Dentro de quatro semanas iniciam-se na pista de Sakhir (foto de abertura) os trabalhos para a temporada 2024 da F-1, que será a mais longa da história da categoria: entre março e dezembro serão 24 provas, incluindo o GP de São Paulo dia 3 de novembro, em Interlagos. Nos últimos dias Ferrari e McLaren anunciaram a extensão de contratos de dois de seus pilotos, Charles Leclerc e Lando Norris respectivamente. A equipe italiana também anunciou seus pilotos-reservas e a Red Bull confirmou a contratação de três nomes para sua área técnica.
Alpine e Aston Martin noticiaram novos acordos com parceiros. No que diz respeito aos carros, o espanhol Marc Gene declarou ao diário Marca que o modelo Ferrari SF-24 mostrou grande eficiência nas provas de simulador. Não faltam, portanto, motivos para se esperar uma temporada menos desequilibrada do que a de 2023, quando a Red Bull venceu 22 das 23 provas disputadas.
A renovação dos contratos de Charles Leclerc não surpreendeu: há tempos falava-se na extensão do seu contrato atual. O fato a destacar é a postura da Ferrari em demonstrar confiança no piloto monegasco, considerado um dos grandes nomes da atual geração de pilotos da F-1 ao lado do inglês Lando Norris. Embora valores não tenham sido divulgados, estima-se que Leclerc terá rendimentos na casa de US$ 50 milhões anuais até, no mínimo, o final de 2026. Para além disso, ele conseguiu encaixar seu irmão Arthur como piloto de desenvolvimento da Scuderia, o que reforça seu prestígio e o motiva a transformar em resultados a velocidade pura que ele exibe nos treinos e nas provas de classificação.
Além de Arthur Leclerc a Ferrari terá o russo Robert Shwartzman, o italiano Antono Giovinazzi e o inglês Oliver Bearman como pilotos-reservas. O espanhol Carlos Sainz tem contrato com a Ferrari até o final de 2025 e seu nome é cogitado como futuro piloto da Audi, que estreará na F-1 em 2026.
Ao contrário de Charles Leclerc, o nome de Lando Norris chegou a ser vinculado como novo companheiro de equipe de Max Verstappen na Red Bull. Ao comentar a renovação de seu acordo com a McLaren o jovem inglês admitiu sondagens com outras equipes: “Houve algumas conversas, mas nada que tenha isso além de um contato inicial. Optei por ficar na McLaren porque me sinto integrado à equipe: terminamos o ano como a principal oposição à Red Bull e entendo que aqui poderei conseguir o título de campeão mundial. “
O mexicano Pato O’Ward, que defende a McLaren na F-Indy, é o piloto-reserva da equipe. O brasileiro Gustavo Bortoleto, atual campeão da F-3 FIA, foi incorporado ao programa de desenvolvimento de pilotos da equipe para a F-1.
No universo técnico, as mudanças também não param de acontecer. Na última semana de dezembro a Haas anunciou a dispensa de Guenther Steiner como chefe de equipe, indicando como seu sucessor o japonês Ayao Komatsu. Muito antes disso, porém, o francês Laurent Mekies, ex-diretor esportivo da Ferrari, foi anunciado como sucessor do austríaco Franz Tost na equipe Alpha Tauri, este ano rebatizada com o nome de um novo produto da marca Visa.
Entre os reforços que acompanharão Mekies nessa empreitada estão os dos ingleses Alan Permane e Tim Goss e do francês Guillaume Cattelani. Permane tem um longo histórico na F-1, mais especificamente junto à história da Benetton, Renault, Lotus e Alpine, que funcionaram no mesmo endereço. Goss tem passagens pela McLaren, FIA e, mais recentemente pela vem da McLaren enquanto Cattelani já passou por diversas equipes de fórmula e endurance. Permane ocupará o cargo de diretor esportivo, Goss será o chefe técnico contando com Cattelani como seu braço direito. Os dois responderão ao diretor técnico Jody Egginton.
A Mercedes renovou com Mick Schumahcer como piloto-reserva, mas Toto Wolff parece apostar mais alto no italiano Andrea Kimi Antonelli. O jovem nascido em Bolonha disputou a Formula Renault Europa (FRECA) em 2023 e, por influência de Wolff, este ano vai pular a F-3 FIA e estreará na F-2, categoria superior que terá os brasileiros Gabriel Bortoleto e Enzo Fittipaldi entre os principais concorrentes. No lado comercial, a Alpine anunciou acordo com a Shamir, fabricante de lentes de óculos e viseiras. A Aston Martin informou uma nova parceria com a OMP para o fornecimento e uniformes e indumentária dos pilotos.
Vitórias brasileiras em Daytona
Os pilotos brasileiros continuam colecionando bons resultados na 24 Horas de Daytona, uma das provas de resistência mais tradicionais do automobilismo internacional. Felipe Nasr foi peça importante no quarteto que venceu a competição deste ano, ele dividiu o Porsche 963 da equipe Porsche Penske com Dane Cameron, Matt Campbell e Josef Newgarden. O brasileiro esteve no comando do protótipo no último turno e assumiu a liderança da prova faltando 43 minutos para a bandeirada de chegada.
Em segundo lugar ficou o Cadillac V-Series.R de Pipo Derani — atual campeão da IMSA —, Jack Aitken e Tom Blomqvist. Os cinco primeiros classificados completaram 791 voltas, sendo que o Porsche de Nasr cruzou a linha de chegada apenas 2”112 à frente do Cadillac. O terceiro lugar foi decidido a favor do Honda Accura ARX-06 de Jordan Taylor/Louis Deletraz/Colton Herta/Jenson Button por apenas 0”398 de vantagem sobre o o segundo Porsche da equipe Penske e que foi conduzido por Nick Tandy/Mathieu Jaminet/Kevin Estre/Laures Vanthor. Daniel Serra venceu na categoria GTD Pro formando um quarteto com Davide Rigon, Alessandro Pier Guidi e James Calado.
WG
A coluna “Conversa de pista” é de de exclusiva responsabilidade do seu autor.