O motor THP (Turbo High Pressure) foi aposentado no Brasil no final de 2024, com o fim da linha do Citroën C4 Cactus no País. Anunciado ao mercado na primeira década dos anos 2000, esse motor, desenvolvido pela PSA em parceria com a BMW, foi um dos precursores da era do downsizing, que começou a eliminar os motores de maior cilindrada para dar lugar aos conjuntos menores, porém turbocarregados.
No Brasil, os carros com motores THP começaram a chegar nos anos 2010, com o lançamento do Peugeot 3008 de primeira geração, que veio com ajuste para ser abastecido somente com gasolina e entregava, originalmente, 165 cv e 24 m·kgf, sempre com um câmbio automático epicíclico de seis machas e conversor de torque.
A eficiência desse motor era tamanha, que o grupo PSA e, claro, a BMW, aproveitaram para instalá-lo em muitos modelos, de diferentes carrocerias e propostas, desde carros de “entrada”, como o BMW 116i, até modelos mais acessíveis, como o Peugeot 208 GT, à época, a versão esportiva do hatchback compacto.
Hoje o THP é um dos favoritos para preparadores e caçadores de usados em bom estado. Com um bom remap e trocas básicas de peças, é possível extrair mais potência e deixar qualquer carro equipado com esse motor ainda mais interessante.
Vamos matar a saudade e relembrar cinco carros muito legais equipados com o motor 1.6 THP.
5. Peugeot 3008 (1ª geração) – Preço médio R$ 35 mil
O Peugeot 3008 de primeira geração é um carro com design controverso, mas que foi distópico ao mesmo tempo. Suve de porte médio, esse modelo já apresentava muitas inovações para a época do seu lançamento, como projetor de dados no para-brisa, ajustes elétricos dos bancos, freio de estacionamento eletromecânico, ar-condicionado digital de duas zonas e seis bolsa infláveis, tudo de série. Além disso, a decoração interna era primorosa

O motor THP aqui era mais do que suficiente. Não proporcionava um superdesempenho, é verdade, mas era bem superior aos motores aspirados de alguns concorrentes, como o Hyundai Tucson, por exemplo, que repetiu a receita do downsizing anos depois.
4. Citroën C4 Lounge – Preço médio R$ 70 mil
O Citroën C4 Lounge não pode ser considerado um sucessor do C4 Pallas porque há muitas diferenças em relação ao sedã mais antigo. Com porte de VW Virtus e entre-eixos de Corolla, o C4 Lounge é um acerto retumbante da fabricante francesa, que conseguiu aliar a praticidade e a elegância num modelo que até hoje é muito procurado no mercado de seminovos.

O que encanta nesse carro é o casamento perfeito do seu porte médio — 4.621 mm de comprimento com entre-eixos de 2.710 mm — com o motor THP, que nas versões flex entregava 166/173 cv. A dinâmica do três volumes sempre foi muito acertada e o ajuste da suspensão conseguia trazer bons conforto e estabilidade.
O problema, aqui, era encarar os rivais japoneses, que ostentavam melhor fama no pós-venda.
3. BMW 118i – Preço médio R$ 80 mil
Um dos carros com o 1.6 THP que entrega melhor dinâmica — talvez a melhor —, o BMW 118i é a versão mais completa do Série 1 com esse motor. Com tração traseira e o motor entregando 170 cv e 25,5 m·kgf, aliado ao câmbio automático de oito marchas, o hatchback compacto proporcionava muita diversão ao seu proprietário, com relativo conforto e luxo, já que se tratava do modelo de entrada da fabricante bávara.

Com essas características, o BMW 118i é muito procurado no mercado de seminovos, já que os motores THP são de manutenção menos custosa do que os 2,0 conhecidos do grupo alemão. Entre os preparadores, estima-se que no 118i, o THP pode ficar com mais de 200 cv na roda após um remapeamento e trocas de filtro de ar e escapamento.
2. Citroën DS5 – Preço médio R$ 90 mil
Maior modelo da linha esportiva da Citroën, o DS5 segue muito procurado no mercado de seminovos justamente por conta do motor THP. Aqui, sempre com gasolina, rendia os conhecidos 165 cv, porém seus diferenciadores se encontravam no design e, claro, no visual interno, um verdadeiro espetáculo à parte. Isso sem falar na dinâmica, com acerto de suspensão e conjunto mecânico levemente voltados ao comportamento dinâmico (menos do que deveria, é bom dizer).

A DS sempre teve carta branca para inovar e trazer situações visuais inusitadas aos seus carros. A imersão na cabine do DS5 o levava muitos anos à frente e, mesmo hoje, ainda não se vê tamanha qualidade e criatividade nos habitáculos dos veículos. Hoje em dia, ao contrário de uma década atrás, é muito mais fácil de manter um DS5. https://concettomotors.blogspot.com/
1. Peugeot RCZ (Preço médio R$ 110 mil)
O Peugeot RCZ é um carro absolutamente fantástico para aquilo que se propõe. O cupê esportivo entrega uma experiência de rico pagando bem menos do que se você gastasse, por exemplo, num roadster alemão. Prazeroso de guiar e com o motor THP no seu funcionamento pleno, trata-se de uma barganha automobilística das mais interessantes e divertidas.

Seu destaque, por óbvio, é justamente esse aspecto de carro mais caro. A manutenção nem de longe se aproxima de um importado alemão e seu desempenho é suficiente para o uso diário, como naqueles desfiles de domingo na Avenida Europa.
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