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SLATE: O NOVO CARRO FUNCIONAL, SEGURO E ACESSÍVEL

UMA PROPOSTA DIFERENTE: UMA PICAPE ELÉTRICA DE DUAS PORTAS COM PREÇO ACESSÍVEL, MECÂNICA SIMPLES, LIBERDADE DE PERSONALIZAÇÃO E FILOSOFIA DIRETA, VOLTADA A ENTUSIASTAS QUE VALORIZAM MAIS A ESSÊNCIA DO AUTOMÓVEL DO QUE A TECNOLOGIA DE PONTA E CONECTIVIDADE ILIMITADA

identicon por Paulo Manzano
27/04/2025
em Colunas, PM, Substance
Foto: divulgação Slate

Foto: divulgação Slate





Vivemos uma época peculiar no mundo automobilístico.

Ao mesmo tempo em que a tecnologia avança como nunca, com níveis de sofisticação e conectividade até recentemente inimagináveis, também cresce uma consequência incômoda: os carros estão ficando complexos demais, caros demais e, muitas vezes, inacessíveis para a maioria das pessoas.

Em meio a esse cenário, o Slate surge como uma resposta prática e direta: um veículo elétrico simples, robusto e altamente personalizável, pensado não apenas para atender aos requisitos de mobilidade elétrica, mas também para devolver ao proprietário o controle sobre seu automóvel. Altamente apropriado para autoentusiastas.

Com previsão de chegada ao mercado americano no final de 2026, seu preço inicial deve ser abaixo de US$ 20.000 após incentivos federais (algo em torno de R$ 116.000 em conversão direta) e US$ 27.000 antes dos incentivos, o Slate propõe uma reinterpretação do que um carro pessoal pode ser: menos artifício, mais essência.

Desenvolvido na Califórnia e em Michigan, com montagem no tradicional Meio-Oeste americano, o projeto combina engenharia pragmática com liberdade de configuração — dois valores há muito esquecidos pela indústria em geral.

Simplicidade funcional com estilo (Foto: divulgação Slate)

A indústria perdeu o rumo?

Jeremy Snyder, executivo-chefe Comercial da Slate, abriu o evento de lançamento da marca com uma análise contundente. Segundo ele, o mercado automobilístico focou tanto em sistemas autônomos e tecnologia embarcada que empurrou os preços para patamares inacessíveis — deixando de fora maioria dos consumidores.

Hoje, 70% dos americanos ganham até US$ 100.000 por ano. Num orçamento responsável, o gasto mensal com o carro deveria ser inferior a US$ 400. No entanto, a média atual de financiamento para um carro novo ultrapassa US$ 740 mensais.

No Brasil: segundo dados do IBGE de 2024, a renda domiciliar per capita é de R$ 2.070 por mês, o que equivale a aproximadamente R$ 24.800 por ano. Considerando uma família de três pessoas — média brasileira —, a renda mensal seria de cerca de R$ 6.200, resultando numa renda anual familiar em torno de R$ 74.500. Já a parcela média de financiamento de veículos no país é de R$ 1.200 mensais considerando que modelos compactos já ultrapassam facilmente a faixa de R$ 100 mil. As coisas por aqui seriam bem mais difíceis do que nos Estados Unidos.

A consequência é um mercado repleto de veículos com recursos tecnológicos muitas vezes supérfluos, custos elevados de manutenção, falhas recorrentes e, principalmente, a perda da autonomia do proprietário sobre seu próprio carro.

Trabalhar no veículo, personalizar, adaptar: tudo isso se tornou quase impossível.

Um carro para ser seu

O nome escolhido, Slate (“lousa” em inglês), expressa exatamente essa filosofia.

O veículo é entregue como uma base sólida, confiável e acessível, esperando para ser personalizada conforme o estilo de vida, o gosto e as necessidades do proprietário. A fábrica monta apenas uma versão, sem pacotes fechados que empurrem itens indesejados, o que reduz absurdamente os custos de manufatura e aumenta a qualidade e confiabilidade sobremaneira.

O Slate é único, mas pode se transformar de picape de duas portas a suve de cinco lugares, usando kits específicos que modificam tanto a carroceria quanto o interior.

As opções de transformação incluem:
Kit suve: linhas retas e tradicionais, como nos utilitários clássicos.
Kit Fastback: design mais inclinado e esportivo.
Kit Open Air: para condução ao ar livre, sem capota rígida.

Slates personalizados (Fotos: divulgação Slate)

Esses kits podem ser instalados na fábrica, em centros autorizados ou pelo próprio proprietário, no estilo “faça você mesmo”, graças à “Universidade Slate”, uma plataforma gratuita de vídeos tutoriais para manutenção e personalização.

Além disso, a carroceria foi projetada para receber facilmente envelopamentos de diversas cores, utilizando kits pré-cortados, sem necessidade de desmontagem.

A superfície de material composto (plástico reforçado com fibra de vidro) não apenas elimina a necessidade de pintura tradicional como também facilita reparos e personalizações. É ideal para receber películas de envelopamento, permitindo mudanças de aparência rápidas e de baixo custo, acessíveis mesmo para quem nunca trabalhou com materiais automobilísticos.

Seu design é moderno e minimalista, pensado na funcionalidade, durabilidade, e manutenção fácil mas com linhas atraentes. Agrada, é simpático, gera desejo.

Concepção simples

Mecanicamente, o Slate é o que se espera de um projeto pensado com racionalidade:
Motor elétrico traseiro de 204 cv
Tração traseira, favorecendo equilíbrio e comportamento dinâmico tradicional
Bateria padrão com alcance de 240 km
Bateria estendida opcional com alcance de 386 km

FICHA TÉCNICA RESUMIDA DA PICAPE ELÉTRICA SLATE
DIMENSÕES (mm)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos  4.435 / 1.793 sem espelhos / 1.760 / 2.766
Volume interno (L) 1.642
Volume da caçamba (L) 994
Comprimento da caçamba (mm) 1.905
PESOS E CAPACIDADES
Peso em ordem de marcha (kg) 1.634
Capacidade de carga (kg) 635
Peso bruto (kg 2.269
Compartimento de bagagem dianteiro (L) 198
Peso rebocável (kg) 450
O porta-malas dianteiro, front trunk, frunk. Fusca já tina. (foto: divulgação Slate)

A estrutura é robusta: aço de alta resistência combinado a painéis externos de material composto, altamente resistentes a amassados e ideal para usos urbanos ou recreativos.

Eu me lembro do meu pai preferindo carros mais básicos por terem menos coisas para quebrar. Essa tendência atual de transformar um carro em um grande smartphone, conectado o tempo todo, recebendo atualizações de software, com telas gigantescas e complexidade crescente, pode ser prática para alguns — mas também caminha para uma obsolescência programada semelhante à dos celulares.

E há quem simplesmente não deseje toda essa conectividade. E arrisco a dizer que 90% dos usuários, ou mais, nunca navegou por todos os menus das centrais multimídias e não tem a menor ideia de como e o que configurar em seus carros.

Interior simples, funcional e aparentemente bem feito e acabado. Sem telas, retrovisores externos com tecnologia digital ajustados com a ponta dos dedos :) , e vidros com acionamento que queima calorias (Foto: divulgação Slate)

Não há sistema multimídia integrado. O painel aceita smartphones ou tablets como centros de controle, com suportes dedicados para fixação e recarga. Se você já carrega um telefone que faz tudo, para que ter um carro que tenta replicar isso e ainda adiciona infinitas configurações que ninguém usa, a um custo muito mais alto?

A simplicidade está em tudo. Vidros com acionamento manual por manivela, um recurso que, embora simples, hoje é quase um símbolo de resistência ao excesso de tecnologia desnecessária. Pense na chance de fortalecer os braços e perder algumas calorias.

Simplicidade construtiva, carroceria em “plástico reforçado”, mas muita atenção ao design e aos detalhes (Foto: divulgação Slate)

Sistema de áudio composto apenas por caixas acústicas Bluetooth (opcionais) ou suportes para equipamentos próprios do cliente. Melhor que muitos alto-falantes de alguns modelos. E sistema de ar-condicionado de operação direta e funcional.

O Slate vem equipado com um pacote completo de segurança, que inclui controle de estabilidade e tração, alerta de colisão dianteira, frenagem autônoma de emergência, bolsas infláveis dianteiras, laterais e de cortina, câmera de ré, detecção de pedestres e farol alto automático. A engenharia do modelo também dedicou atenção especial à segurança passiva, com o objetivo de alcançar a classificação máxima de cinco estrelas no US NCAP — foco no mais importante de tudo, na vida das pessoas.

Onde comprar e receber

O processo de compra será 100% online, eliminando a necessidade de concessionárias e, com isso, reduzindo custos ao eliminar um intermediário. O cliente poderá optar por retirar o veículo em centros logísticos ou solicitar a entrega domiciliar, mediante pagamento de uma taxa adicional.

As reservas já estão abertas mediante o pagamento de US$ 50, valor totalmente reembolsável. O financiamento estará disponível tanto para o veículo quanto para acessórios e carregadores, oferecendo flexibilidade na aquisição.

Manutenção, custo de operação e carregamento

A manutenção do Slate é simples e de baixo custo. Com menos peças móveis, menor desgaste de freios graças à frenagem regenerativa e uma estrutura de fácil acesso, o modelo foi projetado para reduzir despesas ao longo do tempo. O proprietário poderá realizar muitas manutenções básicas com ajuda dos tutoriais da “Universidade Slate”, no estilo “faça você mesmo”, ou, se preferir, recorrer a uma rede de mais de 2.500 pontos de serviço autorizados.

A picapinha sendo carregada (Foto: divulgação Slate)

O custo de recarga elétrica é inferior ao abastecimento com gasolina, e a expectativa de vida útil das baterias varia entre 10 e 20 anos, dependendo das condições de uso e manutenção.

O Slate utilizará o conector padrão americano NACS, o mesmo adotado pelas principais marcas nos Estados Unidos. O aplicativo Slate permitirá localizar estações de carregamento e gerenciar o status do veículo — dispensando a necessidade de uma central multimídia integrada. Em tomadas domésticas comuns, será possível adicionar cerca de 80 km de autonomia por noite, o que é mais do que suficiente para a maioria dos deslocamentos diários. Em carregadores rápidos de 120 kW, a recarga de 20% a 80% da bateria poderá ser feita em aproximadamente 30 minutos.

Reflexões adicionais

Uma proposta que remete a outros tempos

A filosofia por trás do Slate não é exatamente inédita. No Brasil, entre as décadas de 1970 e 1990, a Gurgel Motores tentou algo semelhante: construir veículos simples, robustos e adaptados à realidade local, buscando devolver ao consumidor uma mobilidade mais prática e acessível.

Modelos como o Xavante, voltado para uso misto em estradas precárias, e o Carajás, que oferecia uma opção de suve nacional, expressavam essa visão. Mais tarde, com o BR-800, a Gurgel tentou levar a mesma filosofia para o uso urbano cotidiano, enfrentando enormes desafios de escala e viabilidade industrial.

Gurgel (Foto: divulgação Gurgel)

Assim como a Gurgel naquele momento, o Slate surge como uma reação a um mercado que, em busca de sofisticação tecnológica e margens mais altas, afastou-se da simplicidade e da acessibilidade.

A diferença crucial é que hoje, com maturidade tecnológica e uma estrutura industrial moderna, a proposta do Slate tem maiores chances de execução eficiente e sustentável.

O Slate, portanto, representa não apenas um produto diferente, mas também uma lembrança importante: que ainda há espaço, e necessidade, para veículos projetados a partir da realidade das pessoas, e não apenas de seus desejos idealizados.

O conceito do Slate é praticamente o mesmo do Celta

Embora separados por mais de duas décadas e contextos distintos, o Chevrolet Celta e o Slate compartilham uma filosofia comum: resgatar a função essencial do automóvel em tempos em que o mercado parecia cada vez mais afastado da realidade da maioria dos consumidores.

Chevrolet Celta 2000 (Foto: divulgação GM)

O Celta, lançado em 2000 no Brasil, nasceu da oportunidade identificada pela General Motors em oferecer um carro extremamente acessível, robusto, simples de manter e barato de produzir. Utilizava soluções pragmáticas: motor já conhecido e confiável (o mesmo do Corsa), acabamento simplificado, poucos componentes eletrônicos, versões básicas com direção inassistida e até ausência de itens como conta-giros nas primeiras configurações.

Outra solução interessante foi a ausência da trava de direção física tradicional — substituída apenas pelo imobilizador eletrônico. Além disso, o Celta oferecia uma ampla gama de acessórios opcionais, permitindo personalização conforme o gosto e o orçamento de cada comprador.

Uma nova fábrica com o conceito de “consórcio modular”, no qual os principais fornecedores se instalaram anexos à fábrica da GM para diminuir processos de montagem e reduzir substancialmente os custos logísticos

O carro também foi pioneiro em sua comercialização parcial via internet, um canal ainda incipiente na época, o que ajudava a reduzir a carga tributária e operacional sobre o preço final.

O conceito por trás do Celta era claro: permitir o acesso à mobilidade privada para uma faixa mais ampla da população, oferecendo um carro fácil de manter e durável, ainda que sacrificando refinamento e tecnologias mais sofisticadas.

A comparação de preços ajuda a entender essa proposta. No lançamento, o Celta básico custava entre US$ 7.000 e US$ 7.500, o que, em 2000, correspondia a aproximadamente R$ 12.740 a R$ 13.650. Corrigindo pela inflação brasileira acumulada até 2025, esse valor equivaleria hoje a cerca de R$ 55.250. Em dólares, na cotação atual, isso representa algo em torno de US$ 9.525.

Um preço por volta de R$ 50.000 me parece ideal para um novo carro popular, aos moldes do que foi o Celta. No entanto, esse valor é, ao mesmo tempo, utópico e irrealista diante das realidades industriais e fiscais atuais.

Em termos de impacto cultural, o Celta foi, para muitos brasileiros, a primeira conquista de independência sobre quatro rodas — um carro novo, confiável e relativamente acessível.

Um paralelo adicional: o Tata Nano

Além do Celta, outro exemplo de tentativa recente de reimaginar o automóvel como objeto funcional foi o Tata Nano, lançado em 2008 na Índia. O projeto, idealizado por Ratan Tata, tinha uma ambição ainda mais radical: criar o carro mais barato do mundo, com preço inicial equivalente a cerca de US$ 2.000.

Tata Nano, não basta ser barato, tem que ser minimamente desejável. Coisa que o Slate é. (Foto: divulgação Tata)

A proposta era simples e ousada: oferecer uma alternativa segura e acessível às famílias indianas que utilizavam motocicletas como meio principal de transporte. O Nano priorizava absolutamente o essencial: carroceria pequena e leve, motor traseiro de dois cilindros, acabamento extremamente espartano e nenhum recurso supérfluo.

Apesar do objetivo nobre, o Nano enfrentou enormes dificuldades. Problemas de percepção pública, questões de segurança, marketing mal posicionado e o estigma de ser “o carro mais barato do mundo” acabaram prejudicando sua aceitação. Muitos consumidores preferiam continuar em motocicletas ou, quem podia, pagar um pouco mais por modelos com imagem mais valorizada.

O Slate, nesse contexto, se distancia do Tata Nano em pontos estratégicos. Embora também proponha simplicidade e acessibilidade, ele busca manter um apelo emocional e de desejabilidade, além de oferecer personalização — algo que o Nano não explorava. O Slate evita o estigma de “carro barato” e se posiciona como “carro essencial, inteligente e transformável”, buscando dialogar com o orgulho de propriedade.

Assim, a lição que o Tata Nano deixou é clara: preço baixo, por si só, não garante sucesso. É preciso também entregar valor simbólico e orgulho de posse — atributos que o Slate parece compreender desde o início.

Uma resposta necessária

O Slate nasce para preencher uma lacuna aberta pelo excesso de complexidade e preços altos do mercado automobilístico atual. Mais do que um novo carro elétrico, representa uma nova maneira de enxergar a relação entre o automóvel e seu proprietário. Ou o retorno ao passado mais simples e direto.

Um veículo feito para ser entendido, mantido e modificado por quem dirige — como foi por muito tempo na história do automóvel, e como muitos de nós ainda gostariam que fosse.

Oportunidade para o Brasil: o retorno do automóvel funcional

Em um mercado que, ao longo dos últimos 30 anos, caminhou para carros cada vez maiores, mais potentes, mais luxuosos — e, inevitavelmente, mais caros —, ver um projeto como o Slate nascer é, para quem acompanha a história do automóvel, quase como observar um reencontro com raízes esquecidas.

O conceito é simples, mas poderoso: colocar o proprietário de volta no centro da equação. Oferecer um veículo que sirva às suas necessidades, e não o contrário. Eliminar o excesso. Priorizar a função. Recuperar a acessibilidade. É interessante refletir sobre o quanto uma ideia como essa teria espaço no Brasil atual. 

Vivemos um momento em que os preços de carros novos atingiram patamares irreais para a imensa maioria da população. Modelos compactos facilmente ultrapassam R$ 100 mil. Veículos de entrada são recheados de sistemas eletrônicos que elevam custos de manutenção e reduzem sua vida útil prática.

Ao mesmo tempo, o país permanece estruturalmente como um dos mercados onde um automóvel ainda é, para muitos, ferramenta de trabalho, meio de transporte familiar, e não um brinquedo tecnológico.

Faria sucesso no Brasil? (Foto: divulgação Slate)

Um projeto que revisite o automóvel como objeto funcional, acessível, durável — adaptado às condições brasileiras — seria não apenas desejável: seria necessário. A história da Gurgel mostra que nem sempre basta ter a ideia certa. É preciso também o timing correto, a infraestrutura de apoio e um ambiente regulatório que favoreça iniciativas nacionais. E o conceito do Celta se provou inviável ao longo do tempo. E o Nano também. 

Mas se o sucesso do Slate, ao se confirmar nos Estados Unidos, poderia servir de inspiração para que novos projetos brasileiros retomem essa filosofia da simplicidade funcional e objetiva, com foco no básico na segurança, na confiabilidade, e de baixo custo e acessível para mais pessoas. Com um apelo mais moderno e de certa forma mais rico, considerando as personalizações e o próprio design.

Galeria (fotos: Slate)

Embora seja fácil de observar que ainda existe um abismo entre as rendas dos americanos e dos brasileiros, que piora ainda mais, pois além da renda dos brasileiros ser bem menor, o poder de compra é brutalmente menor. Então, por aqui, uma proposta como o Slate, ainda seria de certa forma mais elitizada. Mas ainda assim acho que seria interessante. Principalmente nesse modelo de venda direta, sem intermediários.

Eu mesmo fiquei encantado com essa picapinha básica, “acessível” e com a possibilidade de poder cuidar dela em casa e não me preocupar com obsolescência. Gostaria de estar trabalhando nesse projeto, ou em algo similar no Brasil, para brasileiros.

Enquanto isso vamos esperar para ver a Lecar…

PM
A coluna “Substance” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.
Onde me encontrar: LinkedIn, Autoentusiastas, Substack, Jornal Roda e Instagram.

Paulo Manzano é engenheiro pela FEI, com pós-graduação em Marketing pela ESPM e MBA em Negócios pelo IBMEC. Com uma trajetória sólida e ampla na indústria automobilística, Paulo acumulou 30 anos de experiência em posições de liderança nas áreas de marketing, vendas, planejamento de produtos e relações públicas. Ele contribuiu para o crescimento e posicionamento de marcas renomadas como Jaguar Land Rover, PSA, BMW/MINI, Lexus, Toyota, GM e Mercedes-Benz, sempre com foco em inovação e excelência no mercado de luxo e automóveis premium. Em 2008, fundou o Autoentusiastas, um dos mais respeitados portais para apaixonados por automóveis, canalizando sua paixão e conhecimento para um público altamente engajado. Sua visão estratégica e capacidade de criar experiências memoráveis são marcas registradas de sua carreira, agora levadas à curadoria de experiências de luxo com a 88quatro8, seu novo projeto.







Tags: Carro popularCeltaGURGELSlatesubstance
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