Enquanto o atual líder do Campeonato Mundial Oscar Piastri segue aprendendo os segredos da F-1, o tetracampeão Max Verstappen (foto de abertura) insiste em deixar claro que nem o australiano nem a equipe McLaren podem descartar o holandês como principal rival na luta pelo título da temporada 2025. No próximo fim de semana a categoria se apresenta no clássico, superestreito e controverso circuito de Mônaco, traçado montado nas ruas de Monte Carlo, local de resultados surpreendentes e antológicos. A imposição de cada piloto fazer pelo menos duas trocas de pneus durante a corrida de 78 voltas, cada uma delas extensão de 3.337 metros é uma das novidades confirmadas para o final de semana.

A etapa de Mônaco também se destaca no contexto social da categoria, o que garante um fim de semana que alimentará a central de boatos e especulações desse universo. O principal assunto será, se dúvida, a possibilidade de a F-1 ganhar uma décima-segunda equipe até o final da década. Atualmente, Alpine, Aston Martin, Ferrari, Haas, McLaren, Mercedes, Racing Bulls, Red Bull, Sauber e Williams são as autorizadas a disputar a temporada. No ano que vem elas ganharão a companhia da Cadillac, que estreará usando motores Ferrari, enquanto a Sauber será transformada em equipe oficial da Audi.
A chegada de mais um time é o que promete o americano de origem romena Otmar Szafnauer, que explica: “Hoje é impossível pensar na inclusão de uma décima segunda equipe, mas se essa possibilidade aparecer é preciso estar pronto para aproveitar a oportunidade. Minha proposta é ser um dos proprietários do time, no estilo de Toto Wolff na Mercedes, e já tenho parceiros cm capital para investir nesse projeto, incluindo um fabricante de automóveis interessado em fornecer motores e aderir à causa.”

Sempre de acordo com Szafnauer, também existe a possibilidade de comprar um time atual que seja colocado à venda. Segundo ele isso poderia reduzir entre 10% e 30% o valor do investimento. Para o ex-líder das equipes Force Índia e Alpine “criar uma equipe competitiva a partir do zero é um processo de pelo menos três anos, por isso se pensarmos em correr no final da década, quando supostamente o regulamento dos motores será alterado, é preciso começar a trabalhar agora.”

Na pista Oscar Piastri é, sem dúvida, o piloto que mais ameaça a trajetória vitoriosa de Max Verstappen. No último fim de semana ele jogou pela segurança e terminou em terceiro, atrás do holandês e do seu companheiro de equipe, Lando Norris. Piastri alinhou na pole position e perdeu a liderança da corrida na segunda curva para o piloto holandês. O desenrolar da prova afetou sua estratégia de corrida e ele também foi superado pelo inglês: “O Norris estava mais rápido e eu sabia que não conseguiria me manter à frente dele, mas não entreguei a posição sem oferecer resistência.”
A atitude do australiano revela maturidade na caminhada de 24 etapas desta temporada, a próxima delas em Mônaco, domingo. Circuito dos mais lentos onde as ultrapassagens são raras e resultados inesperados honram a fama do cassino local, o traçado de Monte Carlo permite usar os pneus de compostos mais macios, o que levou a fornecedora do produto a levar para o Principado uma nova opção mais aderente e com a banda de rodagem com a designação C-6. De forma a melhor aproveitar esse lançamento e criar novas possibilidades de estratégia durante a corrida a FIA determinou que, excepcionalmente na corrida deste fim de semana, os pilotos deverão fazer pelo menos duas trocas de pneus durante as 78 voltas da prova.

O GP de Mônaco é o mais social do calendário há anos, mas desde o investimento da Liberty Media (detentora dos direitos comerciais da F-1) nos Estados Unidos, essa condição ficou ameaçada. Os grandes negócios fechados nas etapas disputadas na América do Norte — entre elas a extensão do GP de Miami até 2041 — mostra que a relevância da Europa na categoria diminui sistematicamente. O GP da Emilia Romagna, disputado em Imola, por exemplo, não deverá ser incluído no calendário de 2026, e já se fala que a possibilidade de realizar uma quarta corrida nos Estados Unidos é uma possibilidade real. De qualquer forma, a aristocracia europeia ainda é um chamariz para culturas asiáticas e não faltarão champagne e caviar nos iates e pequenos navios ancorados à beira do circuito.
O resultado completo do GP da Emilia-Romagna você encontra aqui.
WG
A coluna “Conversa de pista” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.