Quer passar do Brasil para a China em alguns segundos, sem passaporte, visto e outras burocracias? Vá visitar a 16ª edição da Automec, até amanhã, no São Paulo Expo, km 5 da Rodovia dos Imigrantes, no bairro do Jabaquara, em São Paulo.
Nos sete pavilhões estão as empresas sediadas no Brasil, fabricantes de componentes automobilísticos, com seus estandes muito bem montados, recepcionistas?, distribuição de brindes, cafezinho e, principalmente apresentação de seus produtos, com palestras para empresários do setor e uma quantidade enorme de mecânicos que se acotovelam nos corredores da mostra.

Mas é impressionante a mudança que acontece quando você atravessa a “fronteira” e entra na “Chinatown”, montada no pavilhão 8 da Automec. Não existem? mais grandes e atraentes estandes. Nada de brindes, cafezinhos ou outra atração que não sejam as peças, ??componentes e artigos para veículos a preços convidativos (que não revelam para a imprensa), vendendo diretamente a pequenos empresários brasileiros e mecânicos. Tudo apresentado em pequenos boxes (pequenos mesmo, em sua maioria?, rm que mal cabem duas pessoas), semelhantes àqueles que se encontra em galerias pelas cidades brasileiras com todo tipo de produtos chineses.
Quando você para do lado de fora dos ?”estandes?”, eles sorriem animados. Animação que acaba quando se é identificado como “press”. O sorriso permanece, mas o atendimento já não é o mesmo.

Num box fui muito bem recebido por um casal. Nenhum dos dois falava português, apenas um inglês carregado de sotaque. Mas tinham um celular que fazia a tradução das minhas palavras para o ?m?andarim. Só mudaram de “humor” quando me identifiquei como jornalista, respondendo a todas as perguntas com um gentil “no!”
Uma imagem curiosan um dos boxes: um comprador brasileiro, uma tradutora e o empresário chinês almoçando, sem a menor cerimônia.
Conversando ali, em “Chinatown” com um engenheiro brasileiro de um expositor nacional, que pediu para não ser identificado, ouvi dele que estava impressionado com tudo aquilo e, em tom de bom humor disse: se juntar tudo que tem aqui nestes estandes chineses, poderíamos montar um carro, com exceção da carroceria.
É é verdade, imagine qualquer peça para um veículo e a encontrará na “Chinatown”, incluindo partes elétricas como lanternas, faróis. Qualquer coisa.
Fora da China, em Nova York

Bairro “badalado” de Nova York, Chinatown começa na Broadway e vai até à Rutgers Street. É possível se imaginar na China, pois todos os estabelecimentos, lojas e restaurantes, têm fachadas antigas e nomes escritos em caracteres Han, o ?holograma chinês. Ali está a maior comunidade chinesa fora da China. E o idioma que mais se ouve é o mandarim, como acontece no pavilhão 8 da Automec.
Em 1974, Roman Polanski dirigiu um filme (muito bom!) que levou o nome do bairro, estrelado por Jack Nicholson e Faye Dunaway.
CL
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