Com poucas semanas de intervalo entre um e outro,  avaliei primeiro o Virtus 1,0 de motor 170 TSI com câmbio manual de 5 marchas e, agora, a versão Exclusive de motor 1,4-litro 250 TSI que só é oferecida com câmbio automático de 6 marchas, o mesmo que foi apresentado à imprensa brasileira em Buenos Aires no início de fevereiro, à qual o editor Wagner Gonzalez esteve presente, embora só estivesse disponível para dirigir o 170 TSI automático.

São as duas pontas das versões do sedã compacto da VW, que pelo lado de cima busca ocupar espaço e atrair clientes do sedã médio mais vendido do mercado brasileiro, o Toyota Corolla. Se vai conseguir essa façanha, eu não sei, mas o que posso dizer é que o Virtus topo de gama agrada mais pelo desempenho do seu conjunto propulsor do que por conforto adicional que esperaríamos de um veículo que leva o sobrenome: Exclusive.

Motor que agrada

O motor 250 TSI da VW já é conhecido de outras aplicações (T-Cross, Jetta e Taos), e até mesmo no Virtus ele já apareceu por aqui no teste da versão GTS. E se pensarmos bem, não combinava uma versão esportiva em um sedã médio. Tanto que a VW mudou seu foco e renomeou esta versão de topo.

Este motor de 4 cilindros em linha 1,4-L turbocarregado, com bloco e cabeçote em alumínio, 16 válvulas, duplo comando de válvulas acionado por correia dentada e variação de fase na admissão e escapamento, e com injeção direta entrega 150 cv a 5.000-5.250 rpm com gasolina e a 4.500-5.000 rpm, com álcool . Torque, 25,5 m·kgf a 1.500-3.800 rpm (gasolina) e a 1.500-4.000 rpm (álcool).

O câmbio automático epicíclico Aisin AQ 180-6F de 6 marchas permite acionar o modo esportivo através da alavanca e a partir da posição Esporte é possível fazer as trocas de marcha em modo manual. Há também a facilidade das borboletas atrás do volante O escalonamento de marchas é o mesmo da antiga versão GTS, mas agora, com pneus 205/45R18V o desempenho no 0-100 km/h ficou 0,2 segundos melhor, alcançando em 8,5 segundos (G/A). E a velocidade máxima ligeiramente inferior 207/209 km/h (G/A), frente aos 210 km/h (G/) do “esportivo”.

Mas como na vida real dificilmente estamos nas condições de torque e potência máximos, que exigem pedal do acelerador no fim de curso, dirigir o Virtus Exclusive em cargas parciais é bem agradável, pois há sempre bastante força disponível para vencer os obstáculos, fazer as retomadas de velocidade, e principalmente manter uma velocidade de cruzeiro em regime de rotação mais baixo — a 120 km/h, velocidade verdadeira, o motor gira a 2.220 rpm.

Nessa condição de rodagem o torque disponível ao se pressionar o acelerador é bem alto, facilitando superar os aclives à frente, e o nível de ruído no interior do veículo é bem agradável, permitindo boa interlocução entre os ocupantes. Mostra que a integração do conjunto motor-câmbio à carroceria está bem executada e todos ruídos e vibrações indesejáveis foram minimizados através dos isolantes acústicos, coxins e escapamento.

O consumo de combustível, com veículo abastecido com álcool agradou. No trecho de rodovia dos Bandeirantes entre São Paulo e Campinas a 120 km/h, a média obtida foi de 11,8 km/l, e no uso geral de uma semana, com grande utilização na cidade, a média foi de 8,5 km/l. Os valores homologados juntos ao Inmetro indicam consumo urbano de 11,9/8,0 km/l e no rodoviário, 14,7/10,9 km/l.

Interior e tecnologia

Nada de excepcional é visto no interior do Virtus Exclusive. O revestimento dos bancos utiliza material que imita couro e trouxe um desenho mais alegre com costuras em formato losangular e leva a inscrição Exclusive no encosto dos bancos dianteiros. O conforto nesses bancos é bom e os ajustes são todos manuais, inclusive o de altura para o motorista.

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Na traseira há espaço suficiente para três ocupantes e ainda oferece o conforto adicional de ar climatizado e duas portas USB-C. O formato do revestimento facilita acomodar o terceiro passageiro ao centro, mas por outro lado a falta do descansa-braço central é um item imperdoável em um veículo que busca oferecer o requinte adicional que o nome da versão sugere. O encosto traseiro é rebatível na proporção 30:70 e  há dois pares de engates Isofix com pontos de fixação superior para dois bancos infantis.

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Nos revestimentos de portas, painel de instrumentos e console central há excesso de plástico duro que é alvo de crítica por alguns, porém os pontos de toque frequente, como nos descansa-braços, são almofadados.

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O volante multifuncional é revestido em couro, e o botão da buzina tem o irritante atraso e da duração do som ao acionar, eliminando a possibilidade de dar aquele toque sutil e rápido de agradecimento e cordialidade. Parece que toda buzinada é um alemão rude xingando alguém. Esse problema tem sido relatado nos testes aqui, mas a VW brasileira parece não se importar com isso. Isso não ocorre no suve Tiguan fabricado no México.

O sistema de ar-condicionado de zona única tem ajuste digital e automático e a operação requer toques suaves nos controles. Muitas vezes é melhor deixar para o passageiro fazer o ajuste, pois perde-se atenção à direção ao tentar fazê-lo. O desempenho do sistema é bem eficaz e não há ruídos desagradáveis no funcionamento.

A central multimidia incorpora a última tecnologia do VW Play com possibilidade de instalação de diversos aplicativos para facilitar a vida a bordo. O pareamento de celular para Android Auto e Apple CarPlay é sem fio e um conveniente carregador por indução está no console central.

Com o quadro de instrumentos e central multimídia montados na mesma altura, a visibilidade fica bem facilitada e há ainda o recurso de configurar o tipo de mostrador e informações do quadro de instrumentos, deixando ao gosto do usuário. Através do botão “View” no volante muda-se rapidamente o arranjo dos mostradores.

O VW Virtus Exclusive tem um pacote padrão de itens de auxílio ao motorista com destaque para o controle de cruzeiro adaptativo. O alerta de colisão frontal é um item de segurança que ainda conta com frenagem autônoma de emergência e frenagem pós-colisão. Nesta versão o detector de fadiga do motorista é outro item presente.

Conclusão

Há similaridades no conforto de rodagem entre as versões avaliadas, ambas atendem com maestria as necessidades familiares ou empresariais, com a vantagem do espaçoso porta-malas de 521 litros. O acerto de suspensão da versão Exclusive passa maior controle da movimentação da suspensão, mas sem que isso deixe o carro desequilibrado ou desconfortável, sendo um elemento necessário para dar melhor estabilidade em conjunto com os pneus 205/45R18V, dado o maior desempenho com o motor 250 TSI.

Os preços das versões são:
TSI – R$ 106.990
Comfortline – R$ 127.990
Highline – R$ 138.790
Exclusive – R$ 150.990 (versão testada)

GB

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