Não canso de me empolgar com o automobilismo esportivo brasileiro e acredito que em breve voltaremos a ter pilotos disputando o título nas principais categorias internacionais.
O esporte motor nacional voltou a receber a importante, veloz e bonita categoria de protótipos esporte e grã-turismos com a quinta etapa, de oito, do Campeonato Mundial de Resistência (WEC) organizado pela Federação Internacional do Automóvel (FIA): a prova Rolex 6 Horas de São Paulo.
Foram 37 carros, sendo 19 Hypercars e 18 LMGT3, e quase 110 pilotos em Interlagos conduzindo o melhor do automobilismo mundial em carros de rodas cobertas. Marcas como Ferrari, Toyota, Porsche, Alpine, Peugeot, BMW, Cadillac, entre outras, fascinaram os 70.000 espectadores no autódromo nos três dias entre treinos, classificação e corrida, e sabe-se lá quantos milhões nas telas de televisores e monitores de computadores no Brasil e no mundo.
Agora temos Fórmula 1, Fórmula E e FIA WEC. Falta somente voltarmos a receber uma etapa da MotoGP, mas creio que com a Liberty Media no comando da categoria de duas rodas, o Brasil terá mais chances de estar no calendário.
A etapa do WEC, realizada neste final de semana em Interlagos reuniu os protótipos de competição, denominados HyperCars, e os grã-turismo de competição, identificados como LMGT3. Os HyperCars e os LMGT3 são tão importantes como a Fórmula 1 e o brasileiro Raul Boesel é o único a conquistar um título mundial de Protótipos Esporte, em 1987, com Jaguar.
O que me chamou a atenção, causou surpresa e, uma certa decepção, foi a participação de apenas dois pilotos brasileiros nessa importante corrida, Augusto Farfus e Nicolas Costa. Augusto Farfus pilotou o BMW M4 LMGT3, da equipe WRT, e está na luta direta pelo título mundial, ocupando o terceiro lugar do campeonato, a 26 pontos do trio líder da tabela. O carioca Nicolas Costa faz seu ano de estreia no FIA WEC, já liderou corridas como em Le Mans e terminou em quarto lugar, com um McLaren 720S Evo LMGT3, da equipe United Autosports.
Digo isso porque, pela paixão que desperta nos brasileiros, poderíamos ter mais pilotos competindo, visto que em Le Mans, realizada há um mês, foram seis brasileiros disputando e, no passado, sempre tínhamos nossos pilotos disputando as provas de Fórmula 1, Fórmula 2 e outras categorias realizadas em Interlagos.
Outra surpresa que me entristeceu foi a Ferrari. Depois de tantos anos longe das pistas nacionais nessa categoria e da recente vitória em Le Mans, esperava ver os carros vermelhos (ou mesmo o amarelo de Robert Kubica) disputando a vitória, como na prova francesa.
Pelo menos para mim, é muito mais empolgante ver um Ferrari brigando com um Porsche do que assistir os Toyotas dominarem amplamente a prova, sem serem incomodados. Imagino como ficaram os ferraristas que estavam em Interlagos curtindo a prova com os sus Ferraris. Somente as quinta e sexta posições, atrás de dois Toyotas e dois Porsche.
Por outro lado, um fato que me emocionou foi a conquista da pole position ou da Hyperpole pelo trio feminino de Sarah Bovy, Rahel Frey, Michelle Gatting, pilotando um Lamborghini Huracán Evo rosa, da equipe Iron Dames.
Quanta saudade não senti dos tempos de Lella Lombardi, na Fórmula 1, e de Lulla Gancia e Graziela Fernandes, na época das provas de longa duração e de tantas outras brasileiras como Cristina Rosito e, mais recentemente, Bia Figueiredo, Bia Martins e Bruna Tomaselli.
Esse é outro desafio que a CBA vem vencendo com maestria com o Girls on Track Brasil, programa premiado e reconhecido internacionalmente, criado para atrair e despertar o interesse de mulheres para o automobilismo. Em breve teremos também brasileiras disputando os títulos mundiais.
O FIA WEC 2024 ainda terá terá provas este ano — Estados Unidos, no dia 1º de setembro, Japão, em 15 de setembro, e Bahrein, no dia 2 de novembro, e a disputa está aberta nas duas categorias, a Hypercar e a LMGT3.
LCS
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