Na foto de abertura a tela da apresentação da VW do Brasil com a mensagem dos 50 anos de VW Golf com sua logotipia escolhida para o evento.
O VW Golf foi criado em 1974 como um substituto do VW Fusca, com linhas claras e design puro assinado por Giorgetto Giugiaro, então com 36 anos. Ele se tornaria o automóvel de maior sucesso da história da Volkswagen. Cinquenta anos depois, a Volkswagen do Brasil comemora o passado e o futuro na sua Garagem VW, localizada na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP.
Curiosamente o seu primeiro protótipo do VW Golf, que se encontra no AutoMuseum Volkswagen em Wolfsburg na Alemanha, tinha um motor VW boxer arrefecido a ar, de um VW Fusca, instalado na dianteira. Arranjo que anos depois veio a ser usado no VW Gol de primeira geração que, assim como o VW Golf, veio para substituir o VW Fusca, mas apenas no Brasil.
Entretanto, o Golf Mk1 abandonou o motor arrefecido a ar e foi lançado já com motor dianteiro transversal arrefecido à água e tração dianteira numa substancial quebra de paradigma que acabaria sendo um estrondoso sucesso.
Mas isto foi há muitos anos. Em maio de 1974 o Golf Mk1 começava a conquistar as ruas e cinquenta anos depois lá estávamos nós na Garagem VW para festejar o seu Jubileu de ouro.
Um grande monitor (vide foto de abertura) foi colocado em frente a algumas cadeiras e os dois mestres de cerimônia do dia já estavam a postos recebendo os convidados da imprensa.
Seguiram-se duas palestras que apresentaram slides com detalhes primeiro sobre a história do VW Golf e depois sobre a versão GTI através dos tempos.
O primeiro a falar foi Cláudio Rawicz,
Gerente de Comunicação da Volkswagen do Brasil., ele discorreu sobre a história do VW Golf:
No segundo slide Cláudio fez uma homenagem ao designer do Golf Mk1, Giorgetto Giugiaro, cuja empresa, a Italdesign, prestou consultoria por muitos anos para a Volkswagen que a acabou comprando (90,1% das ações) em 2010:
No terceiro slide é feita uma apresentação das oito gerações do VW Golf em seus cinquenta anos de história que atingiu a quantidade de 37 milhões de carros vendidos. Um cálculo mostra que para atingir esta cifra foram vendidos, em média, 2.000 carros por dia, o que é incrível:
No quarto slide são apresentados os volumes de cada geração que foram vendidos. A geração que mais vendeu foi a icônica Mk1. Ela foi produzida também na África do Sul durante vinte e cinco anos sob o nome de Citi¹.
No próximo slide um gráfico mostra marcos da trajetória do VW Golf no Brasil que começou em 1994 com a chegada do GTI. Em 1995 chega o GL. Já em 1999 o VW Golf começou a ser fabricado no Brasil e no ano 2000 VW Golf brasileiros foram exportados para o Canadá e os Estados Unidos. Em 2007 é feito o Mk4,5. Em 2013 e 2014 chega o Mk7, que começa a ser fabricado no Brasil em 2015. Finalmente em 2019 foi o tempo do GTE, uma versão hibrida (nota do autor: eu cheguei a dirigir um GTE em Wolfsburg em 2015 num test drive oferecido pela fábrica. O resto da viagem foi feito num Golf Diesel alugado da Avis).
Na sequência foi apresentado o Golf Mk8 que será oferecido no Brasil em futuro próximo, cujas características principais são:
Motor EA888 turbo
De o a 100 km/h em 5,9 segundos
Potência 265 cv
Velocidade máxima 250 km/hora (limitada)
Torque 37,7 m·kgf
Palestra de André Drigo
Gerente executivo de Desenvolvimento do Veiculo Completo, André Drigo discorreu sobre a família dos Golf GTI — Gran Turismo Injection — com detalhes da geração Mk4,5 que foi desenhada projetada e produzida pela Volkswagen do Brasil
No próximo slide, na forma de uma escala de tempo, foram apresentadas as gerações de Golf GTI que foram comercializadas no Brasil e aquelas com a bandeira brasileira foram inclusive fabricadas no Brasil. Já as gerações indicadas com o logotipo da Garagem VW fazem parte de seu acervo e estavam em exposição durante o evento. A lacuna entre o Mk4 e o Mk7,5 foi uma pegadinha que será esclarecida no slide seguinte.
No slide abaixo é apresentado o Mk4,5 um Golf GTI brasileiro resultado do convencimento da Casa Matriz do acerto do protótipo que lhes foi apresentado.
No slide abaixo é dada a ficha técnica do Golf Mk4,5:
No slide seguinte foram apresentadas características de acabamento do Golf GTI Mk4,5, a saber: faróis e Lanternas maiores com máscara negra; novos para-choques e para-lamas; novas tampas dianteira e traseira; rodas exclusivas aro 17″ Biturbo; ponteira de escapamento dupla cromada; pinças de freio pintadas em vermelho (item característico da família GTI) e teto solar opcional:
O pacote de características de acabamento deste modelo continua a ser apresentado no slide abaixo: bancos esportivos em couro bicolor; insertos decorativos em alumínio no painel (detalhado na foto ao lado); instrumento combinado com grafismo exclusivo em branco e iluminação branca (detalhado na foto abaixo); bolsas infláveis laterais de banco e cortina (opcional):
O Golf Mk4,5 do acervo da Garagem VW, que estava coberto com uma capa no início do evento, passou por uma série de procedimentos para que ele pudesse ser definitivamente parte da Garagem VW, num trabalho de restauração que levou seis meses. Desmontagem e limpeza conjunto motor e câmbio. Troca de óleo filtros do motor e de combustível. Desmontagem e limpeza dos mecanismos das portas. Limpeza e hidratação do couro e peças plásticas do interior. Troca dos amortecedores, e de componentes da suspensão dianteira a traseira. Pintura das rodas. Substituição da lanterna traseira. Micropintura de regiões externas.
No final desta apresentação a capa que protegia o Golf Mk4,5 de olhares curiosos foi retirada apresentando o excelente trabalho de restauração que foi feito neste carro tão importante na história dos VW Golf fabricados no Brasil:
Depois desta “revelação” dois usuários de VW Golf fizeram seus depoimentos contando suas histórias com estes carros.
Os outros membros do acervo de Golf da Garagem VW
Golf GTI Competição
Em 1999, uma equipe apaixonada do Desenvolvimento do Produto criou o Golf GTI Competição, inspirado nas corridas europeias. Originado de um projeto extracurricular, ele se destacou como um carro conceito, ao contrário do popular GTI. Desenvolvido em um momento em que a Volkswagen buscava desempenho nas pistas, manteve o DNA do GTI de rua. Com pintura prateada e faixas azuis, ostenta o número 17 em homenagem à Ala 17 da Fábrica Anchieta, onde sua equipe de desenvolvimento trabalha.
Golf VR6
Produzido em São José dos Pinhais, no Paraná, o Golf VR6 foi limitado a apenas 99 unidades numeradas. Equipado com um motor 2.8 V6 de 200 cv e 27 m·kgf de torque, trazia um câmbio manual de seis marchas, para a alegria dos entusiastas. Ele acelerava de 0 a 100 km/h em 7,7 segundos, números que ainda impressionam. Em termos de design, o modelo era discreto, com faróis com máscara negra, defletores dianteiro e traseiro, rodas de 17 polegadas e saias laterais. No interior, apresentava costuras dos bancos, volante e tapetes em vermelho, uma plaqueta com a numeração do exemplar e um charme especial: pomo da alavanca de câmbio em formato de bola de golfe.
Este exemplar conta com o seu Certificado de Veículos Clássicos apresentado a seu lado em um pedestal:
Nota do autor: eu tive a oportunidade de dirigir um Golf VR6 em um passo de montanha próximo a Zurique na Suíça na década de 90, uma experiência incrível!
Golf GTI Mk7,5
Esta geração do “hot hatch” era equipada com o eficiente e potente motor 350 TSI de 230 cv e 35,7 kgfm de torque. Isso permitia ao modelo acelerar de 0 a 100 km/h em 7 segundos, alcançando uma velocidade máxima de 238 km/h.
A cereja do bolo: o Golf Mk8
O modelo recém-lançado na Europa brilhou no Rock in Rio, arrancando suspiros do público, e que acaba de ser confirmado no Brasil para 2025 pelo executivo-chefe Ciro Possobom!
E o AE estava presente:
(¹) Para quem quiser lembrar da matéria “Golf Citi — uma história de amor” e relembrar como foi a trajetória de 25 anos do Mk 1 na África do Sul e sua sofrida despedida.
AG
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