No último sábado, dia 14 de setembro, São Paulo foi palco da 3ª etapa do Campeonato Paulista de Rally Clássicos, com a presença dos aficionados por carros antigos e seus bólidos muito bem cuidados. A prova reuniu mais de 50 veículos de diferentes épocas e estilos, divididos em sete categorias, que encantaram tanto os participantes quanto o público presente na largada e na chegada. Com uma combinação de belas paisagens, estradas sinuosas e a oportunidade de admirar verdadeiras relíquias sobre rodas, o evento se destacou por seu espírito de camaradagem e paixão pelo automobilismo.
Largada no Frango Assado e o desafio do percurso
A concentração dos veículos foi no restaurante Frango Assado, localizado no km 34 da Rodovia dos Bandeirantes. Já nas primeiras horas da manhã, os participantes começaram a chegar, trazendo consigo máquinas que contam histórias e representam diferentes eras da indústria automobilística. Modelos icônicos de marcas como BMW, Chevrolet, Ford, Porsche, Volkswagen e muitos outros formaram uma impressionante linha de largada, evidenciando o cuidado e a dedicação dos colecionadores em manter suas preciosidades em estado impecável.
Às 9h01m foi dada a largada ao primeiro carro e o desafio começou, com cada veículo saindo com intervalo de 1 minuto. O percurso, cuidadosamente planejado pela organização, levou os competidores por algumas das estradas mais cênicas do interior paulista, passando pelas cidades de Cabreúva, Sorocaba, Ibiúna e outras localidades da região. Com ênfase na navegação de regularidade, o rali exigiu atenção e precisão, já que o objetivo era manter a velocidade e o tempo pré-determinados, e não simplesmente quem chegava mais rápido. O trânsito das vias e a impaciência de alguns motoristas que não percebiam a velocidade controlada dos veículos do rali trouxe algumas dificuldades a mais.
Categorias e carros em destaque
Os participantes foram divididos em sete categorias, de acordo com a época, ano de fabricação do veículo e experiencia dos competidores. Entre as mais disputadas, estavam as categorias “Futuros Clássicos” e “PRO”. Esta última não importa a idade do veículo e sim a maior experiencia da dupla (piloto/navegador) e a permissão de utilizar equipamentos de navegação mais sofisticados. A diferença entre os três primeiros foi de apenas 127 pontos, o que significa 12,7 segundos.
A categoria de Futuros Clássicos é outra que vem sendo muito disputada desde a primeira etapa, e teve a participação de 13 veículos desta vez. A diferença entre o primeiro e o terceiro colocado foi de apenas 77 pontos, equivalente a 7,7 segundos. Com o Kadett GSI Conversivel 1993 ficamos em sexto lugar, apenas 4 pontos, ou 0,4 segundos do quinto lugar e com este resultado mantivemos o segundo lugar do campeonato nesta parcial.
Entre os destaques da competição estava o imponente Buick Seagrave V-12 1926, uma reconstrução muito bem estruturada do piloto Guilherme Malacame que teve seu filho como navegador pela categoria de Históricos. O vencedor dessa categoria foi Renan Ferraciolli/Wagner Brandão com Fusca 1300 conversível 1967.
Esta etapa marcou a estreia da categoria Novatos, com classificação em separado e com simplificação nas planilhas de navegação. Entre os dez participantes podemos dar destaque ao integrante do grupo de Amigos do Autoentusiastas, João Comenale/Gabriela Soeiro, que participaram com uma camioneta DKW-Vemag Pracinha 1965, alcançando a segunda posição já na estreia, e o veículo gostou tanto do rali que teve que voltar para casa carregado numa plataforma. Os vencedores entre os novatos foi a dupla Igor Moreno/Laerte Moreno num Fusca 1977.
A categoria Novatos fez a estreia nesta etapa; clique nas fotos com o botão esquerdo do mouse para ampliá-las e ler as legendas
Além das máquinas mais potentes, modelos populares e muito queridos no Brasil, também marcaram presença, reforçando a diversidade do evento. O rali acaba sendo uma festa para todos os tipos de apaixonados por carros antigos, desde os mais raros até os que marcaram a vida cotidiana.
Chegada em São Roque
Após percorrer cerca de 250 quilômetros, o destino foi o Dream Car Museum, em São Roque. No local, os participantes foram recebidos com uma exposição especial de veículos raros, em meio a um clima de descontração e troca de experiências. O museu, que já se torna conhecido por seu acervo de automóveis clássicos e superesportivos, apresentou aos participantes do rali a primeira aparição do Cadillac 1917 com motor V-8 e carroceria em alumínio que acaba de ser restaurado e incorporado ao acervo do museu.
A confraternização marcou o fim do evento, com troféus distribuídos para as três primeiras duplas de cada categoria. Mais do que a competição, o Rally de Clássicos de São Paulo reforça a importância de manter viva a cultura do antigomobilismo e o prazer de dirigir carros históricos pelas estradas brasileiras. Para muitos, o evento foi uma oportunidade de relembrar o passado, criar amizades e, acima de tudo, celebrar a paixão por veículos que atravessam gerações.
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Este encontro de clássicos deixou um gostinho de quero mais para todos e a próxima etapa já tem data marcada, 23 de novembro, e a disputa do campeonato está totalmente aberta, pois a última etapa valerá pontuação dobrada. Uma certeza que será ainda maior e mais emocionante.
GB