NOVO VOLVO EX30, O CONCEITO MINIMALISTA APLICADO AO AUTOMÓVEL (COM VÍDEO)

A Volvo é reconhecida no meio automobilístico por suas contribuições em itens de segurança, sendo a primeira a implementar muitas inovações e até por disponibilizar suas patentes para a indústria. Aqui no Brasil os carros da Volvo sempre foram bem-posicionados no segmento de veículos premium, apesar de  em alguns modelos havw uma certa simplicidade, mas sem perder a elegância.

O novo suve compacto, que como o Renault Megane E-Tech poderia ser chamado de hatchback, dada suas dimensões exteriores, chega ao mercado trazendo bom nível de itens de segurança, e com a inovação de adotar o conceito minimalista no desenho do interior. Minimalismo não é ausência de itens de conforto, mas pode ser referir a uma estética “clean” com cores neutras, assim como uma abordagem mais simples dando relevância ao que realmente importa.

O Volvo EX30 recebeu o título de Carro Urbano do Ano no Salão do Automóvel de Nova York em abril deste ano e tem detalhes interessantes que apresento neste vídeo abaixo:

Conjunto elétrico

A tração é traseira, proporcionada por um motor elétrico trifásico de 272 cv de potência máxima e 35 m·kgf de torque máximo posicionado junto ao eixo traseiro que utiliza suspensão independente  multibraço com molas helicoidais e barra antirrolagem.

A alimentação elétrica vem da bateria de 51 kW·h na versão Core (de entrada) e a bateria de 69 kW·h equipa as versões Core com alcance estendido, Plus e Ultra. O alcance é de 250 km na primeira configuração e 338 km nas demais, dado correspondente ao ciclo do Inmetro.

Apesar de todas as versões terem o mesmo motor, a aceleração 0-100 km/h é de 5,7 segundos na primeira e 5,3 segundos nas demais. A velocidade máxima está limitada em 180 km/h em todas as versões.

Conduzir o EX30 por estradas e trajetos urbanos é bem agradável, pois as respostas ao acelerador são imediatas, sem apresentar aquele impacto descomunal que vemos em outros veículos elétricos de alta potência. As transições de aceleração e desaceleração são bem ajustadas e harmônicas, tendo a opção de condução “um-pedal”, em que ao aliviar o pé do acelerador já é possível perceber a ação de frenagem de média intensidade decorrente da geração de energia elétrica..

Para recarregar a bateria pode-se optar por carga AC (corrente alternada) de até 11 kW, ou carga DC (corrente contínua) de até 153 kW na versão de maior bateria ou de 136 kW na menor. Estima-se um pouco menos de 30 minutos para ir de 10% a 80% de carga em sistema DC.

Impressões ao dirigir

A rodagem do veículo é silenciosa e com baixo nível de aspereza, mesmo na versão topo de gama, Ultra, que utiliza pneus 245/40 R20. A versão Core vem equipada com pneus 225/55 R18 e a Plus, com 245/45 R19. Cada versão traz um desenho de roda exclusivo que acabam sendo similares entre eles devido a pintura escurecida e face semidiamantada.

O sistema de direção com assistência elétrica possui boa definição de centragem, facilitando dirigir em linha reta,, e a progressividade de esforço indexada à velocidade traz segurança à condução. A inovação aparece no volante que tem desenho com duas seções do aro achatadas diametralmente opostas tendendo a ser um retângulo com os vértices arredondados. Essa solução induz o motorista a posicionar as mãos no volante na posição 15 para 3 ou 10 para as duas. Desse modo garante que o campo visual da câmera de vigilância esteja sempre desobstruído para ver a face do motorista e permita o monitoramento que reconhece sinais de cansaço ou de desatenção para sugerir uma pausa.

O sistema Pilot Assist é um pouco mais do que o controle de velocidade de cruzeiro, pois além de ser  adaptativo, o sistema centraliza o carro na faixa e pode até fazer mudanças de faixa automaticamente. Ao fazer a leitura das placas de velocidade da via, a informação é repassada ao sistema, fazendo a correção automática da velocidade previamente ajustada. Em algumas situações é um transtorno, pois no Brasil criou-se o hábito de definir velocidade diferente para veículos leves e pesados, confundindo a leitura, que por segurança invariavelmente opta pelo valor mais baixo e nisso reduz subitamente a velocidade do veículo. As placas temporárias de velocidades mais baixas, esquecidas nas vias após a conclusão de obras, também geram incertezas no “cérebro eletrônico”.

A dirigibilidade deste Volvo é bem agradável, e a modulação do pedal de freio é perfeita, entregando a desaceleração proporcional à força aplicada ao pedal. Não é possível sentir a transição entre o freio regenerativo, que só atua nas rodas traseiras, com o freio de serviço com discos ventilados nas quatro rodas.

A suspensão McPherson na dianteira colabora para o bom nível de conforto de rodagem, porém na traseira há situações em que o final de curso de distensão é perceptível, podendo causar desconforto ou reclamação de alguns usuários mais críticos.

Interior minimalista

Não há minimalismo no espaço e conforto dos bancos dianteiros. Os ajustes elétricos permitem ótima acomodação e com o ajuste de altura e distância do volante encontra-se a melhor posição para guiar o carro com bom conforto. Na traseira, a distância entre eixos de 2.650 mm não foi suficiente para dar espaço a pessoas de maior estatura, acima 1,80 m de altura., mas  fez sobrar um pouco mais de espaço no porta-malas, que pode acomodar até 318 litros de bagagem.

Os materiais utilizados no revestimento do interior utilizam materiais recicláveis como matéria-prima, e a execução é muito boa, dando beleza pelo desenho harmonioso. Em nenhum momento remetem à origem chinesa que chegamos a odiar no passado e hoje reconhecemos como um novo padrão a ser seguido — lembrando que o EX30 tem origem na sede da Geely na China, proprietária da Volvo desde 2010.

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As laterais de porta inovam e nos remetem a carros dos anos 1980 que não tinham os comandos de abertura de vidros elétricos nas portas, e sim no console central. O EX30 renova esse conceito com um comando duplo que pode ser comutado para comandar os vidros dianteiros ou os traseiros. Para os ocupantes do banco traseiro há outro par de comandos na extensão do console para operar exclusivamente as janelas traseiras.

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O quadro de instrumentos foi eliminado da posição `frene do motorista e substituído por um mostrador no topo da tela da central multimídia onde aparecem as principais informações (velocidade, posição da alavanca de câmbio, nível da bateria, alcance remanescente e dados de consumo de energia).

Em um primeiro momento é estranho desviar o olhar para o centro do painel de instrumentos para verificar a velocidade do carro, mas em pouco tempo o movimento ocular amplia a área de cobertura e a operação se torna natural.

A central multimídia utiliza o software do Google Connect e pode apresentar o Google Maps para navegação na porção central. E no terço inferior há outros comandos de operação do veículo, como ajuste de espelhos retrovisores externos, opção de operação da iluminação e até a abertura do porta-luvas, posicionado no centro do painel é comandado pela tela tátil de LCD de 12,3”.

O sistema de som inova ao apresentar uma barra de som (soundbar) na base do para-brisa, fazendo a distribuição do som pelo veículo na versão Core, e eliminando os alto-falantes nas portas. Nas versões Plus e Ultra o soundbar tem o auxílio de 9 alto-falantes e subwoofer, com 1.040 W de potência. É como estar em um palco musical do fabricante Harman Kardon.

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Desenho atraente

Externamente o Volvo EX30 chama a atenção pela frente desenhada com o DNA da marca e as inconfundíveis luzes de rodagem diurna, que se transformam em seta direcional, em formato do martelo de Thor.

Na traseira as lanternas têm montagem dupla de cada lado e barra interligando os conjuntos inferiores. é um um novo desenho com o qual já estávamos habituados a ver nas versões XC/C40, XC60 e XC90.

O teto pintado de preto esconde o teto solar panorâmico, que é mais fácil ser observado por quem está dentro do veículo. A linha de cintura é alta e ainda tem elevação na parte de trás da porta traseira. O defletor no final do teto é outro elemento de design que não poderia faltar.

Mercado

Para definir os preços das versões, a Volvo fez comparações com carros elétricos do segmento premium de entrada, como também fez comparações com outros veículos de outras marcas, não somente elétricos ou híbridos, definindo a seguinte escala de preços:

EX30 Core – R$ 229.500 – alcance de 250 km
EX30 Core – R$ 249.950 – alcance de 338 km
EX30 Plus – R$ 277.950 – alcance de 338 km
EX30 Ultra – R$ 293.950 – alcance de 338 km

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A Volvo do Brasil está sob o comando de uma equipe de liderança jovem e este veículo chega para atender a um público igualmente jovem, conforme demonstrado pelo perfil dos compradores que fizeram pré-reservas, sem conhecer o veículo. O conceito do minimalismo que o veículo incorpora deve ser um atrativo a mais para esse público.

A estimativa da liderança da Volvo é dobrar as vendas de carros 0-Km com a chegada deste novo modelo, sem contar com os impactos que a reformulação do suves médios e grandes, XC60 e XC90, devem trazer para a marca em breve.

GB