Que a F-1 é a categoria mais rápida (não a mais veloz…) do mundo, praticamente ninguém dúvida. O que surpreende é a velocidade com que a atividade funciona: no início de junho de 2023. Max Verstappen (foto de abertura) mostra domínio cada vez maior e já se fala de assuntos que poderão ser realidade em 2025. Se em 2026 entra em vigor um novo regulamento técnico, anunciado em 2022, e a Audi projeta sua estreia, antes disso poderemos ver o retorno de Kyalami ao calendário anual e a volta da Bridgestone como fornecedora de pneus. Num calendário mais próximo, o bom resultado da equipe Mercedes no GP da Espanha esquentou a briga pela posição de segunda melhor equipe da temporada, batalha que envolve a Aston Martin, a Ferrari e a Alpine.
A necessidade de marcar presença nos cinco continentes é a principal razão de a África do Sul volta e meia aparecer como possível adição ao calendário da F-1. O circuito para esse possível retorno é Kyalami, pista próxima de Joanesburgo, a principal cidade do país e que recebeu o GP 21 vezes, entre 1967 e 1993, sendo que 19 foram válidas pelo Campeonato Mundial. As exceções foram nos anos de 1966 e 1981. Antes dele, East London, foi palco de 12 edições entre 1934 e 1966, sempre usando um circuito de 3,25 km na cidade localizada no litoral da costa leste.
A volta de Kyalami, porém, está condicionada à aprovação do circuito e a um calendário que possa incluir novos países ou outros ausentes no passado recente, caso da China, que tem contrato até 2025, mas que desde 2019 deixou de ser realizado por conta da Covid-19. Caso o autódromo e Xangai estejam em condições é possível que as provas se realizem em 2024.
Acomodar China e África do Sul implicará em uma dose significativa de ameaça para países mais tradicionais na história da F-1, caso de Bélgica e França. A solução já visualizada por muitos é que Bélgica e Holanda componham um rodízio para contornar um outro problema: os 307 quilômetros que separam uma pista da outra, acomodam praticamente o mesmo público e como os ingressos para um GP estão subindo de preço, tal revezamento garantiria maior receita aos promotores locais. A volta da França, esbarra no pouco público que foi a Paul Ricard nas últimas provas disputadas na outrora pista de referência da categoria.
Com relação aos pneus nota-se uma situação semelhante a aquela que aconteceu em 2020, quando a marca coreana Hankook estava pronta para assumir o fornecimento dos novos pneus de aro 18”. Por causa da pandemia da Covid-19 a FIA decidiu manter os carros de 2019, construídos para utilizar pneus de aro 13”, o que inviabilizou a possível estreia da Hankook por questões principalmente técnicas: seria impossível projetar, testar e homologar pneus dessa medida a curtíssimo prazo e, com isso, ficou mais fácil estender o contrato com a Pirelli.
O próximo contrato de fornecimento de pneus será renovado em 2025 e desta vez fala-se na concorrência da Bridgestone, marca japonesa que já esteve presente na F-1. Por via das dúvidas, a Pirelli realiza hoje e amanhã, em Barcelona, um teste de pneus para 2024…
Falando sobre Barcelona, além do já costumeiro passeio de Max Verstappen, que obteve sua quinta vitória nas sete etapas até agora, houve boas disputas na pista catalã. A Mercedes voltou ao pódio com seus dois pilotos e foi uma prova atípica por parte da Aston Martin, até então a segunda força da temporada. Para Lewis Hamilton terminar em segundo, à frente de George Russell, eles quase colidiram quando o jovem tentou bloquear a passagem do veterano. Russell ainda causou preocupação à sua equipe ao comunicar que chovia na curva 5. Mais tarde admitiu que a impressão de chuva eram apenas gotículas de suor de seu rosto arremessadas à viseira do capacete — algo hilário e ao mesmo tempo impressionante, pois caracteriza o poder de desaceleração dos F-1 atuais.
Destaques negativos para a Ferrari: Leclerc sequer passou do Q3 e largou dos boxes na esperança de completar mais voltas com um jogo de pneus duros, e Sainz não teve carro para aproveitar o fato de ter marcado o segundo melhor tempo de classificação. Correndo em casa, o espanhol Fernando Alonso jamais teve um Aston Martin tão competitivo quanto nas provas anteriores e ficou fora do pódio pela primeira vez na temporada. Ocon (oitavo) e Gasly (décimo) voltaram a pontuar pela Alpine.
O resultado completo do GP da Espanha você encontra aqui.
WG
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