremalheira, eletroassistida com motor de passo na árvore de direção, indexada à velocidade | |
Diâmetro mínimo de curva (m) | 11,5 | |
Relação de direção média (:1) | 13,6 | |
N° de voltas entre batentes | 2,8 | |
Diâmetro do aro do volante (mm) | 370 | |
FREIOS | ||
De serviço | Hidráulico, duplo-circuito em diagonal, servoassistido a vácuo | |
Dianteiros (Ø mm) | Disco ventilado/312 | |
Traseiros (Ø mm) | Disco/272 | |
Controle | ABS, distribuição eletrônica das forças de frenagem e assistência à frenagem | |
RODAS E PNEUS | ||
Rodas | Liga de alumínio 7Jx18 | |
Pneus | 215/55R18V (Goodyear Wrangler Territory HT) | |
Estepe temporário | Roda de aço, pneu T125/70R18M (LingLong) | |
PESOS (kg) | ||
Em ordem de marcha/bruto total | 1.420 / 1.890 | |
Carga útil | 470 | |
Peso máx. rebocável com/sem freio (kg) | 400 / 400 | |
CONSTRUÇÃO | ||
Tipo | Monobloco em aço, suve, 4-portas, 5 lugares, subchassi dianteiro e traseiro | |
AERODINÂMICA | ||
Coeficiente de arrasto (Cx) | n.d. | |
Área frontal (calculada, m²) | 2,10 | |
Área frontal corrigida (m²) | n.d. | |
DIMENSÕES EXTERNAS (mm) | ||
Comprimento | 4.461 | |
Largura sem/com espelhos | 1.841 / 2.097 | |
Altura sem/com rack | 1.626 / 1.636 | |
Distância entre eixos | 2.680 | |
Bitola dianteira/traseira | 1.571 / 1.542 | |
Distância mínima do solo | 180 (estimado, dado oficial não disponível) | |
CAPACIDADES (L) | ||
Porta-malas | 498 | |
Tanque de combustível | 51 | |
DESEMPENHO | ||
Aceleração 0-100 km/h (s, G ou A) | 9.3 | |
Velocidade máxima (km/h, G ou A) | 194 | |
CONSUMO INMETRO/PBEV | ||
Cidade (km/l, G/A) | 10,2 / 6,8 | |
Estrada (km/l, G/A) | 12,2 / 8,5 | |
Combinado (km/l, G/A) | 11 / 7,5 | |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | ||
v/1000 em 6ª (km/h) | 54 | |
Rotação em 6ª a 120 km/h (rpm) | 2.220 | |
Rotação à vel. máxima em 5ª (rpm) | 4.550 | |
MANUTENÇÃO E GARANTIA | ||
Revisão/troca de óleo do motor (km/tempo) | 10.000/12 meses | |
Troca do fluido do câmbio | Não troca, vida-toda | |
Garantia total (tempo) | Três anos, 6 anos contra perfuração de chapa |